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18/12/2014 às 18h48min - Atualizada em 18/12/2014 às 18h48min

Com custo de R$ 300 mil por mês, governo abandona Arena Pantanal; há mato, lixo e depredação

KEKA WERNECK - REPÒRTER MT
Repórter MT

Apenas cinco meses após a Copa do Mundo, a situação da Arena Pantanal, que sediou quatro jogos do mundial tendo que manter, nesse período, o alto padrão exigido pela Fifa, agora dá sinais de total abandono, fazendo lembrar o bom e velho Verdão.

Lixo se acumula em meio à água parada, o que pode servir de reservatório para o mosquito da dengue. Vidro quebrado na lateral da Arena em um dos jogos realizados este ano no estádio ainda não foi substituído. Há indícios de que guichês estejam servindo de abrigo para usuários de crack. Um dos banheiros públicos, além de mal acabado, está sujo e impróprio para o uso. Uma parte do teto caiu na entrada e o mato já toma conta do estacionamento.

Em pelo menos dois jogos de grande porte realizados na Arena este ano faltou água nos vestiários. O técnico Ney Franco, do Vitória (BA), chegou a comentar, em entrevista coletiva para a

A futura concessionária deverá desembolsar aproximadamente R$ 666 milhões de reais ao longo da Concessão de 30 anos, equivalente a R$ 22 milhões por ano.
imprensa, no dia 23 de outubro deste ano, após a disputa com o Corinthians pelo Campeonato Brasileiro: "isso é triste, porque mal terminou a Copa e a manutenção dos estádios já está dando problemas". Um outro problema detectado é o mau cheiro provocado pela urina no entorno da Arena, principalmente, em dia de jogo.

Procurado para tratar do assunto via chefia de gabinete, o secretário Maurício Magalhães, da Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa), não retornou as ligações do RepórterMT até o fechamento desta matéria.

Já a direção da Federação Mato-grossense de Futebol (FMF) explicou, através da Assessoria de Imprensa, que não tem responsabilidade com o estádio, que o Governo é o responsável pela manutenção da Arema e também não quis opinar sobre o caso.

A Arena custou mais de R$ 600 milhões aos cofres públicos e, conforme estudo prévio feito pela Secopa, a outorga mínima anual para exploração do espaço deve ser em torno de R$ 3,1 milhões. A outorga é uma espécie de “aluguel” que a iniciativa privada tem que pagar para explorar comercialmente um serviço público. Além da outorga, a empresa concessionária terá que pagar ainda anualmente impostos e gastar com manutenção. “A futura concessionária deverá desembolsar aproximadamente R$ 666 milhões de reais ao longo da Concessão de 30 anos, equivalente a R$ 22 milhões por ano”.

A abertura do edital estava prevista para janeiro de 2015. Mas, conforme a Assessoria de Imprensa da Secopa, ainda não há certeza disso.

Após a Copa, a imprensa especulou que, entre interessados em tocar a Arena, está Ronaldo Nazário, o Ronandinho. Na organização do mundial ele participou do Comitê Organizador Local (COL), tendo feito várias visitas a Cuiabá. Ele seria parceiro do ex-presidente do Corinthians, Andrez Sanches no suposto negócio.

Um problema para a abertura do processo de concessão é que as empresas Mendes Júnior, o Consórcio CLE, que associa Engenharia Montagens e Automação Ltda. (ETEL) e Canal Livre Comércio, e a Kango, respectivamente responsáveis pela construção do prédio da Arena, pela instalação da rede elétrica e das cadeiras esportivas, ainda não terminaram o serviço e não finalizaram o contrato. Em linguagem contratual, elas ainda não entregaram a obra. Por causa disso, a Secopa ainda vai ter que autorizar mais aditivos.

Além dos jogos, a Arena já foi palco de pelo menos dois acidentes fatais por problemas elétricos. Um funcionário da ETEL morreu antes da Copa, dia 8 de maio, eletrocutado. E no dia 23 de novembro morreu um égua da PM, também eletrocutada, por uma corrente elétrica que correu o gramado. O PM que montava o animal, ao sentir que algo estava estranho, saltou e por pouco escapou do choque.

Críticos à Copa, consideram a Arena Pantanal um “elefante branco”, porque seria um complexo arquitetônico muito caro e fora da realidade do futebol local.

Este ano, após a Copa, a Arena sediou 10 jogos do Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil. Mas, de modo geral, teve público muito inferior aos 40 mil lugares dos quais dispõe.

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