19/03/2022 às 19h09min - Atualizada em 19/03/2022 às 19h09min

Três trabalhadores em situação de escravidão são resgatados em cidade do Araguaia

G1 MT 
ARAGUAIA NOTÍCIA 


Três trabalhadores foram resgatados, nessa sexta-feira (18), em situação análoga à escravidão em Canabrava do Norte, a 1.132 km de Cuiabá. Segundo a Polícia Civil, as vítimas estavam trabalhando há mais de seis meses e não haviam recebido nenhum salário pelos serviços, além das más condições de trabalho ofertadas.

Na terça-feira (15), as vítimas procuraram a Delegacia de Porto Alegre do Norte, a 1.143 km de Cuiabá, e relataram uma possível situação de trabalho em condições análogas à escravidão.

Uma dessas vítimas estava machucada, apresentando lesões no corpo. Um dos homem agredidos disse à polícia que, na noite anterior, o patrão junto com outro funcionário, que é responsável em recrutar funcionários, o levou para um bar.

Após consumirem bebidas alcoólicas, todos retornaram para o alojamento em que estavam e o patrão e o ajudante passaram a xingar e agredir a vítima com socos e chutes. Depois, amarraram o homem pelos pés e mãos e o deixaram trancado no quarto do alojamento. Por volta das 5h, a vítima conseguiu se soltar das cordas, abriu a porta e buscou socorro na casa de um colega de trabalho.

Ao chegar à casa, ele estava com outras duas pessoas, que também são funcionários do mesmo empregador, e decidiram procurar a delegacia para denunciar o patrão. Segundo a Polícia Civil, as vítimas foram contratadas para trabalhar em serviços gerais em uma fazenda, especificamente com a retirada de raízes e pedras, porém, desde o contrato verbal até esta semana, não tinham recebido nenhum pagamento.

O grupo de trabalhadores afirmou ainda que o local em que estavam tinha situação precária e a alimentação era à base de arroz, abóbora e carne de animal silvestre.

Parte dos trabalhadores é oriunda do estado do Pará.

A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Porto Alegre do Norte, instaurou um inquérito para apurar os crimes de redução à condição análoga à escravidão, cárcere privado e lesão corporal praticados contra os trabalhadores.

Os investigadores da delegacia estiveram no local para averiguar a situação. No município, eles constataram que a casa alugada para abrigar os trabalhadores era um antigo bar, com aspecto de abandono, próximo da Câmara Municipal da cidade.

O local possuía apenas dois cômodos, sendo o salão principal, onde ficavam todos os trabalhadores, e um cômodo usado como cozinha, além de um banheiro.

Na residência, a equipe encontrou três funcionários e todos alegaram trabalhar para o mesmo empregador e que aguardavam o pagamento, pois nunca haviam recebido nenhum salário. Eles informaram ainda que todos os dias, o patrão os levava para o trabalho e trazia de volta.

Os investigadores apuraram ainda que o local era divido por 16 pessoas e a maioria havia ido embora para outras cidades com ajuda de parentes, devido às condições do trabalho, enquanto que os outros ficaram à espera do pagamento.

O empregador, além de não pagar seus funcionários, constantemente os ameaçavam de morte caso ele fosse denunciado.

Os investigadores checaram a informação de que o homem que atuava no recrutamento de trabalhadores e que havia agredido uma das vítimas, estaria retornando para Santana do Araguaia, no Pará.

A equipe conseguiu localizá-lo na rodoviária de Porto Alegre do Norte, pronto para embarcar no ônibus, quando foi preso em flagrante.

O empregador está foragido, mas as investigações continuam.

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