12/04/2022 às 07h44min - Atualizada em 12/04/2022 às 07h44min
MPF denuncia chefe da Funai e mais dois por milícia em terra indígena no Araguaia
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o ex-chefe da Fundação Nacional do Índio (Funai), Jussielson Gonçalves Silva, e mais dois comparsas que atuavam como "milícia" na terra indígena Marãiwatsédé, na região de Ribeirão Cascalheira (900 km a leste de Cuiabá).
Eles irão responder pelos crimes de milícia privada, sequestro qualificado, abuso de autoridade, peculato, favorecimento pessoal, usurpação de função pública de forma qualificada, porte ilegal de arma e estelionato.
O caso foi revelado pela Operação Res Capta. Além de Jussielson, foram indiciados Gerard Maxmiliano Rodrigues de Souza, que também trabalhava na Funai, e o ex-policial militar Enoque Bento de Souza. O trio "administrava" o sistema de aluguel da terra indígena para pecuaristas da região.
"O trio tinha como característica marcante as vestes com características militares, o porte de arma de fogo de forma ostensiva e a forte atuação denotando poder de polícia. Além desses traços, valiam-se da intimidação por meio de ameaças veladas ou diretas e também da violência física ou psicológica", diz trecho da denúncia.
Quando Jussielson foi nomeado para trabalhar na Funai, ele conseguiu que Enoque fosse contratado como auxiliar administrativo da Funai. Já Gerard, apesar de nunca ter tido cargo na Fundação, "se doava para a Funai 'trabalhando de graça'", diz ainda a denúncia.
Eles viram ali a "oportunidade" de faturar alto e assumiram os "negócios". "O trio conseguiu assumir a 'gestão' dos arrendamentos ilegais coordenando quem entra e quem sai do grupo de arrendatários, realizando serviço de cobrança de pagamentos, substituição de arrendatários e promovendo 'reajuste de valores".
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