Corinthians conquista nos pênaltis título do Paulistão após jogo polêmico com penâlti anulado

A bola mal rolou e o gol do Corinthians acabou com qualquer planejamento para os dois times, no domingo (8/4) na Arena Palmeiras em São Paulo. Em grande lance de Mateus Vital, que “enganou” a tomada de decisão de Marcos Rocha ao procurar a linha de fundo e tocar para Rodriguinho, o Corinthians esfriou os ânimos e pareceu mais perto do 2x0 ao explorar o lado direito do Palmeiras: Vital recebia, Marcos Rocha ficava na indecisão e Rodriguinho e Jadson tinham espaço em campo e tempo para receberem livres e desorganizarem a defesa do Palmeiras, com a ajuda de Maycon, sempre infiltrando nas costas de um lateral ou zagueiro.

O Palmeiras sentiu o nervosismo da decisão e demorou para entender o tempo do jogo. Se o Corinthians estava em vantagem, não fazia sentido se recolher e procurar pressionar muito a bola para recuperar e avançar rápido, como na imagem. Mesmo chegando, o que o contexto da partida pedia era que o Palmeiras entrasse em modo “ataque”, trocando passes para quebrar o Corinthians, e não apenas buscando “surpreender” o Timão, que se organizou em 2 linhas de 4 e fechou bem a área com os volantes fechando as opções de jogo do Palmeiras por dentro.[Palmeiras buscando recuperar rápido a bola 

Isso aconteceu depois dos 30 do 2º tempo, com Moisés e Bruno Henrique se revezando entre ficar e sair e o Palmeiras apostando muito no cruzamento rasteiro para a área, como na imagem: Dudu recebe, inverte a bola de lado e espera a chegada de Bruno Henrique, Willian ou Lucas Lima. Cássio interceptou inúmeras bolas assim, com a defesa toda fechada e olhando para a bola, enquanto os outros jogadores do Palmeiras tinham o foco em receber no espaço livre.

A entrada de Keno no lugar de Willian, no 2º tempo, foi a leitura de Roger: atacar mais pelos lados, sempre buscando a inversão de posicionamento entre laterais e pontas. E “ajustar” o tipo de roubada de bola que Moisés e Bruno Henrique não conseguiram fazer: acompanhar até o fim, com participação ativa de quem está mais próximo da jogada. O Palmeiras fez bom 2º tempo assim, faltando caprichar mais nas jogadas. Até o fatídico lance…

O pênalti

Este é o exato momento do toque de Ralf em Dudu, que caracterizou o pênalti anulado por Márcio Aparecido.

A grande questão ao falar da arbitragem é que ela é, assim como o futebol, uma decisão humana. Logo, passível de nuances, interpretações e ressignificados. É por isso que o VAR - o auxílio de vídeo - é necessário e urgente. Ajudaria a pessoas pressionadas por mais de 41 mil torcedores num estádio a tomar uma decisão racional em pouquíssimo tempo.

Foi ou não foi pênalti? Seria ou não seria convertido? O “e se” não existe.

O campeão do Paulistão

Há quem fale em loteria, há quem fale em bater com força em média distância. Mas os pênaltis quebram um pouco a parte racional do futebol. Ele depende, e muito, do estado emocional de quem bate e de quem pega. E aí brilha a estrela de Cássio, que já havia segurado o Corinthians num outro semelhante, contra o São Paulo, para garantir mais um título estadual do Corinthians. Dá pra falar que é injusto, com o Corinthians bloqueando o Palmeiras praticamente o jogo inteiro?

Esse jogo entrará para a história. Seja no lance do pênalti, que pode ter certeza, será repetido com exaustão. Seja nas defesas dos goleiros. Isso é um Palmeiras e Corinthians…