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30/09/2024 às 15h20min - Atualizada em 30/09/2024 às 15h20min

Operação combate fraudes de R$ 20 milhões em benefícios pagos pelo acidente com o Césio 137

Polícia Civil cumpre três mandados de prisão e 11 de busca e apreensão em Goiânia. Acidente radiológico é considerado o maior da história fora de uma usina nuclear.

g1 Goiás
Araguaia Notícia
A Polícia Civil de Goiás (PC-GO) cumpre, na manhã desta segunda-feira (30), três mandados de prisão e 11 de busca e apreensão em Goiânia. A operação busca combater fraudes de R$ 20 milhões em benefícios pagos pelo acidente com o Césio 137, considerado o maior acidente radiológico da história acontecido fora de uma usina nuclear.

Os nomes dos suspeitos não foram divulgados. Assim, o g1 não conseguiu contato com a defesa deles até a última atualização desta reportagem.

Em alusão ao acidente radiológico que ocorreu em Goiânia, em 1987, a operação foi batizada de Fraude Radioativa. A força policial e é formada por membros do Grupo de Repressão a Roubos (Garra) e da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (Dercap). Além de contar com o apoio da Procuradoria Geral do Estado (PGE).

Mais informações sobre as fraudes serão repassados em uma coletiva de imprensa marcada para as 10h30, na sede da Secretaria de Segurança Pública (SSP).

Segundo o governo estadual, os benefícios, como pensões vitalícias, são pagos para pessoas que trabalharam no acidente radioativo na capital. Entre elas, estão vítimas que desenvolveram patologias causadas pela exposição à radiação.

O que é o Césio 137?

É um material radioativo que emite raios gama, radiação ionizante muito perigosa e que pode penetrar profundamente no corpo. Os raios gama são o tipo mais energético e perigoso de radiação ionizante, que pode retirar elétrons dos átomos de organismos vivos, danificando células e DNA. A quantidade de radiação que a cápsula emite é de 19 gigabecquerels, o equivalente a cerca de dez raios-X por hora.

Quando e onde aconteceu o acidente?

Em setembro de 1987, na capital de Goiás. Sete pontos de Goiânia foram os mais atingidos pela contaminação. Evacuados na época, a maioria desses locais está ocupada atualmente, como mostrou reportagem do g1 em 2017.

O maior acidente radiológico do mundo começou quando dois catadores de recicláveis acharam um aparelho de radioterapia abandonado, desmontaram e o venderam a um ferro-velho. Eles não tinham noção de que se tratava do Césio-137.

Seis dias depois, o irmão do dono do ferro-velho foi visitá-lo e viu a pedra que brilhava durante a noite. Ele levou fragmentos para casa dele. O dono do local também cedeu fragmentos a uma outra pessoa, que levou para casa e deu parte do material ao irmão.

Ao notar que todos que tiveram contato com o material estavam se sentindo mal, a esposa do dono do ferro-velho levou a peça para a sede da Vigilância Sanitária Estadual, onde se descobriu do que se tratava.

Foi constatada a contaminação pelo Césio-137 em 249 pessoas. Neste grupo, 129 tinham rastros da substância interna e externa ao organismo. A Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) calculou ainda que 49 pessoas foram hospitalizadas, sendo que 20 necessitaram de cuidados médicos intensivos.

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