29/08/2022 às 11h57min - Atualizada em 29/08/2022 às 11h57min

Defesa diz que vereador de Aragarças não pediu afastamento e vê como ‘precipitada’ convocação de suplente

Araguaia Notícia com G1 GO
Um ofício assinado pela presidente da Câmara de Aragarças, Deuzilda Moreira, está circulando nesta segunda-feira (29/8) convocando o suplente  Dulcindo Figueiredo dos Santos (Republicanos), o ‘Duda’, para assumir a vaga do vereador Rones  Kley da Silva, todavia essa atitude está sendo considerada precipitada isso porque Rones não pediu afastamento e não houve determinação judicial para tanto.

O site Araguaia Notícia conseguiu contato com a defesa do vereador Rones, após ofício tomar conhecimento do ofício da presidente Deuzilda, e a defesa do vereador confirmou que não houve pedido de afastamento. De acordo com alguns juristas, o vereador só pode ser afastado da função após vacância do cargo por 3 sessões subsequentes ou se ele pedir esse afastamento.

Rones está preso acusado de envolvimento num suposto esquema de rachadinha na Câmara de Aragarças em 2021. O parlamentar foi preso no dia 24 de agosto em casa pela Polícia Civil e na sexta-feira foi transferido da cadeia para o batalhão da Polícia Militar. A defesa do vereador Rones não quis falar mais no momento até mesmo para não atrapalhar a nova tentativa de obter um novo habeas corpus para que o parlamentar seja solto.

O site Araguaia Notícia tentou falar com a presidente da Câmara de Aragarças, Deuzilda, porém ela não respondeu as ligações da nossa reportagem. Duda comentou que iria a tarde na Câmara para saber o que realmente está acontecendo. 



Estão previstos para serem ouvidos mais 4 vereadores aragarcenses pela Dercap (Delegacia Estadual de Combate a Crimes contra Administração Pública) na terça-feira (30/8) em Goiânia. Três foram citados pela juíza para serem ouvidos: Maria Rosa, Deuzilda Moreira Cardoso e Darci Barros.

Já o vereador Nego Leão, também será ouvido, todavia ele não foi citado pela juíza no processo e sim estaria sendo convidado pelo delegado responsável para falar sobre o assunto.

Rachadinha

De acordo com a Polícia Civil, o vereador Rones quando era presidente da Câmara de Vereadores até dezembro de 2021, teria implementado um esquema criminoso para recebimento de pagamentos indevidos por parte de um escritório de advocacia. Até mesmo um vídeo foi anexado no processo em que mostra o vereador recebendo essa quantia.
 
Ao G1 GO, a defesa do vereador afirmou que não irá se posicionar. Já a Câmara de Aragarças ressaltou que "o fato aconteceu na gestão da presidência do ano passado" e que a Câmara está colaborando com a Justiça. Também disse que "a empresa envolvida no fato com o vereador não possui mais contrato com a câmara.
 
O parlamentar foi preso na quarta-feira (24/8), em sua casa. Além da prisão preventiva do vereador, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão: um na casa do vereador, na casa do filho desse vereador e outro na sede da Câmara Municipal de Aragarças.
 
O delegado responsável pelo caso, Cleybio Januário, explicou que o vereador em questão estaria solicitando vantagem de um escritório de advocacia contratado pela Casa Legislativa. Segundo a polícia, o esquema se iniciou em janeiro de 2021 e durou até os dias atuais. Ao todo, ele teria recebido do escritório o valor de R$ 4 mil por mês durante o ano de 2021 e cerca de R$ 2 mil durante o primeiro semestre deste ano.

“O advogado ofereceu a denúncia de que estaria sendo coagido a pagar valores mensais exigidos do então presidente da Câmara de Aragarças para a continuidade do contrato do escritório de advocacia”, explicou Cleybio.
 
Segundo o delegado, o responsável pelo escritório de advocacia teria apresentado os comprovantes de pagamento e um vídeo gravado por ele de um pagamento realizado na sede da Câmara.

“O escritório de advocacia foi contratado por um valor de R$ 13,5 mil mensais no ano passado, e desses R$ 13,5 mil, R$ 4 mil eram em tese repassados todos os meses para o então presidente”, detalhou o delegado. “Ele solicitava também R$ 2 mil reais para garantir o contrato desse escritório nas próximas administrações da câmara”, acrescentou.

A polícia ainda explicou que os demais vereadores citados pelo advogado serão ouvidos para saber se eles possuíam conhecimento sobre a negociação.

Além do cumprimento de prisão preventiva, a polícia explica que foi apreendida uma arma na casa do vereador, também motivando a prisão em flagrante por posse irregular de arma de fogo cujo HC relaxou essa segunda prisão.

O vereador deve responder pelo crime de concussão, podendo pegar de 2 a 12 anos de prisão.
  
Nota da Câmara Municipal de Aragarças na íntegra

“A Câmara Municipal de Aragarças por meio de sua atual presidente, esclarece que o fato ocorreu na gestão
 

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