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10/07/2020 às 06h57min - Atualizada em 10/07/2020 às 06h57min

Professor da UFMT de Barra do Garças entra na justiça após ser plagiado

Ele alega que foi plagiado por uma colegada professora de Biomedicina que está sendo investigada pela Polícia Federal e o caso já virou inquérito na Justiça

Lucas Iglesias / Holofote Digital
ARAGUAIA NOTÍCIA
Professor acusa colega de plágio na UFMT em Barra do Garças-MT


O professor da UFMT de Barra do Garças, Márcio Andrade, foi o primeiro brasileiro a concorrer ao Global Teacher Prize, o equivalente ao prêmio Nobel da Educação. Mas nos últimos anos, uma das batalhas dele está fora da sala de aula e sim nos tribunais.

O processo começou em 2014, quando o professor foi inscrever o trabalho “Utilização do Óleo de Babaçu Oriundo da Comunidade Ribeirinha (Associação das Quebradeiras de Cocalinho) da Região de Cocalinho-MT para Desenvolvimento de Produto com Atividade Antimicrobiana”, em uma competição, mas para surpresa dele, o mesmo trabalho já estava inscrito e em nome de outra pessoa. Foi aí que as investigações começaram. O trabalho criado pelo professor Márcio visava desenvolver a comunidade de Cocalinho-MT assessorada pela EMPAER, com a criação de um bioproduto, já que o professor é formado em engenharia química pela EEL-USP.

A suspeita era que o trabalho tivesse sido plagiado. O plágio é quando uma pessoa copia partes ou totalmente uma obra que pertença a outra pessoa sem a permissão do autor. Ou seja, a pessoa copia um trabalho de outra e assina como se ela tivesse realizado este trabalho. Além disso, o plágio pode ocorrer quando uma pessoa tenta se passar autora de um trabalho que não lhe pertence, como é o caso.

É uma apropriação indevida de uma obra intelectual.

A acusada, que também é professora do curso de Biomedicina e está vinculada ao ICBS da UFMT, campus de Barra do Garças, teve a participação no Prêmio Celso Furtado de Desenvolvimento Regional Edição 2014: Homenagem a Armando Dias Mendes desclassificada após a acusação de plágio. Além da desclassificação dela, há também a eliminação do projeto dentro do prêmio, assim, ele não pode ser avaliado, já que a professora não era autora da ideia e da propriedade intelectual e hoje já e Ré em processo criminal. O caso foi tão grave que até a Polícia Federal teve que se envolver e verificou que o professor Márcio falava a verdade.

Márcio Andrade então buscou respostas junto a comunidade acadêmica, que, de acordo com ele, tentaram ocultar as provas e evitar um escândalo, até mesmo com a proteção da autora do plágio.

Assim, sem apoio da própria universidade, ele encaminhou as provas para o Ministério Público e desde então busca por vias legais, a reparação e o prejuízo que este plágio causou para a própria carreira.

Embora a ré e associados, tentassem ludibriar as autoridades competentes, a farsa foi descoberta, graças a ação de inteligência da polícia civil da primeira delegacia (Delegado Adriano) e Ministérios Públicos.

O professor afirma que o plágio é um câncer científico: “Ele tira o mérito dos pesquisadores. Ele rouba as ideias. Não dá o crédito devido e tem que ser eliminado do nosso meio científico urgentemente. Não podemos beneficiar quem comete plágio”.

Andrade espera que com o processo ele possa receber os devidos crédito pelo trabalho. E ainda um pedido de desculpas por parte da UFMT. “Isso é o mínimo que a instituição UFMT me deve”. Esse processo já está há anos na Justiça, mas Márcio espera que mesmo com a demora, a Justiça puna os responsáveis.

Abraham Lincoln: Você pode enganar uma pessoa por muito… Você pode enganar uma pessoa por muito tempo; algumas por algum tempo; mas não consegue enganar todas por todo o tempo.

Segundo o Código Penal, a pena par ao crime de plágio é a detenção de três meses a um ano ou multa. Os próximos passos dessa situação, é aguardar os trâmites judiciais, e que a Justiça avalie as provas enviadas pelo professor e ele ainda espera que a UFMT se retrate da situação.

Nós procuramos a acusada e também a UFMT, campus de Barra do Garças, para falar sobre a situação. A acusada afirmou não ter praticado o plágio, mas bloqueou o repórter ao ser solicitado que enviasse o certificado de participação no certame, que provaria sua suposta alegada inocência. Já a UFMT, por meio dos responsáveis no momento, já que o pró-Reitor está de férias, alegou não saber da situação e nenhum dos procurados quis se pronunciar.

Vamos aguardar uma manifestação da UFMT e das autoridades competentes. A sociedade merece uma resposta.
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