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22/03/2019 às 07h23min - Atualizada em 22/03/2019 às 07h23min

Índio do Xingu que passou para medicina é destaque em Portugal

Farato alfabetizou-se tarde, lendo jornais e revistas espalhados pelo chão. Já tem o curso de Enfermagem e conseguiu também uma vaga para estudar Matemática

João Almeida Moreira, TSF Portugal - Agua Boa News
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Chama-se Farato, é da etnia Matipu, nasceu da Aldeia Kuikuro e cresceu na Aldeia Buritizal, ambas do Alto Xingu na região de Canarana no estado do Mato Grosso.

Como tantos outros índios do Brasil, Farato, como é chamado, passou a infância a pescar e a jogar futebol, entrando na escola apenas aos 10 anos para se alfabetizar. No entanto, teve de sair da aldeia indígena, por necessidade dos seus pais, e foi obrigado a abandonar da escola, completando a alfabetização através de jornais e revistas que apanhava jogados pelo chão.

Hoje, Farato é notícia por ter conseguido vaga na Universidade Federal de Mato Grosso, em Matemática, e estar, desde este mês, habilitado também a cursar Medicina, após passar em primeiro numa prova a que concorreram milhares para apenas seis lugares.

Percorreu 340 quilómetros de Canarana, a cidade onde vive, até ao local do exame de admissão, ao gridon de uma moto que teve de carregar parte do caminho por causa da lama.

Entretanto, já realizara o sonho de se formar em enfermagem, trabalhando em part time como agente de saúde, com salário de 150 euros por mês, durante o curso, gastando a maior parte do dinheiro em lanternas para ler os livros noite adentro (já que no local onde mora não há luz elétrica) e, como contou, almoçando e jantando água muitas vezes.

É o Brasil que, no meio das tristezas, ainda nos consola com umas alegrias avulsas.
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