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04/05/2023 às 09h20min - Atualizada em 04/05/2023 às 09h20min

Suspeito de articular ataque a Confresa (MT) passa por audiência de custódia e diz que trabalha com garimpo ilegal em terra indígena

Prisão do suspeito foi feita pela Polícia Civil do Mato Grosso, com apoio da PC do Tocantins, em Araguaína. Ele teria alugado casa usada por criminosos que tentaram assaltar transportadora de valores.

G1
O homem apontado como principal articulador logístico da tentativa de roubo a transportadora de valores em Confresa (MT) passou por audiência de custódia e disse à Justiça que trabalha em garimpo ilegal em área indígena. Ele está preso na Casa de Prisão Provisória de Araguaína, no norte do Tocantins.
 
O suspeito não terá a identidade divulgada nesta reportagem porque existe a suspeita de que tenha apresentado um nome falso durante a audiência de custódia. A Defensoria Pública, que fez a defesa dele, informou que foi indicada automaticamente para a defesa do réu citado pela reportagem em razão deste não ter constituído advogado. 
O homem de 30 anos foi localizado pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e Delegacias da Regional de Confresa, da Polícia Civil do Mato Grosso. A prisão aconteceu no fim de semana, em cumprimento a ordem judicial, com apoio da 3ª Divisão Especializada de Repressão ao Crime Organizado (Deic) de Araguaína.
Durante a audiência de custódia o preso foi questionado sobre como aconteceu a prisão e se teve os direitos constitucionais respeitados. O juiz não fez perguntas sobre o crime que é investigado, mas o suspeito respondeu sobre suas atividades e disse que trabalhava em garimpo ilegal em Cumaru do Norte (PA).
  • Juiz: Esse garimpo o senhor tem decreto de lavra ou é clandestino?
  • Suspeito: Clandestino, na área indígena.
O vídeo do depoimento foi publicado pelo Jornal do Tocantins e confirmado pelo g1. O suspeito segue preso em Araguaína.

O que diz a defensoria

A Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO) informa que foi indicada automaticamente para a defesa do réu citado pela reportagem em razão deste não ter constituído advogado(a).
 
Como o processo de prisão é do Mato Grosso, a Justiça abriu um novo processo no Tocantins apenas para a realização da audiência de custódia, que após concluída teve o processo encerrado. O custodiado, após a prisão e audiência, segue à disposição da Justiça do Mato Grosso.
 

Investigação

Segundo a PC mato-grossense, o suspeito tinha fugido para o Tocantins depois que outros dois investigados por darem suporte à quadrilha foram presos em Redenção (PA), em cumprimento a mandados judiciais, na semana passada.
 
No Pará, a polícia encontrou duas casas que serviram de base para os criminosos, antes da tentativa frustrada de roubar a transportadora de valores. O grupo pretendia levar cerca de R$ 60 milhões.
 
Imagens divulgadas pela polícia mostram o momento em que o bando saiu das casas e seguiu em direção a Confresa (MT), pela BR-158, em cinco automóveis de luxo blindados e outros veículos.
 
Uma das casas foi alugada pelo homem preso em Araguaína, que usava nomes falsos e é investigado por outros crimes no Tocantins. Segundo a polícia, além do apoio ao bando em Redenção, ele participou de todo o planejamento do ataque a Confresa (MT).
 
“Essa prisão no Tocantins é resultado da continuidade do trabalho de investigação feito em Redenção, quando identificamos, descobrimos também que ele tinha fugido para Araguaína. Ele é o mais importante apoio logístico do grupo em Redenção”, explicou o delegado titular da GCCO, Gustavo Belão.
 
Além destas três prisões feitas pela Polícia Civil do Mato Grosso, mais dois suspeitos de participação no crime foram presos no Tocantins durante a Operação Canguçu. Além das prisões, 15 integrantes do bando morreram em confrontos com a polícia no interior do Tocantins.
 

Operação Canguçu

Depois da tentativa de roubo frustrada a maior parte do bando fugiu para a zona rural do Tocantins e começou a ser perseguida por uma força-tarefa com cerca de 350 policiais de cinco estados. Essa operação foi chamada de Canguçu e já dura 23 dias.
 
Fortemente armados, inclusive com fuzis furtados da Polícia Militar de São Paulo, os criminosos têm feito pessoas reféns em fazendas e até na área urbana de Marianópolis. Uma família ficou sob poder dos criminosos por oito horas. Áudios divulgados nas redes sociais mostram o medo dos moradores.
 
As buscas continuam sem um prazo para acabar. No início desta semana a PM reforçou a orientação para que a população da região evite os deslocamentos, sobretudo na rodovia TO-080 e em suas proximidades, devido à presença na região dos criminosos que permanecem fortemente armados.

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