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12/02/2019 às 17h52min - Atualizada em 12/02/2019 às 17h52min

Aeroporto de Aragarças é interditado pela Anac por falta de laudo da Goinfra

No total foram doze aerodromos fechados no estado de Goiás

Ronaldo Couto (Araguaia Notícia) / JORNAL OPÇÃO
Araguaia Notícia


Uma notícia preocupante para Aragarças-GO, na divisa com Mato Grosso, o aeroporto do município foi interditado juntamente com mais onze aeródromos do estado de Goiás por falta de um laudo de inspeção e funcionamento adequado por parte da Goinfra (antigo Agetop).

O aeroporto de Aragarças é histórico e serve para voos médios e pequenos portes com uma pista de 100 metros. eM 1959, o aeroporto aragarcense ficou famoso por registrar o primeiro sequestro de um avião onde os integrantes desceram na pista aragarcense. LEIA ABAIXO RELATO HISTÓRICO SOBRE ESTE SEQUESTRO AÉREO

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) “interditou” 12 aeroportos em todo o Estado de Goiás. Quem afirmou foi um dos membros da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), Marcos Teodoro. Um dos locais fechados, devido à não apresentação do plano básico da zona de proteção de responsabilidade da Goinfra, foi o aeródromo de Aragarças.

De acordo com a assessoria do prefeito da cidade, os proprietários de aeronaves foram à prefeitura pedir providências junto ao órgão estadual. O ex-vereador da cidade Claudemir Sousa Luz conta que a situação realmente é complicada e que o aeródromo já devia ter sido fechado há tempos.

Ele relata que entrou em contato com Marcos Teodoro, que se comprometeu a levar a situação à Brasília e pedir uma prorrogação do prazo de interdição até que a unidade atenda às exigências da Anac. “Ele é determinado, em questão de dias ele consegue resolver essa situação e restabelecer os voos”, disse.

O Jornal Opção entrou em contato com a Goinfra e com a Anac para saber detalhes. Sobre o aeródromo de Aragarças, a antiga Agetop disse que o Governo anterior não obteve a aprovação do Plano Básico de Proteção e Ruído exigido pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
 
“A nova gestão da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra – antiga Agetop) encaminhou à Secretaria Nacional de Aviação Civil a relação das providências que estão sendo adotadas, em regime de urgência, para garantir o pleno e regular funcionamento dos aeródromos goianos”, diz a nota.

Sobre os 12 aeródromos, segundo a Goinfra, eles foram informados pela Anac (NOTAM – informação ao aeronavegante) da necessidade de apresentação do Plano Básico de Proteção e Ruído.

Os aeródromos são os dos respectivos municípios: Santa Helena, Mozarlândia, Porangatu, São Miguel do Araguaia, Posse, Uruaçu, Aragarças, Quirinópolis, Alto Paraíso, Campos Belos, Ceres e Pirenópolis.

“O Governo anterior não obteve a aprovação do Plano Básico exigido​ e que a nova gestão do órgão estadual, prezando pela seriedade, responsabilidade e transparência de suas ações, já encaminhou à Secretaria Nacional de Aviação Civil a relação das providências que estão sendo adotadas, em regime de urgência, para garantir o pleno e regular funcionamento dos aeródromos goianos”, reforçou a Goinfra.

SEQUESTRO AÉREO 1959 EM ARAGARÇAS 

A intenção era montar uma resistência ao governo do presidente Juscelino Kubitschek, conforme conta o livro do historiador Claudemiro Souza Luz que foi lançado em novembro para comemorar essa data histórica.

“Eu considero esse fato um dos mais importantes de Aragarças”, destaca ele. O sequestro começou às oito e meia da manhã do dia 2 de dezembro de 1959, quando o major Eder Teixeira Pinto rendeu os pilotos e sequestrou o avião quadrimotor Constellation, da empresa Paner do Brasil, que fazia rota do Rio de Janeiro para Belém (PA). O avião foi desviado até o aeroporto de Aragarças, onde o comandante da rebelião, major Veloso, aguardava com mais quatro oficiais da Aeronáutica e com dois aviões C-47 da FAB que estavam sendo utilizados no movimento.

Major Veloso e outros oficiais foram presos e depois anistiados pelo governo federal, com Veloso se mudando para o estado do Pará, onde se elegeu deputado federal e faleceu aos 49 anos. “Eu acredito que a revolta fracassou porque houve pouca adesão dos militares na época, provavelmente porque ficaram com medo da reação do governo”, explica o escritor.
 
O tema tornou-se indispensável na história do Araguaia e foi lembrado recentemente na minissérie da TV Globo "JK", que contava a história de Kubitschek. Escritores como Valdon Varjão, Murilo Melo Filho, Mário Miguez e Zélia Diniz já escreveram sobre esse assunto. 

Claudemiro lembra que tinha 19 anos naquela época e como qualquer outro morador da cidade passou a maior parte do tempo rodeando o aeroporto para acompanhar, mesmo que à distância, tudo que acontecia no aeroporto.
 
Claudemiro explica que o avião sequestrado era o maior visto na região e quando desceu na pista estreita de Aragarças todo mundo ficou assustado. Os passageiros foram retirados e conduzidos ao Grande Hotel, construído para a Fundação Brasil Central, enquanto os militares esperavam mais reforços de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo que acabaram não vindo e frustrando a tentativa de golpe.
 
O escritor aragarcense insiste nesta tese porque nas eleições de 46 e 50 a cúpula da Aeronáutica perdeu as eleições para o brigadeiro Eduardo Gomes e de certa forma não se conformava porque o Exército já tinha tido um presidente. 








FOTOS DO LIVRO HISTÓRIA DE ARAGARÇAS 50 anos da Revolta Veloso. Autor Claudemiro Souza Luz. Fotos publicadas na reportagem do site Olhar Direto de 2 de Dez de 2009, do repórter Ronaldo Couto 

Atualizada!!! 06h23 13/02
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