09/11/2022 às 06h59min - Atualizada em 09/11/2022 às 06h59min

Morre segunda vítima de vazamento de amônia em frigorífico

G1 GO 
ARAGUAIA NOTÍCIA


O funcionário Manoel Paulino de Amorim, de 47 anos, que estava internado após se intoxicar com vazamento de amônia em frigorífico de Rio Verde, região sudoeste de Goiás, morreu em Anápolis. Ele estava internado desde setembro. A morte aconteceu na segunda-feira (7). Manoel estava internado no Hospital de Queimaduras de Anápolis. Ele teve múltiplas queimaduras, estava intubado e com o estado geral grave.

No dia 18 de setembro, o trabalhador Antônio Cardoso Brandão, de 36 anos, também morreu após o vazamento, ele fazia um serviço de manutenção em uma tubulação da indústria. O corpo de Manoel será velado e enterrado na sua cidade natal no estado do Maranhão. O vazamento aconteceu dia 18 de setembro. Ao todo, 12 funcionários foram intoxicados e levados para um hospital da cidade, 10 se recuperaram e estão em casa.

O delegado Maurício Santana, responsável pela investigação do caso, disse que aguarda a conclusão da perícia, mas segue ouvindo testemunhas e vítimas do caso. A BRF informou à TV Anhanguera que lamenta profundamente o ocorrido e que está prestando toda a assistência aos familiares da vítima. A companhia segue colaborando com as autoridades para a investigação do caso.

Vazamento

O vazamento aconteceu na tarde de domingo do dia 18 de setembro. O Corpo de Bombeiros foi chamado para o socorro aos funcionários. O tenente Sebastião disse que as equipes encontraram uma “grande nuvem” de amônia.

Os bombeiros disseram que foram acionados para a ocorrência por volta de 15h50 de domingo. Quatro equipes da corporação estiveram no local.

Os feridos foram levados para hospitais pelos bombeiros e por equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A própria empresa, que tem um serviço de socorro, também ajudou a encaminhar as vítimas para unidades de saúde.

Além das duas mortes, outras 10 pessoas foram atendidas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade, medicadas e liberadas.

Fiscalização desde 2018

O Ministério do Trabalho disse, em nota, que fiscaliza a área de Inspeção do Trabalho fiscaliza a empresa desde 2018 em relação a saúde e segurança no meio ambiente de trabalho. O órgão disse, inclusive, que há uma fiscalização em andamento.

O ministério também informou que ainda não recebeu informações oficiais sobre o acidente e que, quando isso acontecer, irá averiguar as condições do acidente para tomar as providências cabíveis.

Ao g1, o Ministério do Trabalho detalhou quais foram as ações de fiscalizações feitas na empresa desde 2018 e contou, inclusive, que a empresa já teve um vazamento de amônia com vários funcionários intoxicados, em junho de 2019. Veja os registros:

09/10/2018: fiscalização indireta para verificação pelo Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT);

08/06/2019: análise de acidente com vazamento de amônia e diversas vítimas não fatais. Na ocasião, foram lavrados 10 autos de infração e procedida a interdição de Condensador Evaporativo. Sobre este caso, o acidente ocorreu em 27/03/2019, tendo a exposição ao produto químico amônia como fator imediato de morbidade de 13 empregados. Iniciou-se ação fiscal no estabelecimento, a qual evidenciou um vazamento de grandes proporções (cerca de 9 mil kg). Em razão disso, foi lavrado o Termo Técnico de Interdição nº 4.028.840-4, cujo objeto foi o Condensador Evaporativo.

10/09/2019: Auditoria direta para avaliar levantamento parcial de interdição: o empregador apresentou parcialmente os documentos previamente solicitados.

08/01/2020: aberta fiscalização para análise de doenças relacionadas ao trabalho;

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