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19/06/2017 às 07h40min - Atualizada em 19/06/2017 às 07h40min

Nova Xavantina é destaque no ‘Estadão de SP' como uma das cidades afetadas pela crise da carne

Estadão de São Paulo / NX1 (reprodução)
A jornalista Cristiane Barbieri, do Jornal “O Estado de S.Paulo”, visitou a cidade de Nova Xavantina na última quarta-feira (14), e verificou ‘in loco’ a crise e as dificuldades dos pecuaristas da região do Vale do Araguaia após o fechamento de vários frigoríficos.

A jornalista levantou que Mato Grosso tem um rebanho com 30,2 milhões de cabeças (quase 15% do gado brasileiro), e a série de infortúnios que atingiu o setor nos últimos dois anos foi um pouco mais forte. Da crise econômica ao desemprego, uma seca histórica se somou com um formato de monopólio que fechou vários frigoríficos no estado.

Com custos em alta também pela volta do Funrural, a operação Carne Fraca desestabilizou ainda mais o mercado. Dois meses depois, a delação dos diretores da JBS mexeu com prazos e liquidez dos pagamentos e puxou ainda mais para baixo o preço pago ao produtor. Detalhe: sem que houvesse o mesmo reflexo no valor cobrado do consumidor final.

Com isso, segundo a jornalista, Mato Grosso trabalha em soluções de emergência, enquanto as definitivas para seus problemas não se concretizam. A primeira delas é a negociação da redução do ICMS e da pauta, e segunda alternativa é negociar a abertura dos frigoríficos fechados nos últimos anos.

Em Nova Xavantina, cidade onde teve um frigorífico fechado, o prefeito João Batista Vaz – Cebola, e alguns empresários organizam uma ida a Brasília para pressionar pela retomada na produção de uma unidade da Marfrig, parada há três anos.

O prefeito Cebola vem realizando uma verdadeira peregrinação para tentar solucionar a reabertura da planta de Nova
Xavantina. Em fevereiro deste ano, Cebola esteve com o Ministro da Agricultura Blairo Maggi; em abril esteve em Cuiabá com o governador Pedro Taques; e em maio, foi até Brasília conversar com o proprietário da Marfrig, Marcos Antônio Molina; onde a pauta dos encontros foi a reabertura do frigorífico de Nova Xavantina.

Segundo Cebola, a Marfrig tem um contrato de arrendamento da planta de Nova Xavantina com Vênus Capital e Participação; entretanto, a empresa já assinou uma proposta de compra da planta de Nova Xavantina.

O ex­-presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o advogado Ruy Coutinho do Nascimento acredita que a JBS vinha comprando ou arrendando frigoríficos de médio e pequeno portes, para depois fechá­-los. — Com isso, a empresa se torna fortemente monopolista, comanda tudo, incluindo preços. E essa prática também atinge frigoríficos de grande porte.

“Em Nova Xavantina, a JBS arrendou um frigorífico que abatia 1.500 cabeças por dia. No meu entendimento, isso é abuso de poder dominante”, afirmou Coutinho.

Os exemplos se multiplicam em todas as áreas. José Carlos Biersdorf, o Nico, da NX Leilões, de Nova Xavantina, fazia um leilão de gado por semana. Em 2017, fez três. “De Barra do Garças a Canarana, havia 13 casas de leilões”, diz. “Sobraram duas.”

Reação 

A partir do dia 6 de julho, o Frigorífico Minerva deverá reabrir uma planta em Mirassol d’Oeste (distante a 329 km de Cuiabá). A informação foi divulgada pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi. 
Na primeira semana de junho, o Minerva já havia fechado a compra, por US$ 300 milhões, dos negócios da JBS no Paraguai, Uruguai e Argentina. 

O segundo no mercado de carnes no Brasil, o Marfrig, vai avaliar em julho se coloca em operação a unidade de Nova Xavantina.

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