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13/12/2018 às 16h26min - Atualizada em 13/12/2018 às 16h26min

Garota de 21 anos está na UTI em Barra do Garças e pai alerta sobre uso de anticoncepcionais

Ronaldo Couto
Araguaia Notícia
Um dos riscos que as garotas com vida sexual ativa estão sujeitas é o uso de anticoncepcionais, mas sem a prescrição médica e que podem acarretar doenças seríssimas ou até mesmo a morte. Em Barra do Garças uma garota de 21 anos está internada há cinco dias com embolia pulmonar supostamente causado pelo uso de contraceptivo. A revelação deste caso surgiu de um pai desesperado ao ver a filha nesta situação.

O comerciante conversou sobre o caso com a nossa reportagem onde explicou que a filha foi internada com suspeita de embolia pulmonar em que os médicos estão suspeitando que tenha sido causada pelo uso indiscriminado da anticoncepcional sem acompanhamento do médico ou até mesmo uso incorreto.

“Os médicos comentaram comigo que está tendo vários casos de garotas que usam contraceptivos adquiridos na farmácia sem conversa com um médico. Eu não tive a oportunidade de conversar com a milha filha sobre isso mesmo porque ela está em coma, mas acho interessante que vocês da mídia façam uma campanha alertando as adolescentes e pais que busquem orientação médica antes de começar o uso do anticoncepcional”, frisou o pai que pediu para não ser identificado.

A equipe do site Araguaia Notícia buscou informações sobre o assunto. Vários profissionais da saúde de Barra do Garças confirmaram que algumas garotas começam a fazer uso de anticoncepcional por indicação de amiga ou comprando na farmácia, mas sem orientação médica. “O que acontece é que algumas jovens escondem da família que já estão tendo vida sexual ativa e não procuram orientação de profissionais nas unidades de saúde”, destacou Luanna Martins, que é coordenadora dos PSFs de Barra do Garças.

Nós temos 16 unidades de saúde na zona urbana e mais quatro na zona rural, com profissionais capacitados para orientarem as jovens, todavia existe um tabu de não se falar sobre este assunto por parte das adolescentes. É fundamental consultar um profissional de saúde para descartar qualquer risco frente ao uso de anticoncepcionais. A escolha do contraceptivo deve ser pessoal, levando em consideração hábitos e histórico de saúde. “Assim como todo medicamento, o histórico de saúde é fundamental na indicação médica para o contraceptivo”. Antes de começar o tratamento com pílulas, visitar um médico é importantíssimo, independente da idade da paciente.

As pílulas podem provocar reações como enjoo, vômito, dor de cabeça, tontura, cansaço, ganho de peso, acne, cloasma [mancha escura na face], mudança de humor, diminuição da libido ou varizes, e até alterações mais graves como trombose e trombo embolia pulmonar, advertiu a profissional da saúde. “Ideia de prevenção, é não fazer a automedicação”.

Luanna explicou que os medicamentos têm marcas e efeitos diferentes e sua aplicação depende do organismo da pessoa e quem faz essa avaliação é o médico.

A embolia pulmonar, também conhecida como trombose pulmonar, acontece quando um coágulo entope um vaso sanguíneo do pulmão, impedindo a passagem de sangue e causando a morte progressiva da parte afetada, resultando em dor ao respirar e intensa falta de ar. A embolia pulmonar é um efeito colateral ou reação adversa que pode também ocorrer do uso incorreto da anticoncepcional.  
 
Orientações 

Os anticoncepcionais orais hormonais (AOH) consistem na administração dos hormônios estrogênio e progestogênio sintéticos, sendo assim, atuam na inibição da ovulação e por essa razão previnem a gravidez indesejada. Ainda não existe um consenso na comunidade científica sobre os riscos decorrentes do uso prolongado do AOH16,17,4,8.

Entretanto, constatou-se que a associação do uso prolongado das pílulas anticoncepcionais e o tabagismo dobram as chances de a mulher desenvolver hipertensão. O uso de AOH intensifica os riscos de tromboembolismo arterial e venoso.

Uma possível associação entre os contraceptivos orais e doenças cardiovasculares têm sido estudada, uma vez que os hormônios dessas pílulas agem sobre os vasos sanguíneos, potencializando assim as chances das usuárias de AOH adquirir uma complicação cardiovascular.

Mulheres que não passam por consulta médica para começar o uso do AOH, estão mais propensas a associar o contraceptivo a um fator de risco do que as mulheres que passam por consulta médica, pois existem contraindicações ao uso, uma vez que a utilização dos AOH quando há um ou mais fatores de risco presentes, potencializa a ocorrência de efeitos colaterais. As contraindicações mais recorrentes entre as usuárias de AOH são o tabagismo, a hipertensão, as doenças cardiovasculares, o diabetes mellitus ou idade acima de 35 anos

Portanto o mais certo é que as mulheres já com vida sexual ativa procurem a unidade de saúde mais perto e faça uma consulta médica.

Obs: Informações extraídas pela enfermeira recém-formada Daniela Sanches Couto da obra do autor Souza R.C. do Artigo Contracepção oral e fatores de risco em mulheres brasileiras: revisão integrativa. Publicado pela Academus Revista Científica da Saúde, em 2018.
 

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