Amostras de pavimentações asfásticas construídas por algumas empreiteiras investigadas na Operação Atlântida foram recolhidas hoje por agentes da Polícia Federal e técnicos da Controladoria Geral da União (CGU) para fins de comprovação das fraudes denunciadas com relação à espessura do piso.
De acordo com a PF e CGU, 26 pessoas entre empreiteiros, servidores públicos das prefeituras e do Estado e executivos da Caixa Econômica Federal são acusados de participar do esquema, que teria desviado R$ 38 milhões nos municípios investigados.
São eles: Barra do Garças, Pontal do Araguaia, Ribeirãozinho, Canarana e Novo São Joaquim.
A fraude consistia em declarar a espessura de 45 centímetros e entregar a obra somente com 15 centímetros entre base e contra-base do asfalto.
A quadrilha teria ramificação dentro das comissões de licitação nas prefeituras, no setor de fiscalização da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra) e na Caixa Econômica Federal, que faziam ‘vista grossa’ e corroboravam com a prática fraudulenta.
A cidade com mais asfalto sob suspeita é Barra do Garças, onde atua a empreiteira Silgran, uma das investigadas. Ela foi denunciada por, supostamente, liderar o grupo cujo esquema teria outras empreiteiras pequenas utilizadas para participarem das licitações na maioria vencidas pela Silgran.
A diligência realizada nesse final de semana aconteceu nos bairros Nova Barra, Nova Jerusalém, Zeca Ribeiro, onde foram realizadas obras de pavimentação de 2009 para cá.
O delegado da Polícia Federal de Barra, Bruno Rodrigues dos Santos, informou que essa investigação não está mais com a delegacia federal de Barra e sim sob responsabilidade da superintendência da PF de Cuiabá, por intermédio da delegada Luciane Alves e o delegado Eder Magalhães.
Essas diligências foram solicitadas pela Justiça Federal para levantar o prejuízo causado e em quanto o patrimônio público deverá ser ressarcido. Dos R$ 38 milhões, especula-se que no mínimo R$ 9 milhões serão devolvidos pelas empreiteiras investigadas.