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06/05/2021 às 10h40min - Atualizada em 06/05/2021 às 10h40min

Laudo cadavérico não conclui se menino de 4 anos morreu por picada de escorpião, diz polícia

Segundo a Polícia Técnico-Científica, a definição da causa da morte ainda depende de resultados de exames de laboratório e outras informações. Davi Lucca morreu em 17 de abril, após nove paradas cardíacas.

G1 GO
Araguaia Notícia
O laudo cadavérico do Instituo Médico Legal (IML) não determinou se o garoto Davi Lucca Ferreira, de 4 anos, morreu por picada de escorpião, em Pires do Rio, no sudeste de Goiás, conforme a Vigilância Sanitária havia afirmado. Segundo a Polícia Técnico-Científica, a definição da causa da morte ainda depende de resultados de exames de laboratório e outras informações.

Davi Lucca morreu no dia 17 de abril deste ano, após nove paradas cardíacas. No laudo cadavérico consta que não foram detectadas lesões externas ou internas que justifiquem a morte, por isso, a causa ainda é indeterminada.

O responsável pelo documento cita que há perguntas a serem respondidas, como: quando surgiu a suspeita de acidente escorpiônico; quando se iniciaram os sinais de deterioração cardiovascular; momento de administração de soro antiveneno; e se a criança apresentava alguma patologia prévia conhecida que pudesse justificar a alteração glicêmica ou insuficiência cardíaca.

A mãe do menino, Renata Ferreira Cardoso, procurou a Polícia Civil nesta quarta-feira (5) para pedir a investigação do caso. Ela suspeita que a causa da morte do filho não tenha sido pela picada do escorpião, pois não viu o animal.

“Ele estava só vomitando, foi depois do primeiro atendimento que ele piorou. Meu filho não está aqui mais e eu espero justiça. Sinto muita falta do meu menininho. A saudade está cada dia pior”, diz mãe.

O delegado Elton Fonseca, responsável pela delegacia de Pires do Rio, informou que aguarda receber o laudo do IML para iniciar a apuração. “Vamos unir depoimentos e juntar os laudos médicos para abrir um inquérito”, disse.

A Secretaria Municipal de Pires do Rio (SMS) informou que não teve acesso ao laudo do IML e que vai entrar em contato com a mãe do garoto. O secretário de saúde, Bruno Maia, disse que não pode afirmar com certeza, mas que os sintomas apresentados por Davi Lucca eram característicos de uma reação alérgica grave por picada de escorpião.

"No primeiro atendimento, ele foi medicado com bromoprida, pois apresentava um quadro de vômito, ele teve uma melhora, mas piorou. Ao retornar à unidade com sintomas de hiperglicemia, baixa saturação e irritabilidade, aplicamos a medicação hidrocortisona e posteriormente o soro antiescorpiônico. Não houve reação com o soro. O laudo anatomopatológico vai revelar qual substância causou essas alterações", disse o secretário.

O G1 também entrou em contato com a Vigilância Sanitária entre 16h17 e 16h25 desta quarta-feira (5), por mensagem e ligação, e aguarda retorno.

Morte do menino

Segundo a mãe, o menino acordou na madrugada de 17 de abril com episódios de vômito e reclamando de dor de cabeça. Ele foi levado para o Hospital Municipal de Pires do Rio e, diante dos sintomas, com glicemia de 390, o médico desconfiou de picada por escorpião.

Renata disse que o médico passou uma injeção para vômito e dor de cabeça, que eram as queixas no primeiro atendimento. Mas quando voltou para casa, a criança piorou.

"Ele vomitava sem parar, tipo uma secreção com espuma. Ele foi medicado e voltou para casa. Depois ele dormiu, mas estava muito gelado e delirando, falando coisas sem nexo. Então, voltamos para o hospital e o quadro se agravou", contou a mãe.

A unidade médica de Pires de Rio solicitou uma vaga de UTI e horas depois o menino foi transferido para o Hospital de Doenças Tropicais (HDT), em Goiânia. Ele sofreu paradas cardíacas durante todo o atendimento médico. Já na capital, Davi Lucca sofreu a nona parada e não resistiu.

O G1 também tentou contato, entre 17h e 17h10 desta quarta-feira (5) por mensagem e ligação, com o Hospital de Doenças Tropicais de Goiânia, para pedir informações sobre o paciente. Porém, não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

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