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23/06/2021 às 10h07min - Atualizada em 23/06/2021 às 10h07min

Aumento na tarifa de luz deve aumentar inadimplência e fazer consumidor sacrificar itens de consumo, avalia economista

Olhar Direto
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A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) irá aumentar os valores das bandeiras tarifárias da energia elétrica, o que deve fazer com que a conta de luz fique pelo menos 15% mais cara. Segundo o economista Vivaldo Lopes, quando há aumentos na tarifa de energia elétrica o reflexo no hábito do consumidor é de aumento da inadimplência, ou o consumidor acaba tendo que sacrificar algum item de consumo (conforto, lazer) para custear o consumo.
 
Por causa da crise nos reservatórios das hidrelétricas houve a necessidade de aumento na geração de energia por termelétricas, o que trouxe custos extras. Hoje são cobrados R$ 1,34 a cada cem quilowatts-hora (kWh) consumidos na bandeira amarela, R$ 4,16 na bandeira vermelha 1 e R$ 6,24 na vermelha 2.
 
De acordo com o economista Vivaldo Lopes o valor da bandeira vermelha 2 deve ir para R$ 7,60. Por causa disso os hábitos do consumidor devem mudar um pouco, para que mantenham o fornecimento de energia elétrica.
 
“A resposta do consumidor, em um primeiro momento, é reduzir um pouco o consumo, de uma forma organizada. Em segundo vem o aumento da inadimplência e terceiro, como não pode viver sem energia, é sacrificar outros itens de consumo, seja de alimentação, de conforto ou de lazer. Este é o movimento que as pesquisas mais detectam quando há o impacto do aumento na tarifa da energia”, explicou Vivaldo.
 
Outro impacto observado, segundo o economista, é no aumento de custos no setor industrial, de agropecuária e do comércio, o que deve também ser repassado para o consumidor. O resultado, segundo Vivaldo, é o aumento da inflação.
 
“O efeito geral é a pressão de custo. Vai aumentar o custo da produção industrial, produção agropecuária, vai aumentar custo do comércio, e naturalmente isso vai aparecer no preço dos produtos. Na leitura da inflação, a maior pressão que está sobre a inflação é de gás, gasolina, diesel, energia elétrica e depois produtos alimentícios, estes estão sendo os vilões da inflação até aqui. Isso sinaliza que no segundo semestre estes itens vão continuar pressionando a inflação, porque vai continuar aumentando os preços dos combustíveis, a energia elétrica vai aumentar por uma necessidade, em decorrência da crise hídrica, e vai cobrar mais porque vai ter que ligar as termelétricas”.

O que agrava mais ainda a situação, de acordo com o economista, é a crise econômica pela qual o país passa, em decorrência da pandemia da Covid-19, que acabou reduzindo a renda de muitos brasileiros.
 
“Ainda afeta o poder de compra, porque este aumento de energia elétrica vem no momento que estamos com 15 milhões de desempregados, e temos 35 milhões de pessoas no Brasil que tiveram sua renda afetada, porque está em subemprego ou desempregado, ou mesmo porque está vivendo de auxílio emergencial, enfim, reflexo da paralisação da economia na pandemia. É uma redução de renda no mesmo momento que tem aumento de preços dos produtos principais”.
 
Uma das saídas para o aumento na tarifa de energia elétrica tem sido o investimento em energia solar. No entanto, o economista Vivaldo Lopes lembrou que esta ainda não é uma solução acessível para grande parte da população.
 
“O problema da energia solar é que ela exige investimento ainda considerado alto. Então ela está restrita por alguns fatores, um é o investimento inicial que tem que se fazer, que em uma casa comum deve ser entre R$ 35 mil e R$ 50 mil, para montar uma usina própria no seu telhado. Agora o que já começa a avançar um pouco mais são as fazendas solares, com usinas de compartilhamento, então o consumidor compra um pedacinho e depois isso é abatido na conta de energia. O problema disso é que você tem que pagar à vista e recuperar a prazo, e isso demora de 36 a 60 meses para recuperar, então para quem tem dinheiro para investir é uma boa medida”, disse.

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