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10/08/2018 às 13h56min - Atualizada em 10/08/2018 às 13h56min

Preso é condenado por queimar a mulher e outras 4 detentas com 20 litros de água quente com açúcar em presídio de Aragarças

Segundo consta nos autos, réu cometeu crime por não aceitar término do relacionamento. Atingidas tiveram queimaduras de 1º e 2º graus.

G1 GO
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O detento Eulálio Moreira de Carvalho, que já cumpre pena por roubo, homicídio e lesão corporal na unidade prisional de Aragarças, na região noroeste de Goiás, foi condenado a mais de 8 anos de prisão por queimar a mulher, a também reeducanda Ivonete Lopes da Cruz, e outras quatro detentas, utilizando 20 litros de água quente com açúcar. Tudo aconteceu dentro do próprio presídio durante um dia de visitas, quando um detento teve acesso à ala do outro.

O G1 não conseguiu localizar a defesa de Eulálio e da vítima, Ivonete, que também está presa.

De acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça, a unidade prisional é a única na cidade e é divida em ala masculina e ala feminina. O crime aconteceu no momento de visita íntima, quando Eulálio foi levado até a parte das mulheres para encontrar com a companheira.

Conforme consta na decisão do juiz Joviano Carneiro Neto, do Juizado Especial Cível e Criminal, da comarca da cidade, o homem relatou que cometeu o crime pelo fato de não aceitar a intenção de Ivonete querer romper o relacionamento e também por Ivonete ter supostamente denunciado a mãe dele, sogra dela, por levar drogas ao filho no presídio. Na decisão, no entanto, não consta como o preso teve acesso à água quente.

“Sua esposa [Ivonete] respondeu [à carta] dizendo que não o queria mais. [Ele] esperou a cadeia abrir na segunda-feira e foi conversar com Ivonete, que estava deprimida e não respondeu seu chamado. Neste momento, disse que na quarta-feira lhe jogaria um balde de água quente em decorrência do ocorrido e por ela ter anteriormente ‘caguetado’ sua mãe acusando-a de levar drogas para o presídio”.

“[Eulálio] cumpriu com a ameaça jogando o balde de água quente direcionado a uma das detentas, porém antes de jogar a água avisou e esta se abaixou pegando água nas outras detentas”, relata o depoimento de Eulálio na sentença.

O caso ocorreu no dia 8 de setembro de 2016, na Unidade Prisional de Aragarças. Além de Ivonete, ficaram feridas as detentas Suely Silva Sousa, Leitiely de Deus Honorato, Silvani Estevão de Almeida e Kamilla Alves Jorge Garcia. Elas sofreram queimaduras de 1º e 2º grau e foram hospitalizadas. Ivonete e Suely chegaram a ficar internadas por cerca de 20 dias.

Eulálio foi denunciado pelo Ministério Público no dia 29 de setembro do mesmo ano. A Justiça acatou a denúncia e, no último dia 19 de março, condenou o réu. A decisão tornou-se pública na quinta-feira (9), quando o caso foi divulgado pelo Centro de Comunicação Social do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO).

“O acusado confessou em seu interrogatório que já havia prometido dias antes a Suely que a queimaria com água quente, demonstrando a intenção em provocar-lhe lesões. Sendo que assumiu o resultado de ferir outras pessoas ao jogar a água quente em Suely, que estava numa minúscula cela acompanhada de outras detentas, as quais também foram atingidas, porém com menos gravidade nas queimaduras, conforme laudos de exame de corpo de delito”, afirma a decisão.

Ao proferir a sentença que condenou Eulálio a 8 anos e 3 meses de prisão em regime fechado, o juiz solicitou o cumprimento do mandado de prisão de Eulálio, que já permanecia preso.

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