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24/06/2021 às 18h03min - Atualizada em 24/06/2021 às 18h03min

Ex-comandante do Bope vê semelhanças entre caçada a Lázaro e combate ao Novo Cangaço: “desencontro de informações e dados fantasiosos"

Olhar Direto
Araguaia Notícia
Desencontro de informações e dados fantasiosos são alguns dos fatores apontados pelo coronel da Polícia Militar de Mato Grosso (PMMT)  Gilson Farid, que tem dificultado o processo de captura do foragido Lázaro Barbosa, suspeito de matar quatro pessoas de uma mesma família ainda no início mês, em Ceilândia, no Distrito Federal. A convite do Olhar Direto, o ex-comandante do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), bacharel em Direito, com cursos de Operações Policiais na Polícia Americana e Gerenciamento de Crise com oficiais de Israel, denotou as dificuldades do processo policial que já dura mais de duas semanas. 

No último dia 22 de junho completaram duas semanas da morte de Cláudio Vital, 48, seus dois filhos, um de 21 anos e outro de 15, e de sua mãe, Cleonice Andrade, 43. Nos três primeiros óbitos, segundo a polícia, os corpos foram encontrados em casa com marcas de tiro e faca. No último, da mãe, a localização do corpo foi feita em um córrego, com um tiro na cabeça. Para os agentes militares, o que ambos crimes têm em comum é o seu autor: Lázaro Barbosa, que nesta quinta-feira (24) é pelo 16º dia consecutivo o alvo de uma busca incessável das forças de segurança de Goiás. 

“As principais dificuldades são muitas, entre as mais relevantes, estão a existência de várias forças na operação, trazendo por múltiplas e diferentes gerências, diferentes condutas de agirem. Somado ao fator tempo, terreno extenso e com variadas fontes de camuflagem e alimentos, dando uma importante vantagem para o marginal. Muitas propriedades rurais foram abandonadas, isso facilitou um apoio preponderante a favor do criminoso”, explica o coronel Farid sobre as principais entraves na localização do foragido. 

De acordo com o agente, pesam, além disso, o grande fluxo de informações sobre o caso. Desde o início das operações, segundo a Polícia Civil, o disque denúncia de Goiás já recebeu mais de quatro mil ligações, na maior parte das vezes, para opinar sobre o caso. O coronel ressalta ainda, que nessas chamadas ocorre a relatoria de informações que não são verdadeiras.

“Um agravante nessa perseguição é o desencontro de informações e a variedades de informes dado pelos moradores da região, muito fantasiosas. Acredito que são muito poucos os vestígios deixados pelo criminoso, pois o seu conhecimento do terreno e com uma possível existência de apoio, podem dificultar o encontro de rastros”. 

Nesta quinta, segundo informações da imprensa local, Lázaro teria afirmado, durante uma ligação feita à mãe, que não age sozinho. De acordo com a Polícia Civil, o contato teria sido feito enquanto as buscas já estavam em andamento, o que reforça a tese de que ele esteja recebendo apoio durante a perseguição. Os agentes também não descartam a hipótese de que ele tenha contado, inclusive, com auxílio durante a chacina cometida contra a família, no Distrito Federal.  

Atualmente, as buscas de Lázaro acontecem em regime de revezamento de forma ininterrupta, onde centenas de policiais estão espalhados na região de Girassol, em Goiás. A ação conta também com o bloqueio de rodovias, para que seja feita a verificação de veículos, impedindo assim que ele consiga fugir para outro estado. As equipes trabalham nos dois lados da BR-070, que liga Goiás a Mato Grosso. 

“Ele será preso em breve, pois a dimensão do aparato de tropas, somado com os equipamentos altamente especializados em busca, somado com o cansaço físico e mental, vão  fazê-lo cometer alguma falha”, comenta Farid sobre a perseguição, apesar do tempo que se estende. 

Para o coronel, a operação que as forças de segurança de Goiás desenvolvem nesse momento, podem ser comparadas, inclusive, às operações que a Polícia Militar de Mato Grosso desempenha no combate ao “Novo Cangaço”, método violento de roubo a banco onde os criminosos utilizam as vítimas como escudo. Ultimamente, estes registros têm ocorrido com maior frequência na região norte do estado. 

“Os sucessos do Bope [Batalhão de Operações Policiais Especiais] de Mato Grosso nessas difíceis e arriscadas operações de caça aos bandos do novo cangaço são tão complexas [quanto ao caso Lázaro] e de natureza terríveis para a tropa em virtude do treinamento, armamentos e organização desses assaltantes de banco. A PMMT [Polícia Militar de Mato Grosso] é hoje uma das melhores corporações que realiza, com um altíssimo grau de competência e sucesso, a perseguição, localização e prisão de marginais no Brasil”, finalizou.

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