Fundadora da OSC, COLETIVO HERDEIRAS DO QUARITERÊ, a doutora em socióloga, professora e ativista cultural Silviane Ramos Lopes da Silva, diz que: “sente-se feliz de ver concretizar no seu estado natal o órgão que receberá, incentivará e apoiará ações afirmativas da música, da pintura, da fotografia, da dança tradicionais, dos movimentos da auto afirmação de nossa gente, um espaço de diálogo entre a disponibilidade governamental e a criatividade mato-grossense.”
Citando dados oficiais, Silviane lembra que: "A produção cultural brasileira tem um impacto significativo na economia do país, contribuindo para a geração de emprego, renda, exportação, arrecadação de impostos e valor agregado. De acordo com um estudo do Instituto Itaú Cultural, a economia da cultura e das indústrias criativas no Brasil representa 3,11% do PIB, o que é superior à indústria automotiva (2,50%) e um pouco inferior à indústria de construção (4,06%)".
Os segmentos que mais contribuem para o crescimento da cultura no Brasil são: Moda, Atividades artesanais, Indústria editorial, Produção audiovisual, Música, Desenvolvimento de software, Jogos digitais, Serviços de tecnologia.
As atividades culturais contribuem para o desenvolvimento econômico com estímulo ao turismo cultural, impulso à indústria criativa, fortalecimento da cadeia de fornecedores locais. E lembrou que sua terra natal, Vila Bela da Santíssima Trindade recebe grande afluxo de turistas quando exibe o congo, o conguinho, o chorado, em sua festa anual de reizados.
Gilda Portella, multiartista, membra do Coletivo Herdeiras do Quariterê e líder religiosa da Umbanda destaca que : "As organizações e instituições ligadas a uma religião que se dedicam a atividades ou a projetos de interesse público e de cunho social distintas das destinadas a fins exclusivamente religiosos poderão finalmente vislumbrar a possibilidade de ter seus projetos apoiados pelo MinC através do Comitê de Cultura".
A fotografa Célia Soares com seu olhar sensível captou nessa noite multicultural imagens de potencializações de vários artistas mato-grossenses da Capital, e do vale do Rio Cuiabá e entorno.
Lígia Viana, Coordenadora do Escritório Estadual Ministério da Cultura em Mato Grosso cientista social, professora de sociologia do Ensino Médio, conhecida no Hip Hop como Red Snake, é ativista cultural desde 2007, fundadora do coletivo Favelativa e Mulheres Hip Hop e sua visão sempre é fortalecer a cena hip hop e a população periférica. Destacada produtora cultural de eventos do movimento hip hop e às artes em geral, pois no decorrer de seu ativismo se reconheceu poeta de slam, grafiteira e educadora popular.
Para ela o Comitê de Cultura faz parte da politica territorial implementada pelo Ministério da Cultura, nesta re-criação do Ministério, compondo a rede da Politica territorial. A relevância do Comitê esta em ser o contato com os fazedores de cultura, desenvolvendo ações como formação, mobilização, comunicação, sobre as políticas públicas do MinC, para todos os fazedores de cultura do Mato Grosso. Na sequência destaca: "A gente sabe que vai ter uma atuação específica em algumas áreas imediatas que são consideradas áreas de vulnerabilidade social, então precisamos também saber, que o Comitê vai ser este mecanismo de interação e mobilização dos fazedores de cultura de Mato Grosso".
Coordenadora do MinC ressalta que: "Eu vejo que para os artistas é um espaço de possibilidades, de se organizar, se profissionalizar, de entender as politicas culturais que estão em vigência como coordenadora deste espaço, tenho sempre considerado que o positivo é estar presente na base em contato direto com gestores, fazedores de cultura, com as pessoas que consomem a cultura também, para nos organizarmos e contribuir na implementação das politicas publicas culturais no Estado de Mato Grosso". Vale destacar que em conjunto o escritório regional apoiará e monitorará tecnicamente as atividades do Comitê de Cultura.
Lígia Viana ressalta que esta rede de Politica territorial que está construída pelo MinC, tem a seguinte configuração: "são os escritórios estaduais que compõem todos os Estados brasileiros, os Comitês de Cultura que são compostos por OSC (Organização da Sociedade Civil), que passaram por um processo de seleção, via editais, e estão presentes em todos os Estados brasileiros e os agentes territoriais de cultura que vão estar em regiões imediatas também nos Estados que estão passando por um processo de seleção, agora finalizando pelas UF’s".
Finaliza sua narrativa mencionando a relevância do Comitê de Cultura em Mato Grosso: "O intuito desta rede de politica territorial que está sendo implementada pelo MinC, é chegar aos gestores, aos fazedores de cultura, como também nas ações afirmativas, que cada território tem dificuldade de acessar, pois se sabe que a politica cultural é direito de todas as pessoas, então ela tem que ter um impacto de atender estas ações afirmativas que são pertinentes nos nossos territórios".
Para Adia Borges, gestora da Casa do Centro: “O Cine Teatro Cuiabá, foi o cenário perfeito para lançamento oficial do Comitê de Cultura, em encontro múltiplo, inclusivo, potente e acolhedor da diversidade cultural do Mato Grosso, chegando em boa hora, para ser um portal de congruência entre a necessidade cultural de nossa gente e a vontade politica de estruturar esta potencialidade cultural de Cuiabá e Mato Grosso”.
