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04/08/2020 às 19h06min - Atualizada em 04/08/2020 às 19h06min

Policial diz que cena da morte de adolescente de 14 anos após tiro acidental estava limpa e organizada

O tenente relatou, em depoimento à Polícia Civil, que a posição do corpo da menina parecia ter sido arrumada e que o local estava organizado.

G1 MT
ARAGUAIA NOTÍCIA
O tenente da Polícia Militar que atendeu a ocorrência do disparo de arma de fogo que matou a adolescente de 14 anos, Isabele Guimarães, no dia 12 de julho, em Cuiabá, relatou, em depoimento à Polícia Civil, que a posição do corpo da menina parecia ter sido arrumada e que o local estava organizado.

O militar prestou depoimento na Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica) na última quarta-feira (29) sobre a morte de Isabele, em um condomínio de luxo em Cuiabá. A amiga, que fez o disparo, também tem 14 anos e alega que o tiro foi acidental.

De acordo com o relato do policial, às 22h30 do dia 12, ele foi acionado via Ciosp para atender a ocorrência e quando chegou na residência, uma equipe do Samu já estava no local. Também estavam presentes a garota que disparou o tiro, os pais e os irmãos dela e o advogado da família.

Após chegar, o policial subiu com o médico do Samu para o andar superior e confirmaram a morte de Isabele. O médico também confirmou ao tenente que, pelo estado da pálpebra da vítima, a morte teria acontecido há menos de duas horas.

O militar também afirmou, durante o depoimento, que não encontrou sinal de desorganização ou desarrumação no local e que a posição do corpo da vítima chamou sua atenção, porque estava de uma forma como se tivesse sido arrumada.

Porém, ele disse que isso poderia ter acontecido em razão das massagens cardíacas feitas pelo pai da menina que atirou.

O tenente afirmou que não encontrou nenhuma arma, munição ou o case no local. O médico informou que, quando chegou na casa, havia várias armas sobre a mesa. Mas, no momento em que a policia chegou, elas não estavam no local.

O proprietário das armas, pai da menina que fez o disparo, afirmou que era atirador esportivo e que os armamentos eram todos registrados.

O policial também informou que após o isolamento do local onde o corpo de Isabele estava, ninguém mais teve acesso ao piso superior da casa, até a chegada da Perícia Oficial e Identificação Ténica (Politec).

Na data, o pai da menina que fez o disparo relatou ao tenente que, na hora do incidente, havia ouvido um barulho, mas não sabia que era de um disparo de arma de fogo e havia pensado que Isabele tinha batido a cabeça.

Segundo o depoimento do tenente, a adolescente que fez o disparo relatou ao policial que o pai havia pedido para ela guardar as armas, mas a garota não conseguia explicar o porque de ter ido até o quarto, pois estava muito nervosa.

A adolescente também disse ao tenente que estava levando a arma no case, a maleta, se desequilibrou e, ao tentar pegar a arma, o disparo foi feito. Depois disso, ela teria se assustado e corrido para guardar a arma.

Agitada, a menina não conseguiu responder a todas as perguntas.

Depoimento do enfermeiro

Na semana passada, um enfermeiro do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) contou ter pedido para a mãe da adolescente que disparou o tiro não mexesse no material de manutenção da arma, pois poderia alterar a cena do crime. A arma não estava no local quando os policiais chegaram.

O Samu foi chamado às 22h02 e chegou 10 minutos depois. Um dos enfermeiros disse que eles tiveram dificuldades para entrar no condomínio porque a portaria não tinha conhecimento da solicitação do Samu.

Ele ainda viu uma mulher que, possivelmente poderia ser a mãe da adolescente, retirando o material de manutenção de armas que estava em cima da mesa.

Troca de roupas

Até agora, 21 pessoas já foram ouvidas pela polícia. Pelo menos sete estavam na casa no momento do disparo. Uma vizinha contou que a adolescente e a irmã foram até a casa dela e trocaram de roupa logo depois que Isabele foi atingida.

A mãe de Isabele, Patrícia Hellen Guimarães Ramos, foi chamada por causa do acidente que havia ocorrido. Ela questiona como que elas tiveram a ideia de trocar de roupa depois do que aconteceu.

“Como é que duas adolescentes tiveram a ideia de tomarem banho e trocarem de roupa depois do que aconteceu? Por que eu não teria conseguido nem trocar o meu roupão. Eu estava realmente chocada com tudo que havia acontecido. Pareceu um teatro, uma encenação”, afirma.

Patrícia conta que a arma não estava no local do acidente e que o banheiro estava bem limpo.

“A arma não estava na cena do crime. Eu me recordo de que o banheiro estava bem limpo, só havia sangue em baixo da cabeça da minha filha e havia bastante sangue. Essa arma só apareceu com a chegada do delegado”, afirma.

O caso

O acidente aconteceu no dia 12 de julho quando Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, foi até a casa da amiga. O namorado da adolescente levou duas armas para mostrar ao pai dela. O pai da menina pediu que ela levasse as armas para o andar de cima da casa.

Segundo o depoimento da adolescente, Isabele estava no banheiro e ela foi chamá-la, a arma caiu da mão e quando ela pegou, foi feito o disparo acidentalmente.

O pai da menina alegou que as armas teriam sido levadas pelo namorado da adolescente e a Polícia Civil contou que as armas teriam sido modificadas para participar de campeonatos e em consequência disso, o acionamento dela era um pouco mais mole.

A Polícia Civil investiga se essas alterações permitiriam o disparo.
 

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