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18/11/2019 às 19h36min - Atualizada em 18/11/2019 às 19h36min

Companhia de Aragarças conquista 5 troféus em Festival de Teatro de Primavera do Leste

Thereza Helana / Paragrafo Cerrado + Araguaia Notícia
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Fred Gustavos / Paragrafo Cerrado


A companhia de teatro Blueberry, da cidade de Aragarças-GO, com a peça ‘Memórias de um Beija-Flor’ conquistou cinco troféus no 13º Festival Velha Joana, realizado na cidade de Primavera do Leste (MT) entre 08 e 17 de novembro de 2019. Essa companhia de teatro tem apoio do prefeito José Elias Fernandes 

“Memórias de um Beija-Flor”, trouxe para mostra regional do Velha Joana um espetáculo autoral com texto delicado e atento aos danos ambientais. A dramaturgia narra a preparação das filhotinhas de beija-flor para seu primeiro voo solo. O texto, no princípio muito bem humorado, nos revela uma vovó muito antenada com as inovações tecnológicas, a vovó beija-flor Jurema. Ela recomenda a cada uma das pequenas que se guiem pelo GPS em seu trajeto pelos ares, pois a modernidade está aí para ser usada, não é verdade!?



Cada uma das beija-flores recebe uma espécie de missão: encontrar uma flor do deserto. Um cacto diferente, por exemplo. Porém, um erro de tradução feito pelo Google Tradutor leva uma das avezinhas ao encontro de uma flor tóxica no México, quando na verdade a tarefa era procurar uma flor “exótica”. A confusão acaba deixando a pequena fora dos localizadores de posição. Quando as demais percebem o sumiço, saem à sua procura com o aparelho de geolocalização, porém o mesmo continua sem sinal, apontando uma falha na tecnologia.

Para representar o voo à procura pela desaparecida, a marcação de cena inclui a descida do palco e uma corrida em torno da plateia. A movimentação surpreende na primeira vez, mas a repetição do recurso ao longo do espetáculo acaba enfraquecendo o signo. Quando finalmente encontram a pequena beija-flor, ela está desfalecida no fundo da sala de espetáculo, atrás da plateia. A imagem demonstra um uso interessante do espaço, mas quem está sentado na frente acaba perdendo o impacto. Isso me faz considerar se seria o teatro italiano o mais generoso com a proposta da montagem, ou se um espaço não convencional possibilitaria mais liberdade para essa criação, que desde o início indica não caber somente no palco.

Falando em palco, o trajeto de volta a ele é lindo, feito por um cortejo no qual duas das beija-flores carregam uma rede colorida que é disposta sobre o chão no qual a ave adoecida se deita, completando a leitura de que sempre estivera ali dentro, uma marca de cena simples, prática e que tem um efeito inventivo. Para socorrer a moribunda, as aves sadias, ao descobrirem o motivo da intoxicação, oferecem antídotos, como o de uma flor de pequi de 1940, remédio potente por ter sido extraído antes da invenção dos agrotóxicos, um aceno do texto para as questões ambientais.

No que diz respeito à interpretação, as jovens atrizes, além de muito comprometidas com a atuação, ainda cantam e esbanjam saúde vocal, interpretando ao vivo parte da trilha sonora, com canções do cancioneiro popular como Flor, Minha Flor, característica que deixa o espetáculo leve e delicado.

Parabéns aos integrantes da companhia de teatro pelo resultado obtido em Primavera do Leste. A valorização do teatro é muito importante para o fortalecimento da cultura na região do Vale do Araguaia. 
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