Araguaia Notícia  Publicidade 728x90
25/06/2020 às 20h50min - Atualizada em 25/06/2020 às 20h50min

Campanha para conter pandemia entre xavantes no Araguaia arrecada R$ 106 mil na noite de lançamento

Foram duas lives para lançar a campanha em favor do povo indígena e uma vaquinha virtual onde o Sindicato dos Bancários do Distrito Federal doou 20 mil para causar aos índios

Assessoria
ARAGUAIA NOTÍCIA


Na noite de lançamento, quarta-feira (24/6), a campanha A'UWE TSARI – SOS XAVANTE já arrecadou R$ 106 mil em ajuda de emergência para combater a epidemia de coronavírus entre os 22 mil Xavante, a maior e mais vulnerável nação indígena do país, que vive majoritariamente no Estado do Mato Grosso. Este valor representa 42% da arrecadação fixada como meta da campanha (R$ 250 mil).

O número de casos confirmados de contaminação entre o povo indígena totaliza 8.428 em 112 povos, com 365 mortos, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (25) pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). Há estimativas de que a pandemia pode dizimar 40% de toda essa população, se não houver ações concretas e rápidas de contenção do coronavírus.

O objetivo da campanha é captar recursos para instalar uma Unidade Avançada de Saúde próxima às aldeias Xavante, onde duas vidas são perdidas a cada dia para a covid-19. E além disso, fornecer material sanitário e segurança alimentar para que os Xavante possam manter o isolamento em suas aldeias.

Duas lives pelas redes sociais abriram a campanha, organizada pela Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN), pela Federação dos Povos Indígenas do Mato Grosso (Fepoimt), pelo Condisi Xavante (Conselho Distrital de Saúde Indígena Xavante) e pelo Sindicato dos Bancários de Brasília, com parceria dos Expedicionários da Saúde, da Operação Amazônia Nativa (Opan), da The Nature Conservancy Brasil, da Revista Xapuri e de inúmeras personalidades nacionais e internacionais.

Como contribuir

Há duas formas de contribuição: depósito na conta da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro-Norte (CNPJ 33.710.419/0001-96) no Banco do Brasil (agência 3325-1 e cc 40 6895-5) ou na página

https://www.captar.info/campanha/sosxavante/

Corrente de solidariedade para salvar vidas

“Se você não puder doar, divulgue a campanha para os amigos e nas redes sociais”, sugeriu Lucio Wa ane Terowa’a, secretário executivo da Fepoimt, durante a primeira live da noite. E acrescentou: “Agradecemos essa corrente de solidariedade que vai salvar vidas do nosso povo Xavante”.

Clarencio Urepariwe, presidente do Condisi Xavante, destacou: “Nossos idosos estão morrendo e as pessoas estão com medo de sair das aldeias. Por isso é muito importante a ajuda de vocês para levar equipamentos sanitários nas aldeias. Em muitas delas temos profissionais de saúde. Peço com muito amor que nos ajude a preservar a vida dos nossos idosos, das nossas crianças, que merecem viver ainda. Por isso a ajuda de vocês é muito importante para que o povo Xavante”.

Abraçamos os Xavante e vamos juntos salvar esse povo heroico

“A metade dos 800 mil indígenas brasileiros vive nas regiões Norte e Centro-Oeste, a base territorial onde estão os bancários representados pela Fetec-CUT/CN. Todos os 22 mil Xavante, povo com histórico de resistência, estão na nossa base, principalmente no Mato Grosso. É dramática a situação de risco que eles enfrentam com a pandemia. Nós, bancários, também temos tradição de luta e de prestar solidariedade e ajuda a quem precisa. Por isso reunimos nossos sindicatos e decidimos nos unir às entidades indígenas para essa campanha de emergência. Abraçamos os Xavante e vamos juntos salvar esse povo heroico”, ressaltou Cleiton dos Santos, presidente da Federação Centro-Norte, na segunda live da noite.

O presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Kleytton Morais, que também está na coordenação da campanha, criticou o descaso do governo brasileiro no socorro às populações mais vulneráveis à Covid-19, entre elas os povos indígenas.

“Não aceitamos essa omissão e não vamos permitir que passe a boiada. A capacidade de se indignar e de transformar a realidade são traços importantes da capacidade humana. Vamos somar esforços com as entidades indígenas, envolver os bancários e toda a sociedade brasileira para fazermos essa importante travessia e salvar os povos indígenas”, afirmou Kleytton.

Entre no grupo do Araguaia Notícia no WhatsApp e receba notícias em tempo real  CLIQUE AQUI
Notícias Relacionadas »
Comentários »