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19/09/2015 às 15h51min - Atualizada em 19/09/2015 às 15h51min

Vereadora de Goiânia participa de Expedição Araguaia que teve início em Barra do Garças

Boto Blog / Kayc Alves
Cristina Lopes Afonso à direita com Microfone e Jacqueline Secretaria de Meio Ambiente de Goiás à esquerda
A vereadora de Goiânia Cristina Lopes Afonso (PSDB-GO) esteve presente na segunda edição da Expedição Araguaia. A vereadora, pela primeira vez envolvida na Expedição, vem somar como representante da Câmara dos Vereadores da capital. Natural do estado de Paraná, Cristina Afonso mora em Goiânia desde 1991 e recebeu a titulação de cidadã goiana em 1994. “Em Goiás é que eu encontrei minha vida, renasci e reconstruí”, revela.
 
Em entrevista ao BotoBlog no segundo dia do evento, Cristina expande a discussão expondo a importância de políticas públicas sustentáveis e admite preocupação com a atual situação do meio ambiente. “É igual aquele jovem que herdou tudo do pai e da mãe e que não dá o menor valor pelo que ele tem na mão. Ele começa a dar valor na hora que ele começa a perder. Então acho que nós estamos vivendo esse momento”, avalia sobre a escassez de água em São Paulo. Mas não acha que tudo está perdido. Aponta falhas na condução atual do problema e apresenta soluções. Acredita no potencial educador de iniciativas de conscientização como aExpedição Araguaia e apoia tais ações.
 
Você vai acompanhar toda a Expedição Araguaia?
Vou acompanhar. Eu venho participando da organização já há dois meses, sempre com a perspectiva de educar as pessoas. Uma demonstração de que você pode e deve manter o rio limpo. Esse recolhimento de lixo, entulho, no pós-temporada pode ser um exercício de educação para as pessoas nas próximas temporadas. É um absurdo o que a gente acha. Cadeira, pneu, sapato. É uma coisa que nos dias de hoje, você sabendo e entendendo a falta de água, a escassez da água, como recurso vital da nossa vida, para manutenção da nossa vida, como que você suja a beira do rio?
 
Você é daqui mesmo?
Eu sou nascida no Paraná. Sou goiana por titulação. Recebi o título de cidadã goiana em 1994. Moro em Goiânia desde 1991. E eu reconstruí, refiz a minha vida no estado de Goiás. Eu sou nascida no Paraná e vim pra Goiás em 1986 para tratar as minhas queimaduras e em Goiás é que eu encontrei minha vida, renasci e reconstruí.
 
O que você está achando da Expedição?
Eu estou achando maravilhosa. A natureza é exuberante. Você se senti muito pequeno diante da grandeza da natureza, da grandeza de um rio como esse. E você vê as margens do rio, a vida como ela circula dentro de um ritmo de rio. Ela é completamente diferente, não é? A população ribeirinha. Como a vida pode ser simples para muitas pessoas. O que me choca é como a mão humana pode destruir tanta grandiosidade. Então é esse o legado que a gente tem como pessoa pública. O nosso grande legado é proteger e preservar essa natureza.
 
Você tem visto ações de conscientização como essa em Goiás?
Muito poucas. Nós tivemos a muitos anos atrás um grupo que se chamava Nativo que nasceu com essa intenção. Já lá nos anos 80 ele nasceu com essa intenção de preservar o rio. Mas essas ações são muito caras. Você precisa de combustível para tocar o barco, precisa de pessoas para recolher o lixo, precisa de instrutores para levar informação de preservação. Então essas ações têm que ser abrigadas pelo poder público, dentro de uma política pública que envolva não só o governo do estado de Goiás, mas também o governo federal. Porque esse patrimônio tem que ser preservado pelo IBAMA. O Instituto de Meio Ambiente é fundamental numa ação como essa. O Brasil é muito rico. É igual aquele jovem que herdou tudo do pai e da mãe e que não dá o menor valor pelo que ele tem na mão. Ele começa a dar valor na hora que ele começa a perder. Então acho que nós estamos vivendo esse momento, onde nós estamos começando a perder e se a gente não acordar a situação vai ficar muito crítica. Mas todo esse trabalho tem que emanar do poder público. Como aqui [na Expedição Araguaia] que tem o apoio da Superintendência de Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Isso é fundamental.
 
Qual a importância desse tipo de evento que mistura o turismo, a preservação ambiental e a cultura local também?
Eu acho isso genial. Num único momento você trabalhar a questão do meio ambiente, a questão da preservação e mostrar a sua cultura, a inspiração que essa natureza traz. Hoje o luau vai ter essa motivação, ele é basicamente ritmo e música baseado no rio Araguaia. E o turismo sustentável. Mostrar a estrutura que você tem, onde você tem que construir uma estrutura, levar um banheiro químico, levar toda uma estrutura para você ficar na beira do rio. E nessa situação você encontra tudo, tem conforto, tem um bom quarto, com água quente no chuveiro, com uma televisão, que eu até acho desnecessária, mas você tem, você tem uma cama boa. Você pode perceber que esses lugares acabam chamando muito mais atenção de estrangeiros do que de brasileiros, não é? Eu tenho certeza que muitos goianos não conhecem essa estrutura aqui de turismo. Então isso é importantíssimo e é claro que a gente vai levar essa mensagem também.
 
Para você, o evento conseguiu alcançar sua meta em relação ao número de participantes, ao número de envolvidos?
Eu acho que sim. Nós não temos uma grande estrutura ainda. As pousadas não conseguem abrigar um número maior do que esse. Eu acho que para que o evento se destina, conseguiu alcançar. Mas ele pode chamar a atenção e abrir possibilidade de trabalhar mais a questão ambiental. Eu acho que essa atenção pode ser chamada através do próprio evento.
 
O que pode ser feito para elevar a pauta da água em Goiás?
Nós temos um governo que tem uma preocupação com a questão hídrica, que construiu a estação de tratamento de esgotos, e agora constrói uma importante obra para captação de água para cidade de Goiânia. Existe uma preocupação. Agora isso também vem dessas ações. AExpedição Araguaia, por exemplo, no final dela, ela pode propor alguma coisa para o governo de Goiás. Eu tenho certeza que o governo é aberto para isso. Mas na minha opinião o mais importante é a fiscalização. Tem que haver fiscalização e tem que haver contra partida. Por exemplo, um ribeirinho que está aqui há 30 anos na beira do rio, você não tem como tirar essa pessoa do lugar onde ela está mesmo ela estando em lugar inadequado, porque muitas vezes desrespeita o distanciamento da margem do rio. Mas ela poderia ser incentivada e ter que cumprir uma meta de plantar quinhentas árvores no ano. Sabe, eu acho que isso é uma coisa que dá pra você colocar em prática, dá pra ser vivenciado por aquela população. Mas você precisa de fiscalização e essas pessoas precisam chegar nessa população. Precisamos de gente no rio. Não adianta eu estar lá num gabinete fechado, no ar condicionado. Não vai resolver o problema.
 
O que é o programa Araguaia mais Limpo? Como ele está organizado?
O Araguaia mais Limpo é um programa da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos que hoje é uma superintendência. O Araguaia mais Limpo é um programa de educação ambiental, onde vem vários técnicos dessa superintendência fazendo trabalho de educação durante a temporada do rio Araguaia. Então eles passam nos acampamentos, entregam uma cartilha, fazem uma palestra, entregam sacos de lixo e é isso que a gente vem fazendo também em conjunto com a Expedição Araguaia.
 
Falando do meio ambiente de uma forma mais ampla, ainda no contexto do estado de Goiás, o que mais o governo do estado tem feito em prol da preservação do Cerrado?
A Frente Parlamentar de Proteção ao Cerrado, depois de muitos anos sendo pressionada pela superintendência, finalmente sai do papel. A situação de São Paulo ligou o sinal vermelho para muitos estados. São Paulo que é o nosso maior estado, o estado mais rico desse país está vivenciando uma escassez de água. Então finalmente a superintendência consegue tirar do papel e criar a Frente Parlamentar em Proteção e Defesa do biossistema do Cerrado. E nós esperamos que essa frente parlamentar possa criar as políticas de proteção a esse bioma. Eu, na Câmara Municipal de Goiânia, vou propor a Frente Parlamentar de Proteção do João Leite e do Meia Ponte, que são os grandes rios que abastecem o município de Goiânia. E essa frente parlamentar teria a autonomia para estabelecer as políticas públicas e essas políticas serem abrigadas tanto pela prefeitura quanto pelo governo do Estado de Goiás.

Por Kayc Alves





















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