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04/05/2021 às 20h32min - Atualizada em 04/05/2021 às 20h32min

PM é indiciado pela morte do soldado da Força Aérea Brasileira baleado após fugir de blitz

Vídeos mostraram perseguição e abordagem de Guilherme Souza, de 19 anos, que morreu em hospital logo após ser baleado. Polícia Civil não conseguiu confirmar se rapaz estava armado, como relataram os policiais.

G1 GO
Araguaia Notícia
A Polícia Civil indiciou, nesta terça-feira (4), um policial militar pelo homicídio do soldado da Força Aérea Brasileira (FAB) Guilherme Souza Costa, de 19 anos, baleado após fugir de uma blitz em Anápolis, a 55 km de Goiânia. Outros dois PMs também foram indiciados no processo, mas pelo crime de disparo de arma de fogo em via pública, porque tentaram parar o jovem atirando contra a motocicleta que ele pilotava. Os três estão presos.

A Polícia Militar informou, por nota, que os policiais foram afastados pela Corregedoria e que estão à disposição da Justiça.

A defesa dos PMs informou, em nota, que "tanto a defesa quanto os Militares envolvidos no caso, colaboraram a todo momento de forma a ajudar na elucidação dos fatos". Também conforme o posicionamento, a defesa "confia na Justiça e aguarda que esta seja feita em relação aos militares, os quais estavam e sempre estarão a serviço da sociedade".

Exatamente dois meses após a morte do soldado, a Polícia Civil concluiu que Guilherme Souza não parou a mando dos policiais porque estava pilotando uma moto sem ter Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e com a placa danificada. Vídeos mostraram a perseguição e abordagem do soldado (assista abaixo).

"Ele foi abordado na altura da Avenida Universitária, desobedeceu a ordem de parada, foi realizada uma perseguição e foi montado um bloqueio policial na Avenida Brasil. Neste bloqueio, na hora que ele furou o bloqueio ele foi baleado e 300 metros depois ele foi alcançado pela PM, conforme as imagens", descreveu o delegado responsável pela investigação Wllisses Valentim.

As investigações mostraram que dois PMs, com intuito de parar Guilherme, atiraram contra a motocicleta dele, tentando atingis os pneus – o que foi confirmado pela perícia, segundo o delegado.

No entanto, Guilherme não parou imediatamente e, logo depois, enquanto era perseguido por policiais, foi baleado no abdômen e na perna por um terceiro PM. De acordo com o delegado, estes disparos foram dados de forma lateral e a uma distância pequena da vítima.

Não houve troca de tiros

No registro da PM sobre o caso, consta que os policiais encontraram uma arma com o jovem ao revistá-lo após a abordagem. Porém, a Polícia Civil não conseguiu concluir se o rapaz de fato estava armado ou não antes de ser abordado - não foram encontradas imagens de câmeras de monitoramento ou testemunhas que corroborassem essa informação dos policiais. Apesar disso, todos depuseram que não houve troca de tiros, que o jovem não atirou contra eles.

Segundo o delegado, quando o soldado parou a moto e foi rodeado por PMs, ele já tinha sido baleado. Isto aconteceu cerca de 300 metros antes.

Consta nos registros policiais que Guilherme foi socorrido após a abordagem e levado ao Hospital de Urgências de Anápolis (Huana), onde recebeu atendimento, mas morreu logo depois.

A FAB havia informado que a arma apreendida com o jovem não pertence à corporação. O G1 entrou em contato, por e-mail, às 9h50, e aguarda retorno com posicionamento sobre o indiciamento dos PMs.

Ainda de acordo com o delegado, os três PMs estão detidos no Presídio Militar de Goiânia desde 16 de março. Eles foram presos em razão de mandado de prisão temporária, a qual foi prorrogada.

Imagens mostram quando PMs abordaram Guilherme Souza — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Imagens mostram quando PMs abordaram Guilherme Souza — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

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