A Justiça determinou que o empresário Jhonatan Galbiatti Mira, suspeito de espancar a ex-namorada dele por 4 horas, em maio deste ano em Primavera do Leste, a 239 km de Cuiabá, seja internado em uma clínica de reabilitação em Cascavel (PR). A decisão é do juiz Roger Augusto Bim Donega, da 2ª Vara Criminal de Primavera do Leste.
O advogado da vítima, Fabiano Dalloca, disse que ficou perplexo com a decisão e que vai recorrer.
“Quando tive acesso a essa decisão fiquei perplexo. Em mais de 600 casos criminais que advoguei em todo o Brasil nunca vi algo parecido, tendo em vista, que não existe na lei previsão para prisão domiciliar quando a pessoa é dependente de tóxicos”, disse.
Além disso, segundo o advogado, os familiares e a própria vítima receberam essa notícia com muita tristeza e decepção, ante a tamanha crueldade do crime.
“Somente por um verdadeiro milagre que ela ainda está viva. As fotos e laudos médicos juntados nos autos demonstram as graves lesões físicas sofrida pela vítima, sem contar o abalo emocional que ela vive, tendo que tomar remédios e fazer tratamento psicológico para suportar a dor. Entrarei com os recursos cabíveis para ser reformada tal decisão”.
Conforme o juiz, Jhonatan não apresenta perigo à sociedade e nada sinaliza que queira se furtar à aplicação da lei penal ou que esteja colocando em risco a instrução criminal por meio de ameaças a vítima e testemunhas, até porque Jhonathan ficará internado em uma clínica de reabilitação de dependência química.
O juiz determinou o isolamento e recolhimento por tempo integral em sua casa ou clínica de reabilitação, saindo somente nesta segunda-feira (23) para a colocação de tornozeleira eletrônica na cadeia pública local e o percurso até a cidade de Cascavel para tratamento clínico.
Jhonatan não pode manter contato com a vítima e deve comparecer obrigatoriamente a tosos os atos processuais.
A vítima vai utilizar o botão do pânico, mecanismo que aponta a aproximação do acusado.
O caso O empresário teria agredido a vítima por 4 horas usando uma barra de ferro. A casa de luxo do empresário foi alvo de busca e apreensão e passou por perícia no dia 26 de maio.
Galbiatti é investigado por lesão corporal, ameaça, tortura e injúria contra a ex-namorada. Segundo a Justiça de Mato Grosso, há uma série de relatos onde a vítima afirma que sofreu agressões verbais e físicas durante o relacionamento que teve com o rapaz.
O casal ficou junto por seis anos e se separou em setembro de 2020. No entanto, os jovens se reaproximaram recentemente.
Galbiatti é classificado como uma pessoa extremamente ciumenta, descontrolada e possessiva, que sempre tentava controlar e intimidar a vítima às suas vontades.
Em diversas ocasiões o rapaz exigia que a jovem desbloqueasse o celular dele para que ele pudesse ler as mensagens que ela tinha com outras pessoas.
Quando isso acontecia, a vítima era agredida com socos e tapas, conforme informações obtidas pela Justiça, que classificou os episódios como ‘sessões de tortura’. Nas agressões, ele intimidava a moça ao quebrar objetos para assustá-la.
A jovem disse à Justiça que voltaram a se falar e se encontraram, mas não retomaram o namoro. No dia 19 de maio, os dois estavam na casa dele quando Galbiatti pegou o celular dela e a forçou para que entregasse a senha do aparelho.
Descontrolado, o ex-namorado bateu na cabeça da vítima várias vezes. A ex-namorada teve um ataque de pânico e não conseguiu sair do local ou pedir ajuda. Ela foi torturada por quatro horas e chegou a ficar inconsciente.
Ela foi para casa de carro na manhã do dia seguinte e, os pais dela, ao verem o estado da filha, decidiram leva-la ao médico. Os exames e tomografia apontaram uma mancha no cérebro da jovem.