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03/09/2019 às 17h38min - Atualizada em 03/09/2019 às 17h38min

Território indígena continua sendo queimado no Araguaia mesmo após ação do Ibama e da PF

Ardilhes Moreira e Carolina Dantas, G1
ARAGUAIA NOTÍCIA / AGUA BOA NEWS


Quarenta e seis focos de queimadas foram registrados no sábado (31) em Areões, território indígena em Mato Grosso, pelo Instituto Nacional de Pesquisa Especiais (Inpe). O número representa um pico na série registrada pelo instituto ao longo do ano e foi verificado três dias depois de uma operação do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) e da Polícia Federal (PF) para identificar os responsáveis pelo fogo que já tinha destruído 219 mil hectares das áreas protegidas na região.
 
Desde 28 de agosto, quando a operação foi deflagrada e o governo proibiu queimadas no Brasil, foram 89 focos de queimadas registrados. Esses focos foram captados pelo Inpe por meio do satélite de referência Aqua em leituras realizadas entre a quarta e às 13h55 de segunda-feira (2).


 
Neste ano, os focos de queimadas nos territórios indígenas Areões, Areões I e Areões II começaram em 11 de maio. Antes do pico verificado no sábado, a maior medição apontava 20 focos na segunda-feira (26), dois dias antes da operação do Ibama e da PF.
 
De acordo com o Ibama, na terra indígena vivem cerca de 1,5 mil índios da etnia Xavante. Ela foi o primeiro alvo da operação batizada de Siriema. Os agentes flagraram movimentação de caminhões e tratores dentro da área. Árvores foram encontradas cortadas na terra indígena.
 
Desde o início da ação, as terras vizinhas, Areões I e Areões II, apresentaram queda no número de queimadas. Três focos foram detectados pelo Aqua. Entre os dias anteriores, de 22 a 27, havia 18 focos nestes locais, de acordo com os dados do Programa Queimadas do Inpe.
 
Analisando os dados, também é possível obter as informações dos nove satélites do sistema do Inpe. Considerando todas as medições feitas por eles, o número é maior: desde o dia 28, seriam 1.470 focos em Aerões.
 
Este número é mais alto porque os outros satélites podem detectar focos menores e também pode haver duplicidade em alguns pontos. Por isso, o Inpe aconselha que comparações históricas ou entre períodos utilizem apenas os dados do satélite de referência, o Aqua.
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