A Polícia Civil de Goiás informou, neste sábado (04), ter encontrado um corpo que pode ser do foragido Douglas José de Jesus, próximo a Trindade, na Região Metropolitana de Goiânia. A confirmação oficial da identificação será feita após perícia.
Douglas é investigado por matar e ocultar o corpo da esposa, Fábia Cristina Santos. Além disso, também é réu e está foragido por matar duas pessoas em Quirinópolis, em 1996. Desde então, ele usava o nome do irmão: Wander José de Jesus.
O casal morava em Goianira e desapareceu no dia 9 de março deste ano, depois de dizerem para a família que iriam para a missa de 7º dia do pai da mulher, em Quirinópolis. A viagem deveria durar cerca de 3h30, mas o casal nunca mais foi visto com vida.
O corpo de Fábia foi encontrado em estado avançado de decomposição, no dia 22 de abril, dentro do carro do casal, em uma fazenda em Trindade. A principal suspeita da polícia é que Douglas tenha matado a esposa, ocultado o cadáver dela e fugido. Isso porque, existem evidências de que ela era vítima de violência doméstica.
Na quinta-feira (02), a Polícia Civil cumpriu 21 mandados de busca e apreensão nas cidades de Quirinópolis, Paranaiguara, Presidente Prudente (SP) e Cuiabá (MT) relacionados à investigação do feminicídio de Fábia.
Um homem, que não teve o nome divulgado, foi preso em Goiás por posse ilegal de arma de fogo durante o cumprimento dos mandados. O inquérito segue apurando os fatos e deve ser finalizado nos próximos dias.
Usava nome do irmão Segundo a investigação, Douglas usava o nome falso de Wander José da Silva há quase 30 anos. A delegada responsável pela investigação, Carla de Bem, explicou como o homem conseguiu forjar a documentação para trocar de identidade e fugir da polícia desde 1996. O nome era de um irmão mais novo de Douglas.
A polícia informou que o caminhoneiro também é réu por um duplo homicídio praticado em Quirinópolis em 1996 junto com um tio, que foi condenado, e está foragido desde essa época.
“Os dois documentos [de identidade] são materialmente verdadeiros, porque o primeiro ele tirou quando criança, sem coleta de impressões papilares, só com a foto e a assinatura dele ainda bem infantil, e o segundo ele volta e faz um novo documento ‘quente’. Ele colhe impressões papilares dele no nome de Wander”, explicou a delegada.
Conforme a delegada, o homem chegou a ser levado para a Central de Flagrantes em 2016, mas foi liberado porque as impressões digitais batiam com o nome Wander, já que ele tinha feito o registro no documento.
Desaparecimento O casal não era visto desde o dia 9 de março, quando saiu de Goianira em direção a Quirinópolis. Douglas e Fábia foram flagrados por câmeras de monitoramento de um posto de gasolina no Bairro Cidade Jardim, em Goiânia, quando estava em viagem para a missa de 7º dia do pai dela.
O vídeo mostra quando os dois, que estavam num veículo Ford Fiesta preto, chegam ao estabelecimento e vão embora. As imagens mostram que o casal chega ao posto às 13h49 e sai de lá às 13h54.
Às 14h18, um radar registra quando o carro do casal passa acima da velocidade permitida pelo km 27 da GO-469. O veículo foi multado por conta disso. Cerca de 9 minutos depois disso, às 14h27, Fábia envia uma mensagem para o filho dizendo: “Me ajuda”. Ela chegou a também enviar outra mensagem, mas apagou.
Violência doméstica Fábia era vítima de violência doméstica, segundo a advogada da família dela. Rosemere Oliveira conta que encontrou fotos dos machucados quando acessou o computador que a cliente usava.
Uma das imagens mostram um ferimento no pescoço da pedagoga, que segundo a advogada, foi enforcada com um fio.
"Tive acesso ao computador dela. No email, ela juntava várias fotografias, inclusive com imagens bem fortes onde ela foi vítima de uma tentativa de homicídio, em que o Douglas tentou tirar a vida dela dias antes do desaparecimento", contou Oliveira.