10/11/2023 às 20h38min - Atualizada em 10/11/2023 às 20h38min
Amigos realizam último desejo de Papai Noel e corpo é entregue a UFMT; leia carta de Amarílio
Araguaia Notícia
O professor de esperanto, ambientalista e ator Amarílio Carvalho, de 91 anos, recebeu uma série de homenagens na quinta-feira à tarde (9/11) em Barra do Garça-MT e ao final ele não foi enterrado. Sim, Amarílio entra para imortalidade da ciência. Atendendo um pedido do próprio artista, o corpo do aposentado foi entregue ao campus da UFMT de Pontal do Araguaia para se tornar um experimento de estudos.
Amigos conseguiram achar a carta que Amarílio com o pedido inusitado e que foi escrita em 24 de novembro de 2021 (em plena pandemia) endereçada ao ex-pró-reitor da UFMT-BT, professor aposentado José Pessoa. Detalhe: Amarílio revelou na carta que desde de 1962 tinha essa ideia de quando morrer deixar o corpo para uma universidade, naquela época, ele pensou na Faculdade de medicina da Guanabara no Rio de Janeiro.
O velório de Amarílio foi na Câmara Municipal. Acompanhe logo abaixo reportagem do Araguaia Notícia.
Leia a carta de Amarílio, de 2021 Ao excelentíssimo senhor professor José Pessoa, magnífico pró-reitor UFMT de Barra do Garças- Mato Grosso. Caríssimo professor, desde muito jovem sonho em doar meu corpo, pós-morte, para transplante de órgãos ou simplesmente exercícios de dissecação anatômica e atualmente com 88 anos (carta escrita em 2021) já chegando a nove décadas de vida tem ouvido incessantes vozes de profetas da esquina... Que me falam sobre A grande viagem do velho Papai Noel para breve.
Mas... na realidade... alimento outros sonhos também, isto é, chegar aos 100 anos em 1º de maio de 2033 para viver e comemorar a grande emoção junto à familiares e amigos. A lei de Deus é para todos sem exceção. Não ouso implorar milagre de vida eterna... nunca me esquecendo de cuidados especiais.
Não fumo, não tomo bebidas alcoólicas e sou vegetariano. Somente me alimento com peixe, ovos, saladas e frutas estão no meu cardápio diário sinto-me saudável graças ao meu pesado e cansativo trabalho voluntário de jardineiro durante 30 anos no parque das Águas Quentes, interrompido faz pouco tempo, proibido por causa da pandemia.
Vale frisar que há mais de 20 anos só tomam um remédio Aloe Vera, enquanto os meus amigos da minha faixa-etária tomam 15 medicamentos por dia e gastam centenas de reais. Explicações no final desta carta.
Caríssimo mestre José Pessoa, encarecidamente rogo analisar o meu pedido referente a doação do meu corpo pós-morte a UFMT para aprendizados de alunos da faculdade de medicina em Cuiabá. Sim sei que meu pedido é muito grande, bem maior do que a Serra do Roncador, mas também sei e tem a total certeza de que vossa bondade tornará meu pedido muito pequeno. Cordiais saudações e sinceros agradecimentos do Velho Noel.
Em anexo ele encaminhou para provar que o sonho de doação do corpo dele é antigo, cópia de correspondência enviada à universidade do Estado da Guanabara no Rio de janeiro em 13 de fevereiro de 1962 onde pedia a mesma coisa.
Em abril de 2001 ao iniciar o estudo da vida de Tiradentes, descobri que o nosso Marte da independência era médico naturalista a todos informava e aconselhava com muito fervor: o frei José Mariano da Conceição Veloso botânico de prestígio no Rio de janeiro me ensinou tudo sobre o valor medicinal das plantas e sempre tem destaque ao Aloe Vera a popular ‘babosa’ que tem no seu quintal e se trata de uma farmácia completa para curar todos os males.
Acreditei nas palavras de Tiradentes, em forma de gratidão, desfolhando vários livros sobre a vida do bravíssimo herói de Minas gerais, organizei a peça teatral ‘O Joaquim José Martin com fé apresentada 49 vezes Brasil afora e que já foi aplaudida por ocasião do congresso de Esperanto na Argentina, Bélgica, França, Holanda e Vietnã. No próximo ano nossa peça teatral estará na programação oficial do 8º congresso africano de Esperanto no Senegal.
Haja Coração.
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