13/08/2024 às 09h44min - Atualizada em 13/08/2024 às 09h44min
Professores criam grupo de trabalho para avaliar processo de criação da UFAR
A comissão de educação do Senado Federal ja aprovou a criação da Universidade Federal do Araguaia
Agência de Jornalismo Focaia - UFMT
Araguaia Noticia
Foto: Cristiano Costa/Focaia Associação dos docentes da UFMT - Adufmat cria grupo de trabalho (GT) para estudar o desmembramento dos campi, Araguaia e Sinop, da Universidade Federal do Mato Grosso. O grupo foi criado em paralelo com debate existente em outras instâncias da universidade, diante do avanço do projeto apresentados por parlamentares mato-grossenses no Congresso Nacional.
Em entrevista à Agência de Jornalismo Focaia, o professor Edson Luiz Spenthof, do curso de jornalismo e membro do GT, explica os motivos para criação do grupo durante a greve dos professores e servidores técnicos.
Segundo ele, “nesse período de paralisação da universidade, fomos surpreendidos pela rápida aprovação do Projeto de Lei (PL) do Senador Wellington Fagundes (Partido Liberal - PL) que prevê a criação da UFAR a partir do desmembramento do Campus Araguaia, na Comissão de Educação do Senado, onde estava parado há muito tempo”.
O professor chama a atenção sobre a tramitação do projeto de lei, já que foi votado na forma de “votação terminativa”, excluindo a necessidade de apreciação em plenária, com a presença de todos os deputados. A PL foi aprovada pela comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) e já enviada à câmara dos deputados.
Nas palavras de Spenthof até o momento não se conhece “o motivo pelo qual este projeto seguiu adiante e os demais, não. Nem o senador explicou isso publicamente, nem é verdadeira a afirmação dele, publicada na imprensa, de que a comunidade interna da UFMT é favorável ao projeto.”
Debate político
Quanto às ações do GT, Multicampia e Fronteiras, Spenthof diz que “a primeira ação ocorreu no dia 28 de junho, nos momentos finais da greve, quando os membros do GT, que são do Câmpus Araguaia, conseguiram se reunir com uma comitiva de políticos que veio à cidade para outra agenda política.”
A reunião teve a presença de Valdir Barranco, deputado estadual e presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) Mato Grosso, político representantes da região em torno de Barra do Garças, presidentes de partidos da federação barra da esperança, além de outras representações locais.
Como afirma Spenthof, o pedido feito pelos membros do GT foi no sentido de que ocorresse uma pausa no andamento da votação do projeto de lei do senador Wellington Fagundes, de modo que a comunidade acadêmica tivesse tempo disponível para discutir prós e contras do desmembramento e tomar um posicionamento, contrário ou a favor.
“Ao final, o deputado Valdir Barranco disse que entendia a reivindicação e que é justo o nosso pleito. Acrescentou que não considera razoável que um projeto dessa envergadura seja aprovado de cima para baixo. Nesse sentido, propôs que esse pedido de pausa na tramitação dos projetos de lei fosse formalizado e apresentado a ele e aos autores dos projetos de lei. E ele se prontificou em empreender ações que garantam o adequado espaço de discussões, na UFMT e nas sociedades locais,” explica.
Quando às etapas das atividades do grupo, “passada essa primeira ação será feita ampla discussão do tema com a nova gestão da universidade, no sentido de que ela capitaneie a necessária discussão interna.” Sobre o posicionamento do grupo de trabalho multicampia e fronteiras, Spenthof descreve que “neste momento, somos nem nem. Nem favoráveis, nem contrários, assim como boa parte da comunidade acadêmica.”
Apesar de haver comunicado dos parlamentares sobre aprovação do projeto de emancipação do Campus Araguaia pelos parlamentares nas redes social, conforme descreve o professor, o projeto falta ser “aprovação na Câmara dos Deputados,” cujo trâmite pode não ocorrer rapidamente, que depende de decisões internas Congresso Nacional, apesar da aparente determinação dos parlamentares.
Divisões internas
O tema também vem sendo pauta de discussão do Conselho Universitário do Araguaia (Consua), sem haver consenso entre os conselheiros sobre o assunto, ou mesmo criar condições para a ampliação do debate interno, com participação da comunidade acadêmica, envolvendo o corpo docente, servidores técnicos e estudantes.
Assunto que politicamente resulta em divisão no Campus Araguaia, entre aqueles que defendem a emancipação do Campus Araguaia, como universidade independente da administração da capital, para o seu fortalecimento na pesquisa, com orçamento próprio e projeto regional.
No entanto, há vozes contrárias na perspectiva de que haveria enfraquecimento dos projetos realizados com o suporte da instituição, com sede administrativa em Cuiabá, numa relação de multicampi estruturada, com força política para obter recursos para melhorias e investimento do governo federal.
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