Um sargento do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro foi preso nesta quarta-feira (4), em Mato Grosso, suspeito de ser o piloto do helicóptero encontrado com cerca de 300 kg de cocaína, em Poconé (MT), no domingo (1/8).
De acordo com a Polícia Civil, Alberto Ribeiro Pinto Junior, de 45 anos, foi flagrado ateando fogo em uma vegetação na zona rural de Poconé. Ele estava com a prisão decretada pelo tráfico de drogas e confessou que pilotava o helicóptero. O G1 tenta localizar o advogado dele.
A aeronave está no nome do policial civil do Distrito Federal Ronney José Barbosa Sampaio, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O sargento é de Nova Friburgo (RJ).
Ao G1, o delegado da Polícia Civil de Poconé, Mauricio Maciel Pereira Junior, disse que o sargento foi encontrado por bombeiros que identificaram o incêndio na região, em uma área próxima ao local onde o helicóptero caiu.
“Ele estava bastante sujo, mas não estava ferido. Estava sobrevivendo de biscoito e outras coisas que ele tinha pelo conhecimento de sobrevivência [por ser bombeiro]. O celular estava sem bateria e ele não tinha contato”, contou o delegado ao G1.
“Ele disse que foi coagido e forçado a fazer o transporte da droga, mas não disse nomes. Durante o trajeto para a delegacia ele tentou convencer e ofereceu vantagens [dinheiro] aos bombeiros para que o liberassem”, afirmou Pereira Junior.
Ainda conforme o delegado, o sargento não fez menção ou confessou ligação dele com o proprietário do helicóptero, um policial civil do Distrito Federal. O caso é investigado pela Polícia Federal de Mato Grosso.
“Ele não fala sobre o policial [do DF], mas disse que foi contratado sobre outras pessoas. Ele afirma que foi forçado e ameaçado para fazer o transporte da droga. Ele não estava se escondendo, quis ser encontrado”, disse.
[Helicóptero com aproximadamente 300 kg de cocaína caiu na região do Pantanal, em Poconé (MT), no domingo (1º). O sargento foi preso em flagrante por incêndio em vegetação, corrupção ativa e, posteriormente, os policias descobriram que ele tinha prisão decretada por tráfico de drogas.
Alberto foi encaminhado para a Cadeia Pública de Chapada dos Guimarães, que recentemente foi transformada em presídio militar.
O caso De acordo com o Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial (NCAP), do MPDFT, policiais federais monitoravam suposta ocorrência de tráfico internacional de drogas quando encontraram a aeronave (veja mais abaixo). O órgão informou que investigará o possível envolvimento do agente no caso. O G1 aguarda posicionamento de Ronney.
Na segunda-feira (2), Ronney chegou a afirmar ao G1 que vendeu o helicóptero. O papiloscopista informou que comprou o helicóptero há um ano, em 2020, e que o recibo da venda foi feito em 25 de maio de 2021. Seguindo a regra da aviação, o registro da negociação deveria ter sido feito até o dia 25 de junho deste ano, pelo próprio Ronney.
Entretanto, a Anac negou que haja registro recente de venda do helicóptero: "Até o momento, o proprietário Ronney José Barbosa Sampaio não comunicou a venda de sua aeronave, matrícula PT-RMM, que deve ser feita dentro do prazo de 30 dias pelo vendedor, não pelo comprador", afirma a nota da agência.
A Anac também informou que o servidor público do DF adquiriu a aeronave em 30 de abril deste ano e não em 2020, como afirmou o policial. A reportagem tenta contato com Ronney, por telefone, mas ele não retornou as ligações.