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14/08/2023 às 16h14min - Atualizada em 14/08/2023 às 16h14min

Justiça condena cabo a 21 anos de prisão por matar tenente

Araguaia Notícia com Folhamax

O Conselho de Justiça da 11ª Vara Criminal Militar de Cuiabá condenou o cabo Lucélio Gomes Jacinto a 21 anos e 4 meses de prisão em regime fechado. Ele matou com um tiro de fuzil seu colega na corporação, o tenente PM Carlos Henrique Paschiotto Scheifer, durante uma operação policial contra o “Novo Cangaço” no ano de 2017, em Peixoto de Azevedo (674 Km de Cuiabá).

Os membros do Conselho de Justiça (formado por oficiais da Polícia e do Corpo de Bombeiros Militar) chegaram à decisão de forma dividida. O juiz de direito, Marcos Faleiros, titular da 11ª Vara Criminal Militar, havia estabelecido a pena em 20 anos de prisão.

Os juízes militares, entretanto, aumentaram a pena para 21 anos e 4 meses. A sentença foi publicada nesta segunda-feira (14). No mês de junho de 2023, a sentença anterior contra o ex-cabo PM tinha sido anulada pelo Poder Judiciário de Mato Grosso uma vez que ela teria sido proferida sem fundamentação.

Neste novo julgamento, o Conselho de Justiça asseverou que Lucélio Gomes Jacinto, autor do disparo que matou o tenente Scheifer, alterou versões do incidente, foi alvo da abertura de um procedimento administrativo por parte de Scheifer e que também premeditou o crime. “Havia uma tensão prévia e desentendimentos anteriores entre o réu e a vítima, sugerindo que o crime não foi apenas um ato impulsivo, mas possivelmente premeditado, quando o réu aproveitando-se de uma operação na mata para prender delinquentes, acabou por matar o desafeto. O aproveitamento de uma operação policial na mata como contexto para o crime adiciona uma intensidade a mais no dolo e manipulação que não estariam presente em um ato impulsivo”, diz trecho da condenação.

O sargento Joailton Lopes de Amorim e o soldado Werney Cavalcante Jovino, ambos réus por também fazerem parte da emboscada que matou o tenente, foram absolvidos – como na decisão anterior do processo, que já tinha livrado os policiais da condenação. A sentença ainda cabe recurso e Lucélio poderá recorrer em liberdade.

MORTE

O sargento Joailton Lopes de Amorim, o cabo Lucélio Gomes Jacinto, e o soldado Werney Cavalcante Jovino, todos policiais militares, foram acusados de fazer uma emboscada contra o tenente Carlos Henrique Paschiotto Scheifer, que comandava uma operação policial em Matupá (700 Km de Cuiabá), em 2017.

Scheifer estava à frente de diligências contra criminosos do chamado “Novo Cangaço”, no município de Matupá. De acordo com informações dos autos, o sargento, o cabo e o soldado teriam assassinado um civil suspeito, que estava sendo perseguido pela polícia, mas que já havia sido dominado pelos agentes de segurança. O tenente, ao dizer que reportaria o caso aos superiores da PM, acabou despertando o temor dos colegas sobre eventuais retaliações no âmbito da corporação – como uma demissão, por exemplo.

Ainda segundo a denúncia do Ministério Público do Estado (MPMT), o trio de PMs, logo que assassinou o tenente, reportou que a vítima teria sido morta por bandidos. A informação motivou o deslocamento de dezenas de agentes da própria PM, e também da Polícia Judiciária Civil (PJC), para a região de Peixoto de Azevedo - onde ocorreu a morte do oficial, em continuidade à procura dos criminosos iniciada em Matupá.

A suspeita contra os agentes, porém, ficou mais evidente após o resultado do exame de perícia, que constatou que o projétil que matou Scheifer saiu do fuzil utilizado pelo cabo Jacinto.

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