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26/01/2021 às 15h52min - Atualizada em 26/01/2021 às 15h52min

Professor denuncia que foi discriminado por Escola Militar de Barra do Garças; direção nega

Ele teria sido orientado a raspar barba, tirar o brinco e esconder as tatuagens. A direção do colégio vai se pronunciar amanhã e o coronel Guedes alega que não teve contato com este professor

Jacques Gosch / RDNews
ARAGUAIA NOTÍCIA


O professor de educação física Gibran Dias Paes de Freitas, que é membro da diretoria do Sintep Regional Vale do Araguaia, denuncia que foi alvo de discriminação ao fazer a atribuição para lecionar na Escola Militar Tiradentes, antiga Escola Estadual São João Batista, de Barra do Garças (a 520 km de Cuiabá). Alega ter sido orientado a raspar a barba, usar camisa de manga longa para esconder as tatuagens e tirar os brincos para se adaptar ao ambiente da unidade de ensino administrada pela Polícia Militar. 

O site Araguaia Notícia entrou em contato agora pouco com o tenente-coronel Guedes sobre este assunto. Ele disse que fará uma entrevista coletiva amanhã para dar a versão da escola. Mas de antemão, Guedes nega que tenha feito algum tipo de exigênca e que nem teve contato com o professor denunciante. 

Ao RDNews, Gibran relatou que a situação foi constrangedora porque a orientação foi repassada por um coordenador pedagógico diante de diversos outros professores que aguardam para fazer suas atribuições. Além disso, pontua que nunca foi discriminado em 11 anos com concursado na Secretaria de Estado de Educação (Seduc).

Gibran levou o fato ao conhecimento do Sintep, que deve emitir nota de repúdio nas próximas horas. O professor também está ingressando com representação junto ao Ministério Público Estadual (MPE) e contratou advogado para ingressar com ação por dano moral argumentando que foi vítima de discriminação pela aparência.

“Fui informado na frente dos colegas que estavam   que estavam para atribuição que não poderia me expressar através do meu corpo. Não estou pedindo  para dar aula com  roupa inadequada para escolas. Simplesmente, quero  usar uma camiseta para dar aula. Fiz concurso para ser um professor, não  policial militar”, relatou.

O educador também ressaltou que escola é um espaço civil e não militar. Por isso, cobrou respeito à diversidade.

“Com todo respeito à importância da instituição PM para nossa sociedade, escola  não é um espaço militar, não é um espaço regido pelas normas da PM. É um espaço civil onde inclusive se aprende o respeito a pessoas que optam por usar barba, tatuagem, brinco, o respeito pela diversidade. Só que não permitem que a diversidade entre  para dentro dessa escola”, completou Gibran.

Gestão Compartilhada

O modelo de gestão compartilhada com a Polícia Militar   é composto por  gestão estratégica, gestão cívico militar e gestão pedagógica.

Na parte estratégica, a Seduc, em articulação com a PM, fica  responsável pelo planejamento e definição de estratégias para a prática pedagógica da Escola Militar Tiradentes de Barra do Garças.

Na gestão cívico-militar, caberá a PM  implantar na escola rotinas militares que, segundo o Governo do Estado,  possam contribuir para o desenvolvimento de um ambiente que cultive a disciplina, o respeito à hierarquia, a meritocracia e a promoção de um ambiente organizado e acolhedor, voltado à melhoria da aprendizagem dos estudantes.

Na gestão pedagógica e administrativa, a Seduc é  responsável pela execução do projeto político pedagógico definido pela comunidade escolar.

Outro Lado

Pela assessoria, a Seduc informou que ainda está tomando conhecimento sobre o ocorrido em Barra do Garças. O espaço segue aberto para manifestação.

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