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01/09/2013 às 15h35min - Atualizada em 01/09/2013 às 15h35min

Jornalista diz que imprensa foi induzida ao erro e se fez justiça devolver Marãiwatsédé aos xavantes

Olhar Jurídico / Olhar Direto
Graci de Sá / Lazaro Gomes

A jornalista Andreia Fanzeres, da ong Operação Amazônia Nativa (OPAN), foi uma das palestrantes do segundo Simpósio de Jornalismo e Direito promovido pela UFMT no campus de Barra do Garças, de 27 a 30 de agosto. A palestra dela foi polêmica porque ela apontou falhas da imprensa na cobertura da volta dos índios xavantes para Marãiwatsédé. A jornalista afirmou que houve justiça porque aquela área pertencia aos índios, mas alguns segmentos da imprensa, se deixou influenciar por produtores rurais e até mesmo políticos de Mato Grosso, que vendiam a idéia que os índios nunca moraram naquele lugar.

Para contextualizar o que estava falando, a jornalista apresentou um vídeo, produzido e editado pelos xavantes da Marãiwatsédé, que foi rodado durante a convenção Rio + 20, em junho de 2012, com o intuito de dar visibilidade à luta por terras pertencente a eles que estava sobre o poder de posseiros. O documentário mostra os xavantes em Marãiwatsédé em 1961 e depois a retirada deles para São Marcos em Barra do Garças após interferência do governo federal. “Se fez justiça finalmente e poderia ter evitado o desgaste com os agricultores do Norte Araguaia porque havia um mandado de reintegração de posse em favor dos índios em 1995”, destacou a palestrante.

A jornalista destacou que foi necessária a intervenção da Justiça Federal provocada pelo Ministério Público para retornar os índios xavantes. Andreia lamentou que alguns segmentos da imprensa chegaram a duvidar do fato histórico dos índios serem do local e chegaram a incitar o conflito entre brancos e índios. Passado esse momento da volta dos índios a Marãiwatsédé, a jornalista da OPAN pediu a compreensão do povo do Araguaia no sentido de ter uma convivência pacifica e ajudar os índios a reconstruírem o lar deles. “Eles precisam de nossa ajuda para se readaptarem aquela área que inclusive está ardendo em fogo por causa das queimadas”, explicou durante a palestra.

Andreia participou na segunda noite do simpósio com o tema “Povos indígenas: identidade, mídia e direito” que ainda teve os conferencistas o líder indígena xavante, Cristóvão Tserero’odi Tsõrõpré, e o professor mestre da UFMT/CUA, João Paulo Miranda. A mediação foi realizada pelo procurador da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Barra do Garças, doutor Rogério Vieira Rodrigues.

Outro destaque do evento foi a participação do ex-coordenador de Política Indígena de Barra do Garças, o professor xavante, Cristóvão Tsõrõpré. Ele explanou sobre o valor sentimental que a terra tem para o povo indígena e sobre a importância da luta indígena pelos seus direitos. Salientou ainda a falta de compreensão e conhecimento por parte dos não-índios sobre a identidade e a cultura indígena. “Conhecendo a cultura do outro, a gente a aceita e respeita as práticas culturais”, disse ele.

A terceira noite do simpósio, quinta-feira (29) , teve apresentação do grupo teatral 'Fazendo Artes' dos cursos de Direito e Letras. Foram debatidos assuntos referentes a Mídia e movimentos sociais, com a presença do jornalista de Brasília Dioclécio Ferreira da Luz e o defensor público, doutor Hugo Ramos Vilela. O simpósio termina nesta sexta-feira.   

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