Suplente de vereadora trans diz que foi ofendida e agredida em MT

Araguaia Notícia com Midia News

A suplente de vereadora de Campo Novo do Parecis, Valkiria Rocha Brandão (União), denunciou ter sido vítima de transfobia no último domingo (30), durante um evento em Nobres (a 120 quilômetros de Cuiabá). Valkiria ficou com o rosto, cabeça e seio feridos e é possível que ela precise trocar a prótese de silicone implantada recentemente.

Segundo a suplente, que é mulher trans, ela estava na cidade para realizar uma ação em comemoração ao aniversário do Município, no dia 1º de maio, com crianças da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). O homem, segundo Valkiria, disse que “odiava travestis” e que teria, inclusive, um filho deserdado por ser “veado”.

Repeti duas vezes e ele acertou um soco no meu nariz, pisou na minha cabeça, não estou conseguindo comer desde o dia, não consegui comer nada até agora.

“Eu virei e falei: ‘Você quer me bater?’. Repeti duas vezes e ele acertou um soco no meu nariz, pisou na minha cabeça. Não estou conseguindo comer desde o dia, não consegui comer nada até agora”, afirmou. “Inclusive, perdi uma prótese minha, vou fazer o corpo de delito agora, vou ter que trocar a minha prótese de silicone que coloquei há quatro meses”, disse.

Valkiria disse que, além de agredida pelo homem, foi hostilizada ao pedir ajuda a um policial militar. “Fui pedir ajuda para um policial que estava de plantão e ele jogou spray de pimenta em mim. E os seguranças da festa usaram cassetete e arma de choque, sem deixar eu explicar o que tinha acontecido”, afirmou.

Revolta nas redes

Valkiria usou as redes sociais para desabafar sobre o caso e publicou um vídeo ainda toda ensanguentada, assim que sai do hospital. Chorando e secando o sangue que escorria pelo seu nariz, ela relata parte do que aconteceu. Há poucas horas ela comentou novamente o caso, mostrando o olho roxo e machado por dentro.

“Me deu um golpe certeiro para me derrubar [...]. Não deu tempo nem de me defender. Continuou me batendo”, disse. “Mãe, amanhã seu filho pode aparecer morto, porque é o que mais acontece no Estado de Mato Grosso, olha o tanto de travesti que morre em MT por causa de homem machista”, disse.