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28/07/2021 às 10h56min - Atualizada em 28/07/2021 às 10h56min

PM espancado em distribuidora perdeu a mãe há quatro meses para Covid-19 e chorou em culto horas antes da morte

Olhar Direto
Araguaia Notícia
O último fim de semana em vida do soldado da Polícia Militar de Mato Grosso, Roberto Rodrigues de Souza, de 31 anos, foi marcado por um encontro com familiares em Nova Mutum (240 km de Cuiabá). No sábado (24), eles fizeram um churrasco e na manhã de domingo (25) foram a igreja. A família não se reunia desde a morte da mãe, há quatro meses. Clarice Rodrigues faleceu no dia 19 de março em decorrência da Covid-19.

“Ele foi para minha casa no sábado à noite e fizemos churrasco, sempre muito alegre, sorridente, brincalhão, animando, enfim. Foi uma noite muito abençoada e ali passamos o domingo também. No domingo de manhã, eu e meu esposo, juntamente com meu irmão Roberto e meu pai, fomos no culto, somos evangélicos e fomos no culto no período da manhã. Roberto foi e foi lindo. A palavra de Deus falou conosco, meu irmão chorou, teve um encontro com Deus. Deus falou tremendamente conosco naquele domingo”, lembra a irmã do policial, a auxiliar administrativa Silvia Aparecida de Souza Carossi, de 35 anos.

Roberto morreu após ser agredido por Alan Schuller, de 27 anos, e Wesdra Victor Galvão, de 29 anos, com socos e chutes na cabeça, em uma distribuidora, localizada na avenida Mário Andreazza, em Várzea Grande (região metropolitana de Cuiabá). O agente de Segurança Pública teria ido usar o banheiro no estabelecimento, quando houve o desentendimento com os acusados.

“Conversamos, demos risada, ele sempre contando piada. Meu irmão amava viver, tinha prazer de estar junto da gente. Quem conhece Roberto sabe, Roberto é alegria. Onde ele chega faz a diferença. É uma luz”, pontua Silvia.

Segundo a irmã, no final da tarde, Roberto disse que iria para Várzea Grande ver a filha, pois fazia tempo que ele não a via. “Ainda questionei: ‘Mas nego, você vai agora? Você sempre dorme e na madrugada vai para Acorizal. ’ Mas justamente nesse dia ele quis ir para Várzea Grande e foi. E aconteceu tudo isso que a gente sabe”, diz.

Roberto deixa três filhos, sendo um com 11 meses, outro e um ano e quatro meses e outro de seis anos. O sonho dele era ter uma casa e morar com todos os filhos.  

Soldado Rodrigues ingressou na Polícia Militar em novembro do ano de 2015. Silvia conta que quando criança, ele sonhava em ser jogador de futebol ou policial militar. “O sonho dele era ser jogador de futebol ou policial. Ele até tentou ser jogador, foi para o Rio de Janeiro, foi goleiro, mas com 18 anos ele voltou”.
  
Quando passou no concurso público, Roberto foi motivo de orgulho para seus pais. “Foi uma festa, um orgulho para minha mãe e meu pai, para nós”.

“Ele amava estar na rua, servindo a população. Com essa perda da nossa mãe, ele ficou muito abalado. Todos nós ficamos muito triste. Ele é o caçula, ele e minha mãe [...] Roberto ficou muito triste, ficou afastado das atividades dele. Ele amava servir”, conta Silva, bastante emocionada.

Até o momento, os criminosos não foram localizados. Mas a auxiliar administrativa acredita que eles serão presos. “Lamentável tudo isso que aconteceu. Essa crueldade que fizeram. É muito difícil e a gente acredita que a justiça vai ser feita, a gente acredita na polícia, na nossa segurança. Como família, não esperamos outro resultado senão a prisão”.

“Graças a Deus, até o dia que Deus permitiu, ele foi muito feliz. Ele estava feliz, havia comprado um carro que ele queria recentemente. Deus preparou aquele final de semana com minha família para passarmos os últimos momentos com meu irmão. Vai fazer muita falta. É muito doloroso para nós e eu creio em nome de Jesus que essas pessoas vão ser presas e que Deus vai trazer consolo para mim e minha família”, finalizou.

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