25/09/2020 às 16h09min - Atualizada em 25/09/2020 às 16h09min
Vereador repudia deputado Barbudo que mandou bispo do Araguaia para o inferno
O vereador Valterí Araújo, conhecido Valtinho de Nova Xavantina, saiu em defesa da honra e da história do bispo Dom Pedro Casaldáliga que morreu dia 8/8. Após a morte do religioso, Barbudo disse que o lugar do bispo era no inferno onde deveria estar todos os comunistas
O Roncador
ARAGUAIA NOTÍCIA
O vereador Valterí Araújo (Valtinho) Podemos, repudiou na sessão da Câmara (21/9), as declarações do deputado federal Nelson Barbudo (PSL), contra o bispo emérito Dom Pedro Casaldáliga que faleceu dia 8 de agosto.
O vereador reprovou a declaração do parlamentar a respeito do Bispo, feita pelas redes sociais logo após a morte do religioso fato ocorrido no mês de agosto, em decorrência de complicações respiratórias. Segundo Barbudo, “o lugar de Dom Pedro é no inferno como todo comunista”.
“Barbudo denegriu o nome de uma pessoa muito respeitada aqui na região, eu conheci o trabalho do Dom Pedro Casaldáliga, as pessoas que quiserem falar mal do Bispo, tem que no mínimo “escovar os dentes”, e que Nelson Barbudo lave aquela barba nojenta, para poder falar de Dom Pedro, o homem que veio para a região do Araguaia para ajudar pessoas que estavam sendo mortas por grileiros, índios estavam sendo mortos sem piedade.
Dom Pedro com seu trabalho nessa região, foi o responsável por uma calmaria nessa “guerra sangrenta” de índios e brancos, eu acompanhei de perto, porque eu nasci dentro de uma aldeia, meus pais casaram em Santa Terezinha, junto com os índios. Lembro do Padre Pedro e Padre Luiz lutando juntos, com esse povo massacrado por quem tinha dinheiro. Fico muito triste em saber que um deputado Federal falou de homem que eu trabalhei 25 anos numa instituição que ele ajudou trazer para Nova Xavantina (Sociedade Clarentiana), ai vem um deputado nojento falar isso. Estou chateado e indignado”, finalizou o vereador Valtinho.
O bispo do povo Internado em Batatais, em São Paulo, o “bispo do povo” morreu no último dia 8 de agosto, em decorrência de complicações respiratórias. O corpo foi transladado para Mato Grosso para realizar o último desejo de Casaldáliga, ser sepultado às margens do Rio Araguaia, no cemitério indígena dos Karajás.
Durante a Diatura Militar, chegou a ser expulso do Brasil, mas não desistiu de sua missão em Mato Grosso, para onde veio em 1968 e foi ameaçado de morte por diversas vezes por pregar contra os grandes latifúndios.
Em 2005, o primeiro prelado de São Félix, pediu aposentadoria ao Vaticano e se tornou bispo emérito. Poeta nas horas vagas, Casáldaliga nunca deixou de falar pelos pobres.
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