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28/12/2020 às 12h40min - Atualizada em 28/12/2020 às 12h40min

'Ele não aceitava a separação e achava que era dono dela', diz irmã de doméstica morta a facadas por ex-namorado

Os familiares de Domingas Cecília da Silva relatam a dor da perda e contam que Alecino não aceitava a separação.

G1 MT
ARAGUAIA NOTÍCIA
A Polícia Civil encaminhou ao Ministério Público Estadual (MPE) o inquérito que apura o feminicídio de Domingas Cecília da Silva Oliveira, de 49 anos, assassinada pelo ex-namorado no caminho para o trabalho, em Cuiabá, no dia 19 de dezembro. Os familiares relatam a dor da perda e contam que Alecino não aceitava a separação.

Domingas deixou três filhos, irmãos e o pai, de 70 anos.

Rosa da Silva Oliveira, irmã da vítima, conta que Alecino já era violento com Domingas.

"Ele não aceitava a separação e achava que era dono dela. Acreditava que estava na razão. Foi quando a gente conheceu quem ele realmente era. Começaram as brigas, as agressões. Então ela procurou a Justiça", relata Rosa.

Renan Oliveira, filho de Domingas, fala que a mãe era o alicerce da família e o grande apoio nos projetos dele.

"Hoje eu dou aula de karatê em projetos sociais para crianças vulneráveis e isso é por causa dela. Sem ela, não tenho vontade de fazer mais nada, a não ser procurar justiça", afirma.

Renan relata que desde a morte da mãe, só conseguiu entrar duas vezes no quarto dela e que as coisas ainda estão como ela deixou.

"Não consigo olhar para tudo isso, sabendo que não vou ter mais o afeto dela. O que me marca até hoje foi quando eu contei para minha irmã mais nova o que tinha acontecido. Ela perguntou para mim: O que vai ser da gente? E eu não consegui responder, estava sem chão", conta.

Em choque, os filhos não conseguiram mais voltar a morar na casa de Domingas.

O ex-companheiro, Alecino de Santana, de 40 anos, foi preso no mesmo dia.

Poucas horas antes do assassinato, Alecino pulou para o quintal do prédio onde ela morava e ficou esperando por ela em uma cadeira. Uma vizinha encontrou e mandou o homem ir embora. Ele chegou a sair pelo portão , ficou esperando por Domingas na rua.

Só depois do crime é que os familiares souberam que o ex-companheiro vinha a ameaçando de morte.

"Aí que o coração foi esmagado, chutado. Eu estava todo tempo aqui e ela nunca falava. Mais uma vez ela quis nos proteger, mas dessa vez protegeu com a vida", lamenta Renan.

O filho faz um apelo e pede às mulheres que passam por violência doméstica que não guardem as ameaças.

"Procurem ajuda. Hoje minha família sofre, porque minha mãe tentou me proteger", conclui.
 

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