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10/05/2023 às 08h50min - Atualizada em 10/05/2023 às 08h50min

Após um mês de caçada, comandante da PM vê sucesso em ação contra cangaceiros

Até o momento, 16 bandidos morreram em confronto com policiais e outros 4 foram presos

Igor Guilherme / Estadão Mato Grosso

Há exatamente um mês, a cidade de Confresa foi "sacudida" por um bando fortemente armado que tentou roubar o cofre da empresa de transporte de valores Brinks. Apesar de os criminosos estarem munidos de armamento de grosso calibre, explosivos e a bordo de carros blindados, um dos assaltos mais ambiciosos da história do Brasil acabou sendo frustrado.

Nesta terça-feira (9), mais um membro do bando morreu após entrar em confronto com agentes que integram a força-tarefa da segurança pública, que conta com mais de 300 policiais na zona rural do estado do Tocantins. As buscas continuam, pelos assaltantes remanescentes.

Em entrevista ao Estadão Mato Grosso, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Alexandre Correa Mendes, declarou que se a Operação Canguçu pudesse ser definida com uma palavra, ela seria "exitosa".

“Se não tivéssemos em Confresa um plano de ação e defesa para cercar os criminosos e levá-los para a mata, provavelmente eles teriam evadido com sucesso e não teríamos os confrontos e as grandes apreensões de armas, tampouco informações com os presos. O cerco e a chegada da tropa são estrategicamente previstos de antemão”, disse.

A caçada aos criminosos, começou ainda em Confresa, quando a quadrilha tentava deixar a cidade em uma fuga desesperada no período da noite. Durante a fuga, os criminosos entraram em confronto com a Força Tática e, como resultado, os veículos foram abandonados.

A quadrilha seguiu para o município de Santa Terezinha e, de lá, foram de barco até Pium, no Tocantins. Um dia depois, na segunda-feira, 10 de abril de 2023, o primeiro confronto foi registrado.

ARMAMENTO PESADO

O primeiro confronto entre bandidos teve como palco uma região de mata em Pium, onde os policiais apreenderam, após o confronto, dois fuzis de calibre .50, com poder de fogo suficiente para derrubar aeronaves. Outro fuzil, de calibre 7.62, também foi apreendido, e esse foi só o começo do arsenal que seria apreendido ao longo dos dias.

À época, o secretário de Segurança Pública de Mato Grosso, César Augusto Roveri, declarou que o bando havia adaptado os veículos para conseguir transportar o armamento pesado.

"Um dos veículos que retivemos, por confronto com a nossa Força Tática, foi um SUV em que estavam os bancos de trás retirados e, aí sim, eles acoplaram o armamento, o calibre ponto 50. Mas esse veículo falhou e acabou ficando pelo caminho, num confronto que tivemos com a nossa Força Tática", declarou Roveri.

LOGÍSTICA QUEBRADA

Hoje, 30 dias depois, já foram apreendidos dezessete fuzis, incluindo os dois fuzis .50 já mencionados e onze fuzis AK-47. Além das armas, as forças de segurança apreenderam balaclavas, carregadores, capacetes, coletes balísticos, cotoveleiras, coturnos, detonadores, explosivos, luvas, mochilas e milhares de munições.

Além do armamento apreendido, a logística do bando foi totalmente desmantelada, e qualquer oportunidade de reavê-la foi anulada quando dois, dos quatro membros que estão presos atualmente, foram identificados. Eles eram os responsáveis por prestar apoio logístico ao bando. A prisão ocorreu na cidade de Redenção, no Pará, em uma casa de onde saiu o comboio de carros blindados que atacou Confresa.

GÁS DA FRUSTRAÇÃO

Em depoimento à Polícia, um dos criminosos disse que o grupo pretendia roubar cerca de R$ 40 milhões do cofre da Brinks. Ele também afirmou que os bandidos conseguiram chegar ao cofre, mas não concretizaram o assalto devido a um gás tóxico expelido no local.

“É tipo enxofre. Você não consegue ficar perto dele. Não tem jeito. Entrou mais gente, mas ninguém conseguiu ficar. Tinha que sair fora. Desistiu, teve que ir embora, não conseguia pegar”, diz trecho do depoimento.

À época, nas redondezas da agência e do cofre, foram apreendidos materiais explosivos usados em obras e até mesmo uma “superdinamite”. O explosivo, identificado como metalon, estava dividido em oito cargas e é conhecido por criminosos que assaltam bancos.

Apesar de praticamente desmantelada, a estimativa é que 3 a 4 membros da quadrilha continuam escondidos na mata.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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