Fotos: Vasco Aguiar/Adailson Pereira A proposta de implantação do Museu de História Natural do Araguaia (MuHNA) na Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário do Araguaia (UFMT/CUA) surgiu em 2012, mediante o interesse por animais silvestres de duas professoras, Márcia Cristina Pascotto e Luana dos Anjos Ramos.
Logo receberam a ajuda dos professores Silvio Colturato, do curso de Ciências Biológicas e Ivairton Monteiro dos Santos de Ciências da Computação. Na época, muitos animais eram doados já mortos à universidade mato-grossense, o que resultou na ideia de utilizá-los como material didático para os alunos, destinando-os para formação dos estudantes na graduação e desenvolvimento da pesquisa.
A decisão de implantar o museu na universidade surgiu logo, e o próximo passo seria buscar recursos federais. O projeto foi desenvolvido, depois submetido pelo Conselho Nacional de Pesquisa e Tecnologia (CNPq) no ano de 2013, quando recebeu aprovação. O valor disponibilizado pelo órgão foi de 300 mil reais, mas até o momento o CNPq liberou apenas 50% do valor.
Busca de parceria
Pascotto explica que na gestão administrativa anterior da Pró-reitoria do campus, o museu não obteve apoio para ser instalado dentro da universidade. Desta forma, os organizadores do projeto buscaram auxílio com a prefeitura municipal de Barra do Garças, em uma parceria entre a UFMT/CUA e município.
Conforme relata a professora, não houve acordo. Para a prefeitura, a universidade federal deveria arcar sozinha com as despesas, cabendo à instituição municipal a manutenção e investimentos em infraestrutura, como iluminação, rede de energia, vigias, etc.
Após a mudança de gestão no comando da Pró-reitoria, como afirma Pascotto, houve interesse, por parte da nova equipe empossada, pela implantação do museu na UFMT Araguaia, indicando o Espaço Multiuso II, onde funcionava o Restaurante Universitário (RU), como local para sua instalação (foto ao lado)
Apesar do andamento dos trabalhos, Pascotto destaca que, como dependem também de serviços de terceiros para a montagem da estrutura, o processo se torna mais lento. Adianta, no entanto, que a inauguração deverá ocorrer no mês de dezembro deste ano.
Funcionamento
No museu, não será cobrada taxa de entrada e o funcionamento será em dias e horários pré-definidos, com visitas monitoradas, principalmente para as escolas, que deverão agendar data com certa antecedência para visitar a exposição. A ideia, de acordo com a professora, é atingir toda a região de Barra do Garças e cidades vizinhas, as quais não possuem museu de história natural disponível.
O museu da UFMT/CUA contempla três áreas: zoologia, geologia e paleontologia. Essas coleções estão equipadas com tablets e outras atividades interativas para o público visitante. O ambiente também contará com uma sala de cinema, com capacidade para até 50 pessoas, onde poderão ser realizadas palestras, oficinas e exibição de documentários. O espaço também servirá aos professores de educação básica, para atividades que exigem o uso de material audiovisual, porque haverá no local uma televisão de 70 polegadas 3D e lousa interativa.
Sala dos sentidos
Outra novidade presente no espaço é a 'Sala dos sentidos', ambiente destinado às pessoas com necessidades especiais, com acesso ao conteúdo de forma fácil e interativa, diante da tecnologia à disposição. O objetivo é fazer com que todos possam visitar a sala de olhos vendados, explorando os recursos que estejam no ambiente através dos sons, aromas, texturas, etc.
A professora Márcia Cristina Pascotto, faz questão de afirmar que os animais expostos na coleção de zoologia foram recolhidos vítimas de atropelamentos nas estradas e rodovias da região, doados já sem vida para a universidade. Daí então são armazenados em freezers, para depois serem empalhados (taxidermizados).
Atualmente, o MuHNA conta com o apoio da técnica Lusnaiara Rodrigues Lima, três bolsistas de extensão e monitores voluntários dos cursos de Licenciatura em Ciências Biológicas, Biomedicina e Ciências da Computação do campus Araguaia.