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29/03/2018 às 17h34min - Atualizada em 29/03/2018 às 17h34min

Miss Mato Grosso revela no site RdNews que curte rap, apoia causa feminina e se diz contra a 'onda Bolsonaro'

A linda jovem de Alta Floresta venceu o concurso na semana passada em Sinop. E chamou atenção que diferente de outros jovens averso a política, ela falou sobre tudo e principalmente que não gosta do estilo Bolsonaro

RDNews / Cuiabá
Araguaia Notícia
linda e corajosa em ter opinião
Em entrevista especial no SITE RDNEWS, do melhor jornalista de Mato Grosso Romilson Dourado, a Miss Mato Grosso, Caroline Back, concedeu uma entrevista diferente e mostrou que gosta de pensar. Ela fala sobre rotina e como decidiu participar da seletiva que, agora, levará a jovem de 18 anos à competição nacional. Natural de Alta Floresta, Caroline diz ser caseira, sorridente, estudiosa e tímida. Assim, o desafio agora é se acostumar com as passarelas e mais flashes. A miss MT acredita que as mulheres devem continuar lutando por igualdade e que os brasileiros vivem um momento difícil na política. Sem candidato definido para presidência, a única certeza que tem é a de que não votaria em Bolsonaro. Destaca valores como humildade e simplicidade como essenciais, dentro e fora de competições. Confira os principais trechos da entrevista!

Por que você decidiu participar do concurso de Miss? Teve algum incentivo de familiares ou amigos?

Sempre me falaram para ser modelo pela altura, mas sou tímida e estou perdendo esse medo aos poucos. Nasci aqui, mas morei em outros estados. Eu e minha família vínhamos tirar férias em Mato Grosso. Antes de vir para morar no Estado, ainda não tinham surgido tantas oportunidades para ser modelo. Porém, em Alta Floresta, houve o convite para desfilar para algumas lojas e marcas. Minha família me incentivou muito, principalmente a minha mãe e meu namorado.

Em sua opinião, qual a importância de receber este título?

É muito gratificante receber este título porque é o reconhecimento do meu esforço e evidencia a minha cidade. Antes de mim, a última miss de Alta Floresta a receber uma faixa de Miss Mato Grosso foi há 20 anos atrás, e, apesar da descendência alemã vinda da família materna - que influenciou na altura - tenho traços indígenas que herdei da família do meu pai. Sou um tipo da beleza mato-grossense e é um prazer pra mim poder representar as mulheres daqui.

Qual mensagem deseja levar dos mato-grossenses ao concurso Miss Brasil?

Ser eu mesma é a melhor mensagem que eu poderia levar pra qualquer lugar, desde que tenha atitude e determinação, não apenas fisicamente, mas psicologicamente. Não é só a beleza externa que importa, por mais clichê que pareça, nosso equilíbrio vem de dentro. Quero mostrar além do que olham por fora, além de todo esforço físico que tenho. Estou em transformação e acredito que nós como seres humanos não só podemos, mas devemos melhorar.

Para você, o que é beleza? Por que acredita ter vencido mais esta etapa do concurso?

Vou fazer um recorte específico desta fase que estou vivendo, por exemplo, enquanto todas as miss estavam juntas em Sinop para decisão do concurso Miss Mato Grosso, foi uma questão de preparação, mas, acima de tudo, de muito autoconhecimento para cada uma. Eu fiz amizades, conheci inúmeros profissionais e as outras meninas que concorreram, sou grata por isso. Cada fase é um aprendizado. Os valores que quero levar acima de tudo são a humildade e a simplicidade. Nesse meio, infelizmente, também tem muita gente arrogante que não faz questão de respeitar os outros em uma competição. Eu acho que todos têm qualidades ou defeitos e isso é algo que precisamos lembrar.

Acredita que beleza e inteligência são coisas que podem caminhar juntas?

“Sou um tipo da beleza mato-grossense e é um prazer pra mim poder representar as mulheres daqui”

Não só podem, mas devem. Nessa fase ainda não ouvi muitos comentários relacionados a isso, mas sempre fui estudiosa. Minhas matérias preferidas na escola eram inglês e biologia. Quero continuar estudando, fazer faculdade. Talvez pela timidez eu sempre tenha sido bem quietinha em sala de aula, nunca fui para diretoria da escola, tirei boas notas.

Então você tem vontade de se graduar em alguma área? Qual? 

Sim, quero cursar estética, pois gosto de deixar mulheres mais bonitas. Nunca trabalhei nessa área mas, pelo pouco que sei, é algo bacana de se fazer. Já trabalhei em outros lugares. Além dos desfiles que fiz para as lojas, trabalhei até dezembro do ano passado em um supermercado. Lá eu era operadora de balança, quem pesava as frutas. Isso me “forçou” a conversar com as pessoas mesmo que com vergonha, me soltei mais a partir do trabalho.

Já sofreu algum tipo de preconceito ou exclusão por ser mulher?

Não sei, se por especificamente ser mulher, pois eu sempre soube lidar com crítica ou preconceito, nunca foi algo que me afetou muito. Tento absorver as coisas positivas que tenho na convivência com as pessoas. Quando eu era mais nova, era chamada pelos colegas da escola, por exemplo, de poste, girafa ou vara-pau e sabia que eles tentavam me atingir porque eu era diferente. Hoje eu olho pra traz e vejo que aprendi com tudo isso.

O que pensa sobre a luta por igualdade? O que acha do feminismo?

No decorrer das décadas nós conquistamos muitos direitos, porém ainda falta muita coisa. Falta respeito ao próximo, amor ao próximo. Acho mesmo que cada um deveria fazer o que quer, fazer o que gosta e os outros pararem de cuidar da vida dos outros. Sempre fui na minha, mais fechada, mas sei de muitas histórias de amigas que sofreram ou ainda sofrem preconceito. Nas redes sociais mesmo existem vários relatos. 

Atualmente, o que acha da política no Brasil? Quem defende para presidência?

Não vejo como um bom momento político. Após a crise, ainda vivemos com a insegurança, sem boa saúde e outras coisas importantes para a vida do brasileiro. Acredito que precisamos de políticos mais honestos, menos corrupção. Não tenho um presidente ou uma presidente para apoiar ainda, estou analisando as hipóteses, mas com certeza não votaria no Bolsonaro. Candidatos como ele não trariam melhorias, ele apoia a ditadura, somos um país livre e ele nos tiraria isso.

Qual seu estilo musical preferido?

“Não tenho um presidente ou uma presidente para apoiar ainda, estou analisando as hipóteses, mas com certeza não votaria no Bolsonaro”

Até há dois anos minha banda preferida era Linkin Park. Fazia o estilo “roqueira” e adorava pintar o cabelo de várias cores, já tive o cabelo roxo, azul, rosa e me vestia muito de preto (risos). Hoje ando ouvindo muito mais pop, rap ou música eletrônica, as mais famosas que posso mencionar são Beyoncé e Nicki Minaj. Dos rapazes, Eminem e o brasileiro Projota.

Qual o tipo de passeio gosta de fazer? O que faz no tempo livre?

Gosto de sair com os amigos, mas também curto ficar em casa. Costumam dizer que sou bem caseira. Agora, com os compromissos de miss vou ter que sair mais, perder mais um pouco da timidez, aprender a lidar melhor com o público. Semana que vem já estarei indo para São Paulo conhecer a miss Brasil, Monalysa Alcântara.

Qual seu maior sonho? Após o Miss Brasil, se você conquistar mais este título, que mensagem deseja levar ao mundo no Miss Universo?

Quero ter maior estabilidade financeira, adquirir minhas coisas, poder viajar o mundo e conhecer várias culturas. Iria primeiro para os Estados Unidos e, depois, conhecer a Europa nos países como França e Alemanha (para ver como era a vida dos meus ancestrais). Acho que a Ásia deve ser bem legal também, uma cultura totalmente diferente. No Miss Universo, se tudo der certo, direi para às pessoas confiarem em si mesmas e nunca desistirem dos seus sonhos. 
 

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