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22/04/2018 às 10h54min - Atualizada em 22/04/2018 às 10h54min

Barra-garcense de 8 anos está na lista dos 308 pacientes que aguardam transplante em Mato Grosso

São histórias de luta, persitência e amor a vida que comove qualquer pessoa. Os pacientes que estão na fila aguardando transplantes. Um deles é o pequeno guerreiro Lorhan, de 8 anos, morador de Barra do Garças.

Aline Almeida, repórter de A Gazeta de Cuiabá
Araguaia Notícia
Chico Ferreira
Atualmente existem 308 pacientes residentes em Mato Grosso na lista de espera para transplantes de órgãos. Quase 80% deles não poderão fazer a cirurgia no estado, caso surja um doador compatível, pois só transplantes de córneas são realizados tanto na rede pública como privada. Hoje, 226 pessoas esperam por transplante de rim, 7 por transplante de fígado, 4 de pulmão e 1 paciente precisa do transplante de coração e outro de pâncreas/rim. Os outros 69 estão à espera de córneas. Estes dados são do Ministério da Saúde (MS).

A demora para os procedimentos tem feito com que muitos pacientes travem uma verdadeira batalha pela vida. É o caso do pequeno Lorhan Dutra, 8, que descobriu o câncer aos 4 anos de idade. A mãe, Cenir Carolina Dutra, 30, conta que eles são moradores de Barra do Garças (509 km a leste de Cuiabá) e a criança, atualmente, faz tratamento no Hospital de Câncer de Cuiabá. Definido como corajoso pela mãe, metade da vida de Lorhan está dedicada à batalha contra a leucemia. Agora trava uma luta maior ainda, a espera na fila para o transplante de medula óssea. “Ele é muito guerreiro para estar enfrentando isso, sempre alegre, não tem momento triste com ele, ele sempre está com um sorriso no rosto”, conta a mãe.Leia:  "É necessário informar melhor os pacientes", diz Dr. Jaime 

A doença de Lorhan foi descoberta em 2014. A criança tinha febre constante e ficava sempre pálida. Depois de vários exames, o menino foi encaminhado para o Hospital de Câncer. Já em Cuiabá, Cenir afirma que o menino fez uma biópsia confirmando a leucemia. Começava o tratamento do pequeno herói.

Cenir explica que neste momento o menino está num processo chamado manutenção. “Foi indicado transplante de medula. Ele ficou 10 meses na fila, encontrou doador, fomos a Brasília, estava tudo pronto, mas me ligaram dizendo que o exame do doador não estava bom. No início foram 2 doadores, o segundo sumiu. Eles não falam nada deste doador que sumiu e nem deste que o exame deu irregularidade. O médico quer arriscar fazer com 50% da compatibilidade entre eu e o pai dele. Estamos há ano e 6 meses nesta fila, nossa luta continua”, conta.

Vida no hospital 

Os 2 anos de vida de Arthur Gabriel, morador de Araputanga (345 km ao Oeste), também tem sido de luta como conta a mãe Silviane Rezende Batista de Freitas, 27. Nascido em janeiro, com 38 semanas, ele evoluiu com dificuldade de deglutição e foi encaminhado para a UTI.Leia:  “Queremos fazer uma festa à altura dos 30 anos de Lucas”, diz Fábio Raabe 


Aos 2 meses de vida foi submetido a uma cirurgia para colocar uma sonda na barriga para alimentação. Com a complicação da cirurgia teve um nó no intestino e teve que remover maior parte do intestino delgado por necrose, sobrando apenas 5 centímetros do mesmo. Arthur ficou em casa só 2 meses e meio depois que nasceu e de lá pra cá ele não saiu mais do hospital. Por várias vezes Arthur teve que ser submetido a outras cirurgias e permanece na UTI, no Hospital Menino Jesus, em São Paulo, para reabilitação intestinal. Ele foi diagnosticado com Síndrome do Intestino Curto (SIC).

A família da criança organiza uma “vakinha online” para arrecadar R$ 4 milhões para o transplante de intestino que é feito somente nos Estados Unidos. A página JuntosPeloArthurGabriel já arrecadou pouco mais de R$ 40 mil. “Como mãe eu posso te dizer que não é fácil a vida que levamos, viver entre as paredes de um hospital sem poder oferecer ao seu filho nada além das limitações do ambiente é desesperador”.

NECESSIDADE PODE SER MAIOR AINDA 

Mas estes números representam praticamente a metade da necessidade estimada de transplantes em Mato Grosso pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgão (ABTO). Relatório divulgado esta semana estima que hoje 624 pacientes dependem de um procedimento. Seriam 294 transplantes de córnea, 196 de rim, 82 de pulmão, 26 de coração e 26 de pulmão.

O Ministério da Saúde explica que o sistema é regulamentado e administrado pela Central Nacional de Transplantes. O órgão centraliza as demandas das Centrais Estaduais e cada central coloca em prática as atividades de notificação, captação e distribuição de órgãos.

 

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