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05/07/2024 às 15h29min - Atualizada em 05/07/2024 às 15h29min

Dona de clínica é investigada por quatro crimes após influencer fazer procedimento estético e morrer em GO

Grazielly da Silva Barbosa se apresentava como biomédica, mas não tem nenhuma graduação em ensino superior. A clínica dela foi interditada pela Vigilância Sanitária por não ter alvará.

G1 GO
Araguaia Noticia
Dona de clínica estética, Grazielly da Silva Barbosa (esquerda) e influenciadora digital Aline Maria Ferreira, que morreu após procedimento estético (direita) — Foto: Reprodução/Redes Sociais
A Polícia Civil de Goiás investiga Grazielly da Silva Barbosa, dona da clínica estética Ame-se, de Goiânia, por quatro crimes diferente; veja detalhes abaixo. Todos eles têm relação com a morte da influenciadora digital Aline Maria Ferreira, de 33 anos, após ela ter feito um procedimento estético para aumentar os glúteos com a investigada.

A empresária foi presa na quarta-feira (3) e a clínica dela foi interditada pela Vigilância Sanitária por não ter alvará de funcionamento e nem responsável técnico. O g1 pediu um posicionamento à defesa de Grazielly, mas não recebeu resposta até a última atualização da reportagem.

De acordo com a delegada Débora Melo, responsável pelo caso, Grazielly está sendo investigada por crimes contra as relações de consumo, ao ter mentido sobre sua qualificação, induzir pacientes a erro por não prestar informações adequadas a respeito dos procedimentos que eram realizados e, também, por não explicar quais eram os riscos envolvendo a aplicação de polimetilmetacrilato, substância plástica conhecida pela sigla PMMA.

Fora isso, Grazielly também é investigada por exercício ilegal da medicina e execução de serviço de alta periculosidade. Segundo a delegada, a empresária não confirmou ter usado PMMA na influenciadora, tendo mudado de versão algumas vezes.

“Em alguns momentos ela (Grazielly) falava que era PMMA, em outros momentos ela falava que era bioestimulador. É por isso que os objetos que nós apreendemos serão periciados para comprovar de fato qual foi a substância utilizada. Mas, de acordo com o relato das testemunhas, era, sim, o polimetilmetacrilato”, afirmou a delegada.

Paralelo a isso, foi aberto outra investigação sobre a possível lesão corporal seguida de morte da influenciadora Aline Maria. A delegada aguarda a conclusão de um laudo pericial que vai indicar se o preenchimento no bumbum teve ou não relação com a morte da influenciadora.

Sem graduação

Grazielly se apresentava como biomédica, mas, para a polícia, explicou que cursou somente três semestres de medicina no Paraguai, além de ter feito cursos livres na área.

Segundo a delegada Débora Melo, Grazielly não apresentou nenhum certificado que comprove a conclusão desses cursos até a tarde de quinta-feira (4). E, portanto, ao que tudo indica, não tem competência para atuar na área.

R$ 3 mil para aumentar bumbum

Durante buscas feitas na clínica, os policiais não encontraram contratos de prestação de serviços, prontuários ou qualquer documento que registrasse a entrevista com pacientes. Isso, segundo a polícia, indica que não houve checagem se Aline tinha alguma condição de risco. Essa etapa deveria ser a primeira a ser feita antes da realização de qualquer procedimento.

No dia do procedimento, segundo a delegada, a região do bumbum da influenciadora foi higienizada e, em seguida, Grazielly fez marcações de onde o produto seria aplicado. O marido da influenciadora, que acompanhou a realização do procedimento, diz que foi feita a aplicação de 30ml de PMMA em cada glúteo.

Segundo uma testemunha, deveriam ter sido feitas três sessões de aplicação do produto, mas a influenciadora morreu depois da primeira sessão. Ela pagou R$ 3 mil.

Morte de influencer

Aline veio de Brasília para Goiânia e passou pelo procedimento no dia 23 de junho. O marido da influenciadora disse à polícia que a cirurgia foi rápida e eles retornaram para Brasília no mesmo dia, com Aline aparentando estar bem, apesar de já sentir muitas dores.

Com o passar dos dias, segundo a delegada, as dores não diminuíram e a influencer passou a apresentar fraqueza e febre. À polícia, o marido afirma ter entrado em contato com a clínica, que justificou que a reação "era normal" e que Aline "deveria tomar um remédio para febre".

Mesmo medicada, a influenciadora continuou com febre, e na quarta-feira (26), começou a sentir dores na barriga. Na quinta-feira (27), Aline piorou e desmaiou. Ele a levou ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran), onde ficou por um dia, pois a unidade não tinha Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Depois, Aline foi transferida para um hospital particular da Asa Sul. Lá, precisou ser entubada na UTI e teve duas paradas cardíacas. Ela morreu na terça-feira (2). O corpo de Aline foi velado e sepultado na quinta-feira (4), no cemitério Campo da Esperança do Gama.

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