A Polícia Civil concluiu que Miguel Tayler Pereira Gualberto, de 1 ano, que se afogou na piscina de casa após o pai ser preso, foi morto por vingança, em Planaltina de Goiás, cidade goiana no Entorno do Distrito Federal. De acordo com as investigações, o primo da vítima, um jovem de 26 anos, foi quem provocou a morte do menino depois de uma briga familiar.
“Esse jovem levou uma surra do tio, que era o pai do bebê, semanas antes de a criança se afogar. Durante a reprodução simulada, nós constatamos que ele foi o último adulto a ver a criança com vida e praticou o crime para se vingar do tio”, contou o delegado Humberto Soares.
O G1 não conseguiu localizar a defesa do investigado para que pudesse se posicionar sobre o caso. Segundo o delegado, um pedido de prisão preventiva chegou a ser feito ao Judiciário, mas ele foi negado. Portanto, o indiciado responde ao processo em liberdade.
O bebê morreu no dia 3 de julho. Segundo a família, ele estava com o pai, o agente de monitoramento Jonas Pereira Gualberto, e mais dois irmãos, de 3 e 6 anos, em casa, quando policiais militares chegaram e prenderam Jonas por suspeita de participar de um roubo. A mãe das crianças estava no supermercado.
Durante as investigações, o pai afirmou que os policiais o renderam na porta de casa, quando ele saiu para pegar uma vassoura. De acordo com Jonas, os militares o algemaram e o levaram para delegacia antes de ele contar que os filhos estavam ficando sozinhos na casa.
Na época, a corporação disse que ele era suspeito de um roubo. Porém, na delegacia, Jonas não foi reconhecido pela vítima do assalto e foi liberado.
Antes de sair do local, ele afirmou que recebeu da irmã a notícia de que o filho havia morrido afogado. A família chegou a acusar os policiais de negligência, pois acreditavam que a morte teria sido provocada porque o bebê ficou sozinho com os irmãos.
Em depoimento, os PMs afirmaram que não sabiam que havia crianças sozinhas na residência. Com isso, o delegado descartou qualquer tipo de culpa dos policiais na morte do bebê e indiciou o jovem, primo da vítima, por homicídio doloso.
O investigado foi indiciado no dia 5 de janeiro de 2021, mesma data de conclusão das investigações. Diante disso, o G1 solicitou ao Ministério Público de Goiás (MP-GO) e ao Tribunal de Justiça (TJ) informações sobre o andamento do caso, na tarde desta terça-feira (8), e aguarda retorno.
Investigações As investigações apontaram que o jovem foi até a casa do bebê buscar uma moto a pedido de familiares, depois que o tio, pai da criança, foi preso. Chegando ao local, conforme o delegado, ele ficou sozinho com o menino e as outras duas crianças. Em seguida, foi embora antes de a família encontrar o bebê morto dentro da piscina.
De acordo com o delegado, durante o depoimento, o investigado apresentou versões diferentes do fato. Na última justificativa, o jovem afirmou, segundo o investigador, que deixou o bebê no corredor que dá acesso à piscina, mas negou que tenha o jogado na água.
“Esse bebê tinha algumas deficiências na coordenação motora, o que o impedia de chegar sozinho até a piscina, subir os degraus que estavam na borda e pular na água. Com isso, concluímos que esse jovem ou jogou a criança, na pior hipótese, ou a colocou =em perigo e não impediu que o pior acontecesse”, explicou.
Segundo a autoridade policial, o fato de ele ter tido contato com a criança, ter visto que ela estava em situação de perigo e não ter feito nada para impedir sua morte o qualifica como responsável pelo resultado. Por isso, de acordo com Soares, o jovem foi indiciado por homicídio doloso, quando há a intenção de matar.