Quase dois anos após a jovem Vanessa Oliveira Costa desaparecer sem deixar vestígios, a família não perde as esperanças de encontrá-la com vida.
A gente nunca imagina que algo assim possa acontecer com a gente. É muito dolorido, só que passa por algo assim, sabe a dor que é
Moradora de Várzea Grande, Vanessa, então com 21 anos, foi vista pela última vez na noite de sábado do dia 2 de julho de 2022, em uma tabacaria do Bairro Jardim Paula 2.
A diarista Rosa de Oliveira, de 41 anos, mãe da jovem, diz acordar todos os dias sendo consumida pela incerteza do que pode ou não ter acontecido com a filha.
“Todos os dias acordo com a dúvida de ‘para onde ela foi?’, ‘o que fizeram com ela?’. A gente nunca imagina que algo assim possa acontecer com a gente. É muito dolorido, só quem passa por algo assim sabe a dor que é”, diz.
“Quero saber o que aconteceu, se alguém fez alguma coisa com ela, ou se ela está por aí em algum lugar escondida. Não sei”, completou.
Dia do sumiço Rosa conta que a filha, à época com 21 anos, gostava de sair e se divertir e costumava passar os finais de semana fora de casa, mas, segundo ela, nunca ficava sem dar notícias.
Vanessa morava na casa do padrasto e saiu na noite daquela sexta-feira (1) para ir a uma festa. Ela não voltou e emendou o final de semana fora de casa.
Ainda no sábado, Rosa falou com a filha, que disse estar bem. Sem que ela soubesse, aquele seria o último contato com a jovem antes do desaparecimento.
“Desapareceu entre sábado e domingo. Viram ela pela última vez numa tabacaria com um rapaz desconhecido. Ao menos, quem me contou disse que nunca tinha visto esse rapaz”.
Para Rosa, tudo é muito estranho, uma vez que a jovem namorava um outro rapaz a quem ela apresentou e era conhecido da família. O jovem não estava com Vanessa quando tudo aconteceu.
“Ela tinha essa mania de sair assim, mas sempre dava um jeito de falar comigo. Se estivesse sem celular pegava o de alguém e mandava mensagem”, afirmou.
Por esse hábito da filha, Rosa tardou em se dar conta de que ela estava desaparecida.
“Como falei com ela no sábado, fiquei achando que estivesse na casa de alguém, como sempre ela fazia”.
Foi na terça-feira (4) que ela se deu conta de que Vanessa havia mesmo desaparecido, e procurou a Polícia. “Aí sim fui me apavorando, ligava e ligava no celular dela e já estava desligado”, afirmou.
Conversa estranha Rosa disse nunca ter tido conhecimento de que a filha pudesse estar sendo ameaçada ou envolvida em qualquer coisa perigosa ou ilícita. Mas recorda de uma conversa estranha.
“Ela nunca contou nada sobre isso. Às vezes acho que ela tinha alguma coisa para falar, mas sempre dizia que estava bem. Às vezes ela chegava aqui e ficava quieta, me olhando, como se quisesse falar alguma coisa”, disse.
“Lembro que uma vez chegou em casa e falou ‘mamãe, uma amiga me convidou para ir longe daqui, mas falei que não vou, eu não tenho coragem de ir’. Ficou por isso mesmo, achei que estivesse brincando”, recordou.
Saudade diária Rosa conta que tinha na filha uma amiga, uma confidente. “Pra mim e pros amigos, ela era uma jovem alegre, que gostava de brincar e se divertir. Ela não morava comigo, mas nos falávamos todos os dias e ela sempre estava aqui em casa”, disse.
“Ainda tenho esperanças de encontrar ela viva, mas é difícil, elas estão quase acabando”, disse.
As buscas Rosa disse estar desapontada com a Polícia diante da falta de respostas.
“Já são quase dois anos e a Polícia não faz nada. Quando eu ligo, falam que estão procurando, colocam o cartaz na mídia, mas eu paro de ligar e eles esquecem".
“Se fosse um rico, eles estavam investigando. Eles querem pista, querem pista, querem que eu ache a pista para levar para eles? Eu não sou investigadora! Essa é minha revolta”.
Segundo a Polícia Civil, o Núcleo de Pessoas Desaparecidas da DHPP realiza diligências para localizar Vanessa. No entanto, não entraram em detalhes sobre as investigações feitas no momento.
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