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01/11/2017 às 06h56min - Atualizada em 01/11/2017 às 06h56min

Escritor ressuscita personagem Garçom Performático e se apresentará dia 5/11 em Barra do Garças

Diário de Cuiabá
O personagem Garçom Performático do escritor Luiz Renato de Souza Pinto está de volta com apresentação dia 4/11 em Rondonópolis e depois no dia 5/11 em Barra do Garças. Acompanhe essa reportagem do Diário de Cuiabá sobre o escritor.

Ele não esconde a satisfação de ser um dos ganhadores do Prêmio MT Literatura. Defende a lisura do pleito e fica mordido quando alguém, querendo atacar a figura do governador José Pedro Taques, passa a querer desmerecer o prêmio. Isso não.

Embora faça uma autocrítica, lembrando que antigamente – todos que já passaram dos 50 podem falar ‘antigamente’ – acreditava que um selo comemorativo, ou de referência ao prêmio na capa do livro, desmerecia a obra. Hoje, no entanto, vê o selo “Prêmio MT de Literatura” na capa da obra “Gênero, Número, Graal” ( Carlini&Caniato Editorial ) como uma importante referência ao seu trabalho de poeta. 

Outro ponto destacado para a manifesta satisfação é que fazem mais de 20 anos que Luiz Renato não publicava um livro de poemas. “Sempre me considerei um poeta bissexto”. Porque ‘bissexto’? Por que Luiz Renato faz uma distinção entre o escritor (prosa) e o poeta. Ele explica essa distinção quando alguém o chama de poeta ao que ele retruca: “Rapaz, quando escrevo poesia eu brinco com as palavras e quando escrevo sério é prosa”. 

Entendido isso, o novo livro de poemas de LRSP traz uma série de sacadas que fazem o leitor rir, como uma espécie de trocadilhos, mas que provocam também uma reflexão. 

Os poemas não tem títulos, mas estão numerados, e o de 35 é apenas na arena. 

Talvez os jovens muitos jovens não saquem, mas- como já disse – os mais de 50 sacam na hora. A arena é uma referência à Aliança Renovadora Nacional (ARENA) e mdb (emedebe) ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), os dois únicos partidos, que não podiam ser identificados como partidos por cismas dos militares golpistas de 1964, criados após as eleições de 1965 por meio do AI-2.

A Arena aceitou bem o disfarce e chegou a ter Arena 1 e Arena 2 e após o ciclo militar, depois foi PDS. O PDS, posteriormente alterou seu nome para Partido Progressista Renovador (PPR), depois para Partido Progressista Brasileiro (PPB) e hoje se chama Partido Progressista (PP). Por conta de Maluf surgiu a Frente Liberal, que se tornou PFL e hoje Democratas. Enquanto o MDB colocou apenas um “P” na frente e tornou-se o PMDB, hoje um aglomerado político...

Antes, por conta de Orestes Quércia uma turma saiu do partido e fundou o PSDB e hoje PMDB e PSDB, um a outra face do outro... Lembro tudo isso lendo o poema de Luiz Renato. 

O poema 2 também é político: 

pegar o touro a unha 

já que não posso pegar o cunha 

O Cunha, Eduardo Cunha, está encarcerado (até quando?), como mote de disfarce para se prender Luiz Inácio Lula da Silva, conforme anunciam os integrantes da republica de Curitiba. 

O livro de Luiz Renato anterior a este foi Cardápio Poético (1993), lançado quando morava no Rio de Janeiro e levantou junto a sindicatos, ongs e partidos 1.200 dólares e fez uma edição de 2 mil exemplares e, com esse livro debaixo do braço, Luiz Renato viajou 97 cidades de 17 estados do Brasil, falando e divulgando a sua literatura. 

Para essa viagem ele criou o personagem Garçom Performático que oferecia o “Cardápio Poético” que agora está voltando. Luiz Renato brinca: “Pink Floyd já voltou, The Who voltou, por que o garçom não pode voltar?!?” 

A volta triunfal acontece neste próximo sábado, 4 de novembro, no Casario – Casa do Rio? -, em Rondonopolis, em um evento multimídia com participação também de Amauri Lobo. O segundo evento será 5 de dezembro, na UFMT de Barra do Garças; no dia seguinte estarão em Goiás Velho, e a temporada fecha com Cariri, Petrolina, Uricuri (PE), Crato e Juazeiro do Norte (CE). 

Luiz Renato tem publicado “Matrinchã do Teles Pires” (1998) e “Flor do Ingá” (2014), ambos romances, e em parceria com o pernambucano Carlos Barros, “Duplo Sentido” (2016), este último de crônicas e já comentado aqui no DC Ilustrado.. 

Os romances tratam da colonização do norte do Mato Grosso ao longo da ditadura militar, projeto transformado em trilogia. Flor do Ingá foi lançado em várias cidades nordestinas entre 2014 e 2015. 

Graduado em Letras, pela Universidade Federal de Mato Grosso (2001), Mestre em História pela mesma universidade (2005) e Doutor em Literatura em Língua Portuguesa pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2012). 

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