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21/07/2021 às 17h46min - Atualizada em 21/07/2021 às 17h46min

Policial dá série de socos em advogado que era segurado por outros PMs em calçada; vídeo

Equipe policial relatou que advogado desobedeceu corporação durante abordagem a um morador de rua e agrediu um agente chegando a morder o dedo dele. Caso é investigado pela Polícia Civil.

G1 GO
Araguaia Notícia
Um vídeo mostra quando o advogado Orcelio Ferreira Silverio Junior leva uma série de socos de um policial militar enquanto era segurado por outros PMs, no final da manhã desta quarta-feira (21), em uma calçada de Goiânia.

O G1 questionou a Polícia Militar o motivo da abordagem, agressões e se a corregedoria acompanha o caso por e-mail enviado às 15h40 e aguarda um retorno.

Os agentes do Grupamento de Intervenção Rápida Ostensiva (GIRO), que aparecem nas imagens, disseram em boletim de ocorrências que o advogado desobedeceu a corporação durante uma abordagem a um morador de rua e desferiu chutes, ponta pés e mordeu o dedo de um policial.

Na imagem é possível ver ainda que um dos policiais chega a pedir para que uma mulher pare de filmar a abordagem. O advogado fica deitado ao chão e, ao tentar se levantar, é agredido novamente. Os populares gritam inconformados com a cena. O caso aconteceu na avenida Anhanguera, no setor Leste Universitário.

“Não se pode fazer isso, meu Deus. Filma gente, isso é errado”, diz uma mulher que filmava a ação.

De acordo com a advogada Gislane Batista De Carvalho, plantonista de prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil de Goiás (OAB-GO), a confusão começou após a PM abordar uma terceira pessoa e o advogado se identificar para os policiais na tentativa de defender o suspeito.

"Ele não foi para o hospital, mas está muito machucado", disse a advogada.

Em nota, a OAB repudiou a ação e disse choca a "truculência" e o "despreparo" demonstrados pelos policiais nos vídeos. Foi exigida a abertura de um procedimento investigatório contra todos os agentes estatais envolvidos, para que sejam prontamente identificados e "processados por crime de abuso de autoridade".

Relato dos policiais

A equipe do Grupamento de Intervenção Rápida Ostensiva (GIRO), que fez a abordagem, disse no boletim de ocorrências obtido pelo G1 que foi acionada para atender a uma ocorrência em que um morador de rua estava "ameaçando e coagindo" condutores de veículos estacionados na avenida Anhanguera para pagar uma quantia em dinheiro.

Conforme documento, a corporação deslocou-se ao local, na avenida Anhanguera, e identificou o suspeito. Foi feita a abordagem e, segundo a polícia, o homem contra o homem que demonstrou “muito nervosismo” e não portava documento de identificação.

Conforme a equipe, durante esta abordagem, o advogado se aproximou com o celular em mãos filmando a ação. Consta que, ao ser questionando pelo motivo da filmagem, o advogado respondeu estar a trabalho, sem dizer sua qualificação ou função ou o porquê de “estar invadindo o perímetro de segurança da abordagem policial”.

Conforme os ocorrência, o advogado desacatou os policiais “dizendo que não sabiam com quem estavam lidando e que era influente na alta cúpula da polícia”.

Os policiais relataram ainda no documento que o advogado “alterou o tom de voz” e apontou o dedo na cara de um policial, momento que foi dado voz de prisão por desobediência.

Conforme boletim, após isso, o advogado “partiu para a agressão física contra um policial e deferindo-lhe um soco no rosto, chutes e ponta pés, além de morder um dos dedos do PM”.

A polícia relatou que, mediante isto, foi necessário o uso da força para contê-lo. Consta ainda que, mesmo após algemado, segundo os policiais, o advogado ameaçou verbalmente a corporação usando “palavras de baixo calão”. O PM que teve o dedo mordido passou por exame de corpo de delito, conforme ocorrência.

OAB repudia ação 'truculenta'

Em nota, a OAB-GO repudiou a agressão sofrida pelo advogado. "Os fatos, divulgados pela imprensa e também por terceiros em vídeos que circulam pelas redes sociais, mostram uma abordagem policial onde o advogado, imobilizado, é covardemente agredido verbal e fisicamente pelos policiais militares do Giro".

A nota diz ainda que "a truculência e o despreparo demonstrados pelos policiais nos vídeos chocam, basicamente, pelo abuso nítido na conduta dos policiais, que agiram de forma desmedida, empregando força além da necessária para o caso, em total descompasso com as garantias constitucionais, legais, e até mesmo contra as disposições contidas no Procedimento Operacional Padrão (POP) da Polícia Militar do Estado de Goiás".

A OAB-GO exigiu ainda que sejam tomadas providências imediatas do Governo de Goiás, da Secretaria de Segurança Pública e da Corregedoria da Polícia Militar, quanto ao imediato afastamento dos responsáveis pela agressão, abertura de procedimento investigatório contra todos os agentes estatais envolvidos, para que sejam prontamente identificados e processados por crime de abuso de autoridade, e outras eventuais tipificações condizentes às rigorosas sanções administrativas e criminais.

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