Cerca de três mil jovens participaram na tarde de quinta-feira (20) do primeiro Protesta Barra acompanhando a onda de manifestações que vem tomando conta do país. O cálculo partiu do comando da Polícia Militar em Barra do Garças do coronel Eddie Metelo que acompanhou de perto toda a situação ao lado do tenente-coronel Paulo Costa e aproximadamente 80 policiais.
Com bandeiras e cartazes, os estudantes reivindicavam mais investimentos na educação, saúde, segurança, transporte. E reforçaram o coro nacional contra a corrupção e contra a PEC 37 que tramita no Congresso Nacional e tenta silenciar o Ministério Público sobre a possibilidade de investigar políticos corruptos.
Ao som da música Vem Pra Rua, do Falcão da Rappa, tema que impulsiona as manifestações pelo Brasil, que na quinta-feira (20), levaram 1 milhão de pessoas em diversas cidades. Os estudantes pediram pressa na construção do anel viário para tirar as carretas do centro de Barra do Garças e asfaltamento da MT 100.
A concentração começou enfrente a prefeitura de Barra do Garças e seguiu pela rua Carajás e avenida Ministro João Alberto. A manifestação seguiu tranquila pela cidade, mas quando chegou a praça do Obelisco onde estava prevista para acabar, um grupo insistiu em fechar a ponte e causa um contratempo entre polícia e um pequeno grupo na ponte sobre o rio Garças.
Ponte é parada por duas horas
Foram duas horas com tráfego sendo reduzio e por 45 minutos, a ponte ficou fechada aumentando a tensão entre policiais e manifestantes. O clima esquentou por volta das 19 horas e alguns manifestantes chegaram a empurrar o coronel Paulo Costa. O repórter Paulo Besse, da Tv Serra Azul, que filmava o movimento reclama que foi chutado pelo manifestante identificado como Sergio. Já Sergio nega a agressão. O jornalista da Band disse que registrará queixa sobre o fato.
“O momento mais crítico foi o bloqueio da ponte porque interfere no direito de ir e vir das pessoas, mas graças a Deus terminou tudo bem”, completou Paulo Costa.
O coronel Metelo avalia que o protesto terminou bem, pois não houve vandalismo. “Fora essa parada na ponte, o resto saiu dentro da expectativa principalmente sem vandalismo”, destacou.
Coletivos suspensos
Devido aos protestos e os riscos de depredação, a empresa Garçastur de Barra do Garças, decidiu tomar uma decisão radical por volta das 20 horas, ela recolheu os coletivos temendo a quebradeira de alguns coletivos. A decisão deixou a pé vários estudantes da rede pública e faculdades.
O diretor da Garçastur, Paulo Augusto, pediu desculpa a população e explicou que os funcionários da empresa receberam informações de que estariam preparando para quebrar alguns coletivos. A interrupção do serviço partiu dos próprios motoristas que não se sentiram confortáveis em continuar trabalhando. “Nós avisamos a maioria das escolas e faculdades. Amanhã o serviço volta ao normal”, finalizou.
Prefeito elogia caminhada pacífica
O prefeito de Barra do Garças, Roberto Farias, considerou importante o protesto porque reafirma a força da democracia e destacou o aspecto pacífico e ordeiro do evento. “Quero aqui parabenizar os estudantes que foram para as ruas manifestarem a indignação quanto a atual situação do país e que concordamos com algumas reivindicações”, frisou.
Beto destacou que entre as questões regionais está a luta de Barra e região para obter o anel viário cuja obra deve ser lançada dia 5 de julho.
“A partir deste momento, a pressão aumentará para que nossos representantes nas esferas superiores trabalhem para que esse sonho se torne realidade. Tivemos um ou outro que acabou se excedendo, principalmente na ponte, mas o mais importante é que a democracia e a liberdade de expressão foram exercidas de forma positiva”, finalizou o prefeito barra-garcense.