Os alunos do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), em Cáceres, a 220 km de Cuiabá, são finalistas da 18ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), realizada pela Universidade de São Paulo (USP). Eles desenvolveram álcool em gel a partir de restos de comida. O resultado final deve sair até 4 de abril deste ano.
O projeto de pesquisa “Produção de álcool em gel a partir de resíduos vegetais oriundos do restaurante escolar do IFMT” foi apresentado devido à pandemia da Covid-19. A competição acontece desde segunda-feira (23).
O produto foi desenvolvido por quatro estudantes do curso técnico em agropecuária integrado ao ensino médio.
O trabalho de pesquisa, desenvolvimento e produção foi realizado no campus de Cáceres pelos alunos Francielly Pasquali de Oliveira, Karen Priscila Barbosa da Rocha, Maycon Jhones Pereira Freitas e Samira Lourena Alpino Moreira.
O projeto é coordenado e orientado pelos professores Admilson Costa da Cunha e Cristian Jacques Bolner de Lima.
Os alunos e professores pensaram numa forma de transformar os restos de comida, como cascas e restos de frutas que sobrava no restaurante do instituto em algo que fosse útil. Com isso, nasceu o objetivo de usar o produto para a higienização das mãos no próprio restaurante.
“Nós da área de alimentos sabemos que os manipuladores necessitam cumprir com as boas práticas, dentre elas está a higienização das mãos antes de dar início ao processo de manipulação dos alimentos, o qual na maioria dos restaurantes é muito utilizado o álcool em gel”, explica Admilson.
Nas atuais circunstâncias de pandemia com a Covid-19, o professor ressalta a importância da produção do bioetanol em gel a 70% a partir dos resíduos vegetais pela eficiência na higienização das mãos. A produção é uma alternativa para a sustentabilidade com o aproveitamento dos restos de comida que geralmente seriam descartados, segundo ele.
Nesta edição da competição, as atividades são realizadas à distância, via internet, como medida de prevenção da proliferação do novo coronavírus.
Samira, que tem 17 anos, contou que o produto é uma forma de beneficiar quem frequenta e trabalha no restaurante. “A higienização das mãos evita-se pegar qualquer tipo de bactérias e poupa-tempo com a limpeza, que seria com o sabão. Além disso, ele não possui nenhum tipo de elemento químico que poderia causar algum tipo de alergia ou agressão à pele”, disse.
O bioetanol é um combustível obtido por meio da fermentação controlada e da destilação de resíduos vegetais, como o bagaço da cana-de-açúcar, hortaliças, trigo, milho ou cascas de frutas. Os produtos passam por processos físico-químicos, como deslignificação, fermentação, destilação, até se transformarem no produto.
Os projetos na feira são avaliados por um comitê formado por professores universitários, doutores, estudantes de pós-graduação e especialistas. Os vencedores ganharão troféus, medalhas, certificados, estágios, bolsas de estudo, equipamentos eletrônicos, visitas técnicas e credenciais para participação em outras feiras nacionais e internacionais.
A equipe conta que a proposta do projeto é que o produto seja todo revertido para uso no próprio restaurante. Eles explicam que extremamente necessário a antes do preparo dos alimentos, a higiene pessoal dos manipuladores e cuidados como a desinfecção das mãos.
Em novembro de 2019, os estudantes conquistaram o primeiro lugar na Mostra de Iniciação Científica no Pantanal, na categoria Desenvolvimento Tecnológico realizada pela Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat).
O trabalho de pesquisa dos alunos concorrem também ao Prêmio Votação Popular na Mostra Virtual de Projetos pela 18ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace). Para votar é só clicar e curtir o projeto dos alunos do IFMT na página da internet.