Araguaia Notícia  Publicidade 728x90
05/03/2021 às 18h20min - Atualizada em 05/03/2021 às 18h20min

Rede Frente de Barra do Garças receberá apoio do Magazine Luiza no combate da violência contra a mulher

Vinte organizações do Brasil foram selecionadas e vão receber recursos para continuarem lutando em favor das mulheres. Serão investidos 2,6 milhões pelo Magazine Luiza

Araguaia Notícia e Revista Marie Claire
Luiza Trajano (Foto: Beatriz Chicca)


A Rede de Frente de Combate a Violência contra a Mulher de Barra do Garças e Pontal do Araguaia é uma das 20 organizações que foram selecionadas em todo o Brasil através de edital para receberem apoio financeiro do Magazine Luiza com recursos na ordem de 150 mil para continuarem na luta defendendo as mulheres e contra a violência doméstica.

Acompanhe a lista logo abaixo. A loja Magazine Luiza vai investir cerca de 2,6 milhões.Magalu em organizações que combatem violência contra a mulher para comemorar o mês da mulher e conscientizar a população contra a violência doméstica. 

Luiza Helena Trajano é um forte nome quando o assunto é o combate à violência doméstica. Em mais uma empreitada, o Magazine Luiza selecionou por meio de edital 20 organizações da sociedade civil para receberem aportes de seu Fundo de Combate à Violência Contra a Mulher. Criado em agosto de 2020 para apoiar entidades dedicadas à causa, o fundo irá contemplar organizações de diversos estados. O que motivou Luiza dessa vez, segundo ela, foram os aumentos de casos de violência contra a mulher durante a pandemia.

“Com homens dentro de casa, as mortes de mulheres aumentaram no mundo inteiro”, explica. De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, durante março e abril de 2020, início da pandemia e do isolamento social, o número de casos de feminicídio cresceu 22% no Brasil. “Tínhamos que auxiliar as instituições que tratam da violência, mas pegando o Brasil todo”, diz em entrevista exclusiva à Marie Claire.

O fundo de R$ 2,6 milhões - incluindo impostos do governo e custos com capacitações - foi lançado por meio de um edital e recebeu 459 propostas de organizações localizadas em 200 municípios brasileiros. As entidades foram separadas em três categorias: nacional, estadual e local. Na primeira, cada uma receberá R$ 150.000 e, nas demais, R$ 100.000 cada.

“O que me segura mesmo, primeiro, é a minha vontade de fazer as coisas. Mas, se você não tiver um grupo forte te sustentando, você não consegue fazer isso”, entende Luiza. Ela lembra do feminicídio da gerente de uma loja de Campinas, em São Paulo, Denise Neves dos Anjos, que foi esfaqueada e morta pelo marido aos 37 anos. O crime ocorreu em 2017 e a motivou a combater a violência contra a mulher de forma mais vigorosa. Ela já havia fundado o grupo Mulheres do Brasil, que levanta a bandeira até hoje, mas diz que após a tragédia as ações tomaram outras proporções.

Durante a pandemia, o Magalu relançou o botão de denúncia contra violência doméstica, que já era parte do aplicativo da loja desde 8 de março de 2019. Mas, segundo Luiza, não foi o suficiente. As entidades escolhidas têm atuações variadas dentro do tema. Algumas trabalham para oferecer capacitação profissional e impulsionar a independência financeira das vítimas - um fator determinante, na maior parte dos casos, para que as mulheres rompam os vínculos com os agressores.

Outras oferecem acesso à saúde psicológica e física ou têm foco no fortalecimento e na criação de políticas públicas de gênero. Uma das contempladas pelo fundo foi a AJENAI [Associação Jenipapense de Assistência]. O projeto de Minas Gerais atua com mulheres do Vale do Jequitinhonha há mais de 20 anos e foca no empoderamento financeiro de mulheres de comunidades rurais.

A porta-voz do projeto, Mariana Berutto, listou os prejuízos causados pela pandemia na atuação da organização. “Tínhamos parcerias com lojas que vendiam os bordados das Bordadeiras do Curtume, em Belo Horizonte e em São Paulo. No início da pandemia, essas lojas fecharam e as bordadeiras ficaram sem renda”, explica. Ela acrescenta que os atendimentos à saúde que organizavam para mulheres também foram prejudicados.

Mariana descreve ações como a do Magalu “fundamentais para uma sociedade mais justa”. Em 2020, além da crise causada pela Covid-19, a AJENAI perdeu seu principal financiador, o ChildFund Brasil, e conta que, desde julho, todos estão trabalhando de forma voluntária.

Em São Paulo, o aplicativo PenhaS, desenvolvido pelo Instituto AzMina, também receberá o aporte. O aplicativo oferece um mapa com pontos de apoio, botão de pânico para acionar até cinco pessoas da confiança da usuária previamente cadastradas por ela, e orientação para o armazenamento seguro de provas contra o agressor.

A gerente do aplicativo, Marilia Moreira, conta que o uso do PenhaS aumentou em cerca de 30% no último ano. “Isso sinaliza que o distanciamento social é um um fator de risco e uma grande ameaça para as mulheres em relacionamentos abusivos”, diz. A verba do fundo será utilizada para manutenção do aplicativo e ela espera aumentar o alcance da plataforma.

Luiza Trajano fala da importância do setor privado abraçar causas sociais. Para ela, quem está mudando não é o setor em si, mas a sociedade, que pede por essas mudanças. “Não atuamos só para prender o companheiro. É para salvar a mulher, isso que é importante”, acredita.

Confira a lista completa das organizações contempladas pelo fundo do Magalu:

NACIONAL

-Think Olga
-Nossas
-AzMina
-Turma do Bem

ESTADUAL

-Grupo de Apoio à Prevenção à Aids da Bahia | Salvador e Camamu -
BA
-COMUNEMA (Coletivo de Mulheres Negras “Maria-Maria”) | Altamira e calha da Rodovia Transamazônica e Xingu - PA
-AJENAI (Associação Jenipapense de Assistência à Infância) | Jenipapo de Minas, Francisco Badaró e Diamantina, no Vale do Jequitinhonha - MG

LOCAL

-Instituto As Valquírias | São José do Rio Preto - SP
-Associação SEDUP (Serviço de Educação Popular) | Brejo Paraibano (municípios Areia, Guarabira e Pilões) - PB
-Associação Beradeiro | Porto Velho e comunidades do entorno - RO
-REDE DE FRENTE (Associação Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica contra a Mulher de Barra do Garças e Pontal do Araguaia) | Barra do Garças e Pontal do Araguaia - MT
-CASA 1 (Centro de Cultura e Acolhimento LGBT) | São Paulo - SP
-Casa da Mulher do Nordeste | Região Metropolitana de Recife - PE
-Redes da Maré | Complexo da Maré, Rio de Janeiro - RJ
-CEMUR (Centro de Mulheres Urbanas e Rurais de Lagoa do Carro e Carpina) | Lagoa do Carro - PE
-Associação de Arte e Cultura Negra Ará Dudu | Santa Maria, São Sepé e Caçapava do Sul - RS
-Associação de Moradores Produtores, Pescadores e Marisqueiras de Mutá | Jaguaripe- BA
-Grupo Brasileiro de Promoção da Cidadania (GGLOS LGBT) | Picos e Oeiras - PI
-RECOMEÇAR (Associação de Assistência às Mulheres, Crianças e Adolescentes e Vítimas de Violência) | Mogi das Cruzes - SP
-CAMI (Centro de Apoio e Pastoral do Migrante) | São Paulo - SP
 
Entre no grupo do Araguaia Notícia no WhatsApp e receba notícias em tempo real  CLIQUE AQUI
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Araguaia Notícia  Publicidade 1200x90