08/08/2024 às 16h12min - Atualizada em 08/08/2024 às 16h12min
Mulheres indígenas e extrativistas fazem encontro pela proteção da Amazônia e o enfrentamento da Crise Climática
O encontro em Aripuanã reúne mais de 70 mulheres do Noroeste de Mato Grosso
Assessoria
Araguaia Noticia
O encontro em Aripuanã reúne mais de 70 mulheres do Noroeste de Mato Grosso para traçarem ações para fortalecer as cadeias dos produtos da sociobiodiversidadeO Sul da Amazônia é uma das regiões mais ameaçadas da maior Floresta Tropical do
mundo, principalmente o Noroeste de Mato Grosso - campeão de desmatamentoacumulado, de queimadas (com mais de 10 mil focos registrados em 2024) eemissões de gases-estufa do Brasil (GEE).
Para debater o enfrentamento da crise climática por meio da continuidade do modo de vida tradicional da floresta e doestabelecimento de uma cadeia produtiva e de cestas de produtos da bioeconomia,mais de 70 mulheres indígenas e extrativistas de cinco terras indígenas(Erikpatsa, Escondido, Japuíra, Aripuanã e Arara do Rio Branco) e da ReservaExtrativista Guariba-Roosevelt farão um encontro entre os dias 07 e 09 agosto, na cidade de Aripuanã, no Noroeste de Mato Grosso, a 963 km da capital mato-grossense.
O debate será focado na inclusão e no fortalecimento das mulheres na gestão dosterritórios tradicionais. E como estas podem participar de forma mais ativa da gestãodos projetos contemplados pelo programa Petrobras Socioambiental.
Os povos indígenas e populações tradicionais são reconhecidos pelo Pnuma/ONU (Programa deMeio Ambiente da Nações Unidas), como os mais eficientes em promover um modode vida e atividades que garantam a manutenção da floresta em pé, o que também
gera a mitigação das mudanças climáticas.
O desmatamento e as queimadas fazem de Mato Grosso o campeão nacional deemissões, sendo o Brasil o quarto colocado no ranking mundial segundo dados doSistema de Estimativas Nacional de Emissões de Gases do Efeito Estufa, SEEG.
As mulheres e meninas foram consideradas pelo último relatório do PainelIntergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), o AR6, como os grupos maisvulneráveis aos desastres gerados pela crise climática, como os extremos, a falta de
alimentos e aumento da violência.
O encontro é organizado pela Associação Pacto das Águas, entidade criada paraviabilizar alternativas de renda mais sustentáveis para os povos indígenas e populaçõestradicionais de Mato Grosso e Rondônia.
O foco das ações desenvolvidas pela Pacto é o apoio aos povos no manejo e namelhoria da qualidade produtiva de produtos florestais não madeireiros como acastanha-do-Brasil, o açaí, e a borracha nativa; agregando valor aos produtores e conectando a população da floresta com mercados mais justos, ajudando a manter afloresta em pé a mitigar as mudanças climáticas.
Para o coordenador do projeto, Sávio Gomes, a iniciativa é um argumento prático deque a floresta em pé é um bom negócio. “O Biodiverso vai ajudar essas comunidadesa desenvolver suas cadeias produtivas, sem renunciar o uso sustentável dos seus territórios”.
O desafio agora é aumentar a participação e a liderança das mulheres, por isso oencontro de agosto também contará com a presença de palestrantes que possaminspirar esse engajamento, como Ângela Mendes, filha do seringueiro Chico Mendes, Presidenta Executiva do Comitê Chico Mendes e Conselheira do Memorial ChicoMendes que é a organização de execução técnica do CNS (Conselho Nacional dasPopulações).
Patrocinada pela Petrobras e Governo Federal, o projeto mantém quatro objetivosprincipais: (1) Desenvolvimento da Cadeia de Valor Produtos Florestais NãoMadeireiros-PFNM e da agricultura de subsistências. (2) Promoção da inclusão eempoderamento feminino. (3) Conscientização e conservação do meio ambiente. (4)Articulação Institucional e redes, autonomia e gestão dos povos.
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